Em muitas partes do mundo, campanhas eleitorais, debates e controvérsias têm sido parte dos ideais mais diversos na disputa por votos. Membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias têm sido aconselhados por seus líderes a participarem dos processos eleitorais como bons cidadãos e a ficarem informados, exercendo o engajamento social e respeitando as diferenças e opiniões de outros.
A seguir estão alguns princípios básicos para se participar em tais eventos de forma cívica e também para compreender por que a Igreja é tanto politicamente neutra como socialmente engajada [em inglês].
A doutrina
A 13ª Regra de Fé nos diz: “Cremos em ser honestos, verdadeiros, castos, benevolentes, virtuosos, e em fazer o bem a todos os homens; na realidade, podemos dizer que seguimos a admoestação de Paulo: Cremos em todas as coisas, confiamos em todas as coisas, suportamos muitas coisas e esperamos ter a capacidade de tudo suportar. Se houver qualquer coisa virtuosa, amável, de boa fama ou louvável, nós a procuraremos.”
Em Doutrina e Convênios 134, incorporada em Kirtland, Ohio, em agosto de 1835, encontramos o seguinte preâmbulo à declaração: “Para que nossa crença com respeito aos governos da Terra e às leis em geral não seja interpretada nem compreendida erroneamente, achamos conveniente apresentar, ao final deste volume, nossa opinião concernente ao assunto.” Em seguida, 12 versículos descrevem uma posição que é tomada até hoje em termos de nossa religiosidade e dever civil.
Uma declaração oficial de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias [em inglês], como instituição religiosa, de 2016 e atualizada em 2019, explica aquilo que devemos ter em mente ao pensarmos em nossa participação política e social.
Neutralidade Política
"A missão da Igreja é pregar o evangelho de Jesus Cristo, e não eleger políticos. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é neutra na questão de partidos políticos. Isto se aplica em todas as muitas nações na qual [A Igreja] está estabelecida.
"A Igreja NÃO
- "Apoia, promove ou se opõe a partidos, candidatos ou plataformas políticas.
- "Permite que os edifícios [com por exemplo capelas, salões culturais, edifícios do Seminário e Instituto etc.], listas de membros e outros recursos sejam usados para fins políticos partidários.
- "Tenta orientar seus membros para qual candidato ou partido eles devem dar seu voto. Esta política se aplica aos candidatos, membros ou não, de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
- "Tenta dirigir ou impor [algo] a um líder do governo.
"A Igreja [SIM]
- "Encoraja seus membros a desempenharem um papel como cidadãos responsáveis em suas comunidades, inclusive mantendo-se informados sobre [diversas] questões e votando nas eleições.
- "Espera que seus membros se engajem no processo político de modo informado e civil, respeitando o fato de que membros da Igreja vêm de uma variedade de origens e experiências, e podem ter diferentes opiniões em assuntos referentes a partidos políticos.
- "Solicita que candidatos a cargos [políticos] não pressuponham que suas candidaturas ou plataformas sejam endossadas pela Igreja.
- "Reserva o direito, como instituição, de abordar de forma não partidária, questões que acredite ter consequências comunitárias ou morais, ou que diretamente afetem os interesses da Igreja.
"Nos Estados Unidos, onde residem quase metade dos santos dos últimos dias no mundo, em cada eleição nacional a Igreja costuma emitir uma carta para ser lida a todas as congregações, incentivando seus membros a votarem, mas enfatizando a neutralidade da Igreja em relação a assuntos políticos partidários.
“Relacionamentos com o governo
“Santos dos últimos dias eleitos tomam suas próprias decisões, as quais podem não estar necessariamente de acordo com outros [membros], ou até mesmo com a posição publicamente declarada da Igreja. Embora a Igreja possa lhes comunicar seus pontos de vista, ela [também] reconhece, assim como a qualquer outra autoridade eleita, que tais autoridades ainda devem fazer suas próprias decisões, baseadas em seus próprios julgamentos, e em consideração a seus constituintes que representam.”
Conferência geral
Durante a conferência geral de outubro de 2020, Presidente Dallin H. Oaks nos instruiu: “Em um governo democrático, sempre haverá diferenças no que diz respeito a candidatos políticos e a diretrizes. No entanto, como seguidores de Cristo, devemos renunciar à raiva e ao ódio com os quais as escolhas políticas são debatidas ou declaradas em muitos ambientes.”
Em sua conclusão ele testificou que “... aprendi com o Senhor que é possível obedecer às leis de nosso país e buscar melhorá-las, e também amar nossos adversários e inimigos. Embora não seja algo fácil, isso é possível com a ajuda de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele deu esse mandamento de amar [nossos inimigos] e promete nos ajudar quando procurarmos obedecer a Ele.”