Por que acabar com a pobreza começa no coração, explica a irmã Yee

Acabar com a pobreza começa com o reconhecimento do valor de alguém como filho de Deus, e depois olhar para fora, disse a irmã Kristin M. Yee, segunda conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro, durante um painel de discussão na quinta-feira, 6 de outubro.

“Começa onde está nosso coração e nossa própria capacidade de amar e sentir Deus em nossa vida, e vê-Lo em nossa vida. … Uma vez que sentimos esse amor, somos capazes de olhar para fora, … sentir esse mesmo amor [pelos outros] e ter o desejo de servi-los”, disse ela.

A irmã Yee foi uma das três participantes de um painel intitulado “End poverty in all forms everywhere” [Acabar com a pobreza de toda forma em todo lugar – em inglês] como parte da Conferência Acadêmica Internacional das Nações Unidas sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [em inglês], realizada na Universidade Utah Valley em Orem, Utah, de 5 a 7 de outubro. A conferência é intitulada “Why It Matters” [Por que é importante].

Os outros participantes foram Javier Cortés, CEO da Cope & UNCO, e Nandini Praveen, um estudante da Faculdade de Direito His Highness The Maharajas Government da Índia. Lonny Ward, diretor da CHOICE Humanitarian, moderou a discussão.

A irmã Yee falou do compromisso da Igreja de servir os necessitados. Este tópico da pobreza, disse ela, “é de grande importância porque está no centro das crenças e princípios de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Acreditamos em servir nossos vizinhos, amar a Deus e amar Seus filhos.”

Pobreza: Um problema urgente

De acordo com um relatório das Nações Unidas [em inglês], o impacto da pandemia de COVID-19 reverteu o progresso constante da redução da pobreza nos últimos 25 anos. A inflação crescente e a guerra na Ucrânia exasperaram ainda mais esta reversão.

“Há uma urgência quanto a isto, ao olharmos para nossos irmãos e irmãs em todo o mundo, que se encontram em circunstâncias em que nunca pensaram que estariam ou não desejam estar”, disse a irmã Yee. “Temos a oportunidade e o privilégio de ajudá-los.”

A pobreza não é apenas um problema físico, disse ela. “É um assunto emocional e espiritual também.”

Ela falou do esforço da organização da Sociedade de Socorro para fornecer alívio temporal e espiritual aos filhos de Deus em todo o mundo. Ela também destacou como a Igreja está trabalhando para reduzir o sofrimento e a pobreza, em colaboração com muitas organizações.

Em 2021 A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias:

• Gastou US$ 906 milhões para ajudar os necessitados em 188 países e territórios.
• Dedicou aproximadamente 6,8 milhões de horas de serviço voluntário.
• Ajudou 1,7 milhão de pessoas por meio de 114 projetos de água potável e saneamento.
• Participou de sete campanhas para acabar com doenças como diabetes, poliomielite e sarampo.
• Distribuiu 1 bilhão de doses de vacinas.
• Apoiou mais de 31.000 em pequenas propriedades de famílias.
• Produziu mais de 100 mil toneladas de alimentos.

Recentemente, a Igreja doou US$ 32 milhões ao Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas para ajudar 1,6 milhão de pessoas em nove países, sua maior doação individual para uma organização humanitária. A Igreja também tem trabalhado para ajudar os refugiados na Ucrânia.

Como a Igreja está trabalhando para lidar com as questões estruturais da pobreza?

Em resposta a uma pergunta sobre como a Igreja está trabalhando para lidar com as questões estruturais da pobreza, a irmã Yee citou três exemplos: Indústrias Deseret [em inglês], Programa de Recuperação de Dependências e a BYU–Pathway Worldwide. Uma pessoa não precisa ser membro da Igreja para participar de nenhum destes programas, acrescentou ela.

As Indústrias Deseret são mais do que um brechó e um centro de doações: seu principal objetivo é servir como um local de treinamento profissional. “Eles podem ter uma orientação lá e ter um local onde alguém possa ajudá-los a enxergar seu potencial … e obter um caminho para o emprego”, disse a irmã Yee sobre aqueles que trabalham lá.

A Igreja patrocina grupos de apoio à recuperação como parte do Programa de Recuperação de Dependências para qualquer pessoa que esteja lutando contra um vício ou comportamento compulsivo. “Há cerca de 2.800 grupos de recuperação reunidos por semana, em 30 países e em 17 idiomas diferentes. E 304.405 pessoas, apenas no ano passado, fizeram parte disso”, disse ela.

A BYU–Pathway Worldwide foi projetada para ajudar aqueles que não têm acesso à educação. “Esta é uma oportunidade de educação para todos os filhos de Deus”, disse a irmã Yee. “Existem 60.000 estudantes em 180 países.”

Como o ensino de princípios religiosos ajuda o programa de pobreza?

“Saber quem somos muda a forma como pensamos sobre nós mesmos e qual é o nosso potencial”, disse a irmã Yee.

Ela falou sobre sua experiência crescendo em Sacramento, Califórnia, e se mudando para um pomar em Burley, Idaho, onde aprendeu o valor do trabalho duro e seu potencial como filha de Deus.

Citando Presidente Ezra Taft Benson, ela disse: “O Senhor trabalha de dentro para fora. O mundo funciona de fora para dentro. O mundo tira as pessoas da favela. Cristo tira a favela das pessoas, e então elas saem da favela. O mundo molda os homens mudando seu ambiente. Cristo muda os homens, que assim mudam seu ambiente. O mundo molda o comportamento humano, mas Cristo pode mudar a natureza humana.”

A irmã Yee continuou: “O potencial está bem aqui em cada um de nós e é poderoso. Se entendermos quem somos, podemos fazer essa mudança. E entender quem nos ama pode mudar como fazemos as coisas e por que fazemos as coisas, nos dando motivação.”

Concluindo, a irmã Yee disse: “Podemos fazer a diferença, não apenas como comunidades de fé, não apenas como organizações governamentais ou ONGs, mas como indivíduos, famílias, comunidades dentro de sua própria casa, dentro de seus próprios bairros. Você conhece pessoas que estão em necessidade tanto espiritual quanto materialmente.”

Enquanto trabalhamos com o objetivo de ajudar as pessoas que sofrem com a pobreza em todo o mundo, “não nos esqueçamos daqueles que estão dentro de nossa esfera de influência, porque é aí que realmente começa. …”, acrescentou a irmã Yee. “Há um propósito para sua posição. Então olhe ao seu redor e observe. Onde você pode contribuir? Onde você pode amar? Onde você pode servir?”

Bispo L. Todd Budge, segundo conselheiro no Bispado Presidente, falou na sessão inaugural em 5 de outubro sobre como indivíduos, famílias e comunidades compartilham o dever sagrado de cuidarem da Terra.

“As consequências de nossas ações, para melhor ou pior, se acumulam no futuro e às vezes são sentidas apenas gerações depois”, disse Bispo Budge. “A responsabilidade requer pés e mãos trabalhando no presente com um olhar fixo no futuro.”