Ruth May Fox foi uma das últimas pioneiras a atravessar as planícies americanas, aos 13 anos, em 1867.
Aos 75 anos, em 1929, Fox foi chamada como presidente da Associação de Melhoramento Mútuo das Moças, precursora da atual organização das Moças.
Como uma das últimas pioneiras vivas se preparando para comemorar o 100º aniversário de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em 1930, Fox se perguntou como uma nova geração de jovens membros daria continuidade ao legado de fé dos pioneiros.
Esse desejo de conectar o passado com o futuro a inspirou a escrever as palavras de um hino intitulado “Carry On” [”Constantes Qual Firmes Montanhas”].
Enquanto moças e rapazes cantavam o refrão na celebração, eles encenaram o chamado do verso final, mantendo suas cores erguidas, levantando papéis em dourado e verde, as cores da antiga Associação de Melhoramento Mútuo. “Ó jovens de nobre estirpe”, eles cantaram, “avançar, avançar, avançar”.
Quase 100 anos depois, o mesmo título, com seu profundo significado, se encaixa apropriadamente na capa do primeiro livro acadêmico publicado sobre a história da organização das Moças.
A Igreja anunciou o lançamento de “Carry On: The Latter-day Saint Young Women Organization, 1870–2024″ [Constantes qual firmes montanhas: A Organização das Moças da Igreja, 1870-2024 – em inglês], publicado pela Imprensa do Historiador da Igreja, durante uma entrevista coletiva realizada na Biblioteca de História da Igreja em Salt Lake City na terça-feira, 11 de março de 2025.
Falando com representantes da imprensa, a presidente Emily Belle Freeman, presidente geral das Moças, disse que o que ela mais ama na história é sua mensagem consistente. Quando a organização foi fundada em 1870, Presidente Brigham Young disse: “É necessário que as jovens filhas de Israel obtenham um testemunho vivo da verdade”. ... Desejo que nossas filhas adquiram conhecimento do evangelho por si mesmas.”
Presidente Freeman disse: “A coisa maior e de mais profunda importância é obtermos um testemunho. Isso ainda é verdade no que estamos fazendo hoje.”
Embora seja um trabalho acadêmico, o livro é fácil de se ler, disse Élder Hugo E. Martinez, Setenta Autoridade Geral e diretor executivo assistente do Departamento de História da Igreja, que dirigiu o evento.
“É uma narrativa histórica de eventos importantes que se repetem e como eles foram conduzidos ao longo do tempo, misturados com histórias pessoais, que é como o Senhor gostaria que ensinássemos a história da Igreja restaurada”, disse ele.
O lançamento de “Carry On” acontece cinco anos após a organização das Moças celebrar seu 150º aniversário, em junho de 2020.
‘Um projeto inovador’
Lisa Olsen Tait, uma das autoras do livro e historiadora-gerente de história das mulheres no Departamento de História da Igreja, disse que a “publicação histórica” começou há 10 anos “como um campo não arado” e se baseia em outras obras de história das mulheres santos dos últimos dias. Ela se baseia em mais de 150 anos de correspondências, atas, histórias orais e outros registros, encontrados na Biblioteca de História da Igreja.
“Ele proporciona uma nova perspectiva sobre a história da Igreja, por meio de aspectos como dinâmica geracional, liderança feminina, desenvolvimento institucional e mudança cultural”, disse Tait.
O volume destaca a história muitas vezes esquecida de jovens santos dos últimos dias e suas experiências, bem como as contribuições de dezenas de milhares de mulheres líderes ao longo das gerações.
“A esperança que temos é que este projeto estabeleça uma compreensão básica da história, de uma forma que, com sorte, plante sementes e crie aberturas para futuras bolsas de estudo”, disse Tait.
Diferente de projetos anteriores de edição de documentários, que apresentam uma seleção de documentos com anotações, a decisão foi criar uma história narrativa para “Carry On”, de como a organização se desenvolveu, respondeu às mudanças culturais, e permaneceu comprometida com a missão religiosa.
“Queríamos que isto fosse diferente, porque precisava ter um enredo”, disse Tait. “Esta é outra maneira pela qual este é um projeto inovador para nós.”
Amber Taylor, outra historiadora e autora do projeto, disse que os leitores aprenderão sobre corajosos líderes, como a irmã Ruth MayFox, Ardeth G. Kapp e outras, as quais enfrentaram o papel, às vezes complicado, de serem líderes mulher, enquanto serviam com outras pessoas em união e amor.
Junto com a narrativa institucional, o livro apresenta histórias pessoais de moças ao redor do mundo, e também como as líderes desenvolveram programas como o Progresso Pessoal e o acampamento das Moças.
“Foi inspirador testemunhar o amor sincero e a preocupação que as líderes tinham e têm pelas moças sob seus cuidados, e como elas discutiram, buscaram e oraram para entenderem as necessidades das jovens e como poderiam melhor servi-las”, disse Taylor.
Falando sobre o legado de liderança das Moças, a presidente Freeman disse que uma de suas coisas favoritas é levar grupos de moças à Sala da Presidente no Edifício da Sociedade de Socorro, e mostrar fotos de mulheres líderes extraordinárias, para que possam ter uma visão de quem podem se tornar e entender a influência que podem ter sobre outras pessoas, por meio do serviço na Igreja.
“Para mim, ver de onde viemos e onde estamos agora, este legado de liderança, é provavelmente minha parte favorita de todo o livro”, disse a presidente Freeman.
A nova história fornece uma lente para vermos o que significou para a Igreja crescer multicultural e internacionalmente.
“Esta história nos ajuda a ver o que significou para muitas pessoas, e povos, fazer desta fé a sua própria e encontrar pontes entre gerações no evangelho restaurado de Jesus Cristo”, disse James Goldberg, outro autor-historiador do projeto.
Os homens também podem se beneficiar da leitura desta história, disse ele.
“Esperamos que o trabalho histórico possa expandir nossa memória, expandir nossa empatia e ajudar os homens a se conectarem”, disse Goldberg. “Como homem, aprendi muito com a pesquisa deste livro.”
Como parte de seus comentários, os autores prestaram homenagem à falecida historiadora Kate Holbrook, que contribuiu para o projeto antes de sua morte em 2022.
Notas históricas e site
Originalmente organizada como o Departamento das Moças da Associação Cooperativa de Economia e Recato, a organização das Moças foi formada em 27 de maio de 1870, por algumas das filhas do Presidente Brigham Young, com o objetivo de proteger as moças das influências do mundo, que chegavam com o avanço da ferrovia transcontinental.
Elmina Shepard Taylor foi a primeira presidente da organização das Moças, de 1880 a 1904.
A introdução, disponível em churchhistorianspress.org [em inglês], divide a história em três partes [todas em inglês]:
- Parte 1: A Juventude de Sião (1870-1930).
- Parte 2: Fiéis à Fé (1930-1984).
- Parte 3: Filhas do Pai Celestial (1984-2024).
O site apresenta uma linha do tempo da história da organização, uma lista de presidências gerais das Moças, um quadro e lista de classes, prêmios das Moças e imagens históricas [todos em inglês].
Para saber mais sobre o livro “Carry On”, visite churchhistorianspress.org/youngwomen [em inglês].
