Quando se estuda a última semana da vida mortal de Jesus Cristo, a atenção é frequentemente voltada para os apóstolos, os líderes judeus ou as multidões. No entanto, quando estudo a Semana Santa no Novo Testamento, observo as mulheres que desempenharam um papel significativo, exemplificando fé, coragem, lealdade e devoção, durante os momentos mais difíceis que testemunhariam do ministério mortal do Salvador. Este é um dos momentos sagrados da história em que a presença feminina brilha com uma luminosidade inconfundível.
Enquanto os apóstolos ainda tinham dúvidas, as mulheres estavam certas do fato de que Cristo havia ressuscitado; uma delas tinha visto o Senhor, outras tinham conversado com Ele; e todas tinham sido informadas pelos ministros angelicais do Cristo ressuscitado. … As mulheres fiéis foram as primeiras a saberem da Ressurreição do Senhor; e, assim como os apóstolos do Senhor foram os últimos a aceitar o fato solene, essas mulheres foram as primeiras a testificar a respeito disso (ver Élder James E. Talmage, “Jesus o Cristo”, capítulo 37).
Um ato humilde em Betânia
Em Betânia, dias antes da Crucificação, Maria, a irmã de Lázaro, tomou cerca de meio litro de nardo puro, um óleo perfumado e muito caro, e humildemente ungiu os pés do Salvador e os enxugou com seus cabelos.
“E Maria, tomando um arrátel de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento” (João 12:3; ver também Mateus 26:6-13).
Aquela fragrância encheu a casa, assim como sua devoção encheu o coração do Salvador. A verdadeira adoração, não apenas abençoa quem a oferece, mas também pode ter um efeito transformador naqueles que a testemunham.
“Ora, derramando ela este unguento sobre o meu corpo, fê-lo preparando-me para o meu sepultamento.” (Mateus 26:12).
Lealdade na cruz
Depois da morte do Salvador na cruz, as principais mulheres em Sua vida permaneceram junto à cruz, demonstrando lealdade inabalável.

“E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cleofas, e Maria Madalena.” (João 19:25).
Eles não abandonaram o Mestre em Sua hora mais amarga, demonstrando um amor e devoção que superaram o medo e o perigo.
Testemunhas da Ressurreição
Na manhã da Ressurreição, Maria Madalena e outras mulheres foram as primeiras a chegar ao sepulcro e as primeiras a testemunhar o Cristo ressuscitado (ver João 20:11-18 e Mateus 28:1-10).
“Assim, aquela mulher abençoada se tornou o primeiro ser mortal a ver e a falar com o Cristo ressuscitado”, disse Élder D. Todd Christofferson do Quórum dos Doze Apóstolos na conferência geral de abril de 2014.
Em uma sociedade onde o testemunho legal de uma mulher não era reconhecido, o Salvador deliberadamente escolheu mulheres para serem as primeiras mensageiras de Sua vitória sobre a morte. Isto demonstra que, perante Deus, o valor das mulheres transcende limitações culturais ou sociais.
Discípulos antes e agora
EsTas mulheres não eram espectadoras passivas: eram protagonistas em atos de fé, coragem e amor, exemplos do que significa ser uma verdadeira discípula de Cristo.
Assim como Maria, a irmã de Lázaro, ungiu o Salvador, as mulheres de hoje são chamadas a ungirem, não com perfume, mas com ternura, palavras de cura e caridade cristã.
Assim como as mulheres permaneceram firmes no Gólgota em meio à dor e ao medo, hoje muitas mulheres estão ao lado das cruzes do sofrimento familiar, dos desafios morais e da solidão invisível. Sua presença leal continua a brilhar intensamente em meio à escuridão.
E assim como Maria Madalena anunciou aos discípulos que o sepulcro estava vazio, hoje as mulheres são chamadas a serem portadoras de esperança, a proclamarem que depois da noite vem a luz, que há um Redentor vivo e que, se nos achegarmos a Ele, Ele transformará nossa vida.

Em uma transmissão mundial para a Sociedade de Socorro em março de 2024, Presidente Russell M. Nelson disse: “Irmãs, nunca subestimem o poder extraordinário que vocês têm de influenciar outras pessoas para o bem … se algum dia o mundo perder a retidão moral de suas mulheres, ele nunca se recuperará.”
Elas ainda estão aqui
A última semana da vida do Salvador e Sua gloriosa Ressurreição, não podem ser completamente compreendidas sem se reconhecer o papel heroico das mulheres. Elas foram discípulas valorosas, testemunhas escolhidas e mensageiras do milagre supremo.
Elas estavam lá. E elas ainda estão aqui.
O legado daquelas mulheres que caminharam, choraram e testificaram da Ressurreição vive em cada mulher que hoje escolhe refletir sua fé e ser um instrumento do amor Dele.
— Nadia Gavarret é a gerente de traduções em espanhol do Church News.