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A liberdade religiosa deve ‘beneficiar a sociedade como um todo’, diz Presidente Oaks

‘A liberdade religiosa não é apenas o direito de acreditar; é o direito de colocar nossas crenças em prática’, disse Presidente Dallin H. Oaks em um podcast do Church News

Como ex-professor de Direito, escriturário da Suprema Corte dos Estados Unidos e juiz da Suprema Corte de Utah, Presidente Dallin H. Oaks foi “conduzido por uma série de experiências que ampliaram [sua] visão” sobre a liberdade religiosa.

“Se você ainda não pensou seriamente sobre a liberdade religiosa”, disse Presidente Oaks, primeiro conselheiro na Primeira Presidência, “ou se você se pergunta por que ela é importante, me deixe incentivá-lo a pensar: ‘Aonde a ausência de liberdade religiosa levaria a sociedade?’”

Ele disse que as pessoas hoje deveriam fazer mais para ensinar ao público em geral as vantagens oferecidas a todos, crentes e não crentes, quando as pessoas religiosas têm a liberdade de adorar como quiserem.

Presidente Dallin H. Oaks, da Primeira Presidência, discursa na Cúpula de Liberdade Religiosa de Notre Dame em Roma, Itália, em 20 de julho de 2022.
Presidente Dallin H. Oaks, da Primeira Presidência, discursa na Cúpula de Liberdade Religiosa de Notre Dame em Roma, Itália, em 20 de julho de 2022. | A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

“Todos se beneficiam quando temos essa liberdade. Mas precisamos nos esforçar mais para ensinar esse fato essencial do que qualquer um de nós fez individualmente no passado.”

No ano passado, na Cúpula de Liberdade Religiosa de Notre Dame de 2022 em Roma, Itália, ele pediu “um esforço global para defender e promover a liberdade religiosa de todos os filhos de Deus em todas as nações do mundo.” Enquanto estava em Roma, Presidente Oaks falou com o Church News sobre a importância da liberdade religiosa tanto para os que têm fé quanto para os que não a possuem. Seus comentários completos serão apresentados no episódio da semana passada do podcast do Church News [em inglês]

Liberdade religiosa para todos os filhos de Deus

A liberdade religiosa ideal, disse Presidente Oaks, deveria afetar positivamente tanto o crente quanto o descrente.

“A representação mais eficaz da liberdade religiosa”, disse ele, “é uma representação que defende as pessoas de fé ou sem fé, porque mesmo as pessoas sem religião têm um grande interesse no que pode ser feito pelas religiões e pelos crentes que defendem a liberdade em geral, os quais tentamos encorajar.”

É falta de visão dos crentes religiosos, disse Presidente Oaks, ver suas crenças e valores como dominantes sobre outras preocupações de seus irmãos e irmãs. Mas, ao entendermos melhor as crenças e posições dos outros, “estamos mais aptos a vivermos pacificamente”, disse ele, “e com respeito mútuo sob um conjunto comum de leis e crenças religiosas.”

Presidente Dallin H. Oaks, de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, conversa com o reitor da faculdade de Direito de Notre Dame, G. Marcus Cole, durante a Cúpula de Liberdade Religiosa de Notre Dame na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, na quarta-feira, 20 de julho de 2022.
Presidente Dallin H. Oaks, de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, conversa com o reitor da faculdade de Direito de Notre Dame, G. Marcus Cole, durante a Cúpula de Liberdade Religiosa de Notre Dame na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, na quarta-feira, 20 de julho de 2022. | Jeffrey D. Allred, Deseret News

Estas leis comuns e compreensão mútua ocorrem quando grupos e indivíduos “se unem a outras organizações, com ideias semelhantes para promoverem a liberdade religiosa, não para serem solitários de acordo com a preferência e interesse individuais, mas para terem o amplo interesse de tentarem se unir.” Um exemplo que Presidente Oaks ofereceu sobre isso é a cooperação entre os santos dos últimos dias e a Igreja Católica Romana.

Presidente Oaks disse: “Precisamos pensar na liberdade religiosa para todos os filhos de Deus. E se não o fizermos, estaremos aquém do que nosso divino Pai Celestial espera que façamos. Somos todos Seus filhos. Alguns de nós temos bênçãos que precisamos reconhecer e tentar expandir para o benefício de todos os Seus filhos.”

Stephanie Barclay, diretora da Iniciativa de Liberdade Religiosa de Notre Dame, conversa com Presidente Dallin H. Oaks, antes de seu discurso na Cúpula de Liberdade Religiosa de Notre Dame em Roma, Itália, em 20 de julho de 2022.
Stephanie Barclay, diretora da Iniciativa de Liberdade Religiosa de Notre Dame, conversa com Presidente Dallin H. Oaks, antes de seu discurso na Cúpula de Liberdade Religiosa de Notre Dame em Roma, Itália, em 20 de julho de 2022. | A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Liberdade para se reunir como congregações religiosas

Ele disse que “a liberdade religiosa não é apenas o direito de acreditar; é o direito de colocar nossas crenças em ação. E também é o direito de se reunir, de ter organizações que ensinem e defendam os princípios religiosos que beneficiam a sociedade como um todo.”

A pandemia da COVID-19 impediu que os grupos religiosos em todo o mundo se reunissem em suas congregações. Agora que as restrições sociais foram suspensas, Presidente Oaks incentivou as pessoas religiosas e fortalecerem suas comunidades e nações. “O direito de agir como uma organização, como as religiões fazem em hospitais e cuidando dos pobres, e em tantas outras situações, é um aspecto muito importante da liberdade religiosa.”

Presidente Dallin H. Oaks e sua esposa, a irmã Kristen Oaks, observam o magnífico Templo de Roma Itália, do Centro de Visitantes na terça-feira, 19 de julho de 2022.
Presidente Dallin H. Oaks e sua esposa, a irmã Kristen Oaks, observam o magnífico Templo de Roma Itália, do Centro de Visitantes na terça-feira, 19 de julho de 2022. | A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Coexistente com o direito de se reunir como congregação religiosa está o direito de construir casas do Senhor para adorar. O templo “é um grande símbolo da continuidade da vida”, disse Presidente Oaks, permitindo que os filhos de Deus ofereçam a mensagem do evangelho restaurado aos que morreram antes que pudessem recebê-la.

“Fomos colocados aqui nesta terra mortal como o segundo ato de uma peça que tem pelo menos três atos: vivíamos como espíritos antes de virmos para cá, vivemos na mortalidade para os propósitos que o Senhor delineou e a vida não termina aqui; continua, nossa identidade continua, até o terceiro ato. … Podemos fazer muito nos templos para compensarmos o que nossos antepassados perderam por causa das condições de sua vida.”

Graças à liberdade religiosa em muitos países ao redor do mundo, a Igreja de Jesus Cristo já tem 315 templos anunciados, em construção ou em funcionamento. Um grande número, ou 133 deles, foi anunciado em apenas cinco anos desde que Presidente Russell M. Nelson se tornou Presidente da Igreja em 2018.

Esta rápida taxa de crescimento de templos, disse Presidente Oaks, é cuidadosamente planejada e considerada: “O objetivo é aproximar os templos das pessoas, para que qualquer santo dos últimos dias, com [um tempo de] viagem razoável para suas condições e circunstâncias, possa ir a uma Casa do Senhor para fazer os convênios essenciais da mortalidade.”

Presidente Dallin H. Oaks, primeiro conselheiro na Primeira Presidência de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, em seu escritório no Edifício de Administração da Igreja em Salt Lake City, na quarta-feira, 27 de julho de 2022.
Presidente Dallin H. Oaks, primeiro conselheiro na Primeira Presidência de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, em seu escritório no Edifício de Administração da Igreja em Salt Lake City, na quarta-feira, 27 de julho de 2022.

Onde estaria a sociedade sem a liberdade de religião?

Fundamental para a doutrina da Igreja restaurada, disse Presidente Oaks, é “o direito e a obrigação dos indivíduos de escolherem guardar os mandamentos de Deus e promoverem o propósito do evangelho de Jesus Cristo, conforme Ele o ensinou. E sem liberdade religiosa, não somos livres para fazermos isso. Todo o propósito e o ambiente essencial da Igreja dependem da liberdade de escolha.”

Algo que todas as pessoas perderiam em um mundo sem liberdade religiosa, disse ele, é o direito de escolha.

“Encorajo os jovens adultos a considerarem onde estaria a sociedade, onde estariam nossas vidas, onde estaria nossa religião, se não tivéssemos liberdade religiosa.”

Ele continuou: “A única forma de se progredir em termos de liberdade religiosa em todo o mundo, é fazer com que as pessoas que desfrutam da liberdade religiosa pensem nas circunstâncias das pessoas que não são religiosas, não crentes, que ainda não viram a importância ou que não podem desfrutar da liberdade religiosa no país onde vivem”.

Pessoas de todo o mundo e ao longo do tempo foram forçadas a fugirem de suas casas por causa de suas crenças religiosas, ou da falta de liberdade religiosa em seu país. “Precisamos ser solidários, compreensivos e acolhedores” com eles, disse Presidente Oaks, porque a maioria dos povos do planeta também descende de refugiados.

“É difícil encontrarmos um país que não tenha sido afetado ou habitado por refugiados em algum momento”, disse ele. “É um problema antigo e precisamos conviver com ele de forma mais eficaz e compassiva.”

Presidente Dallin H. Oaks, primeiro conselheiro na Primeira Presidência de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, em seu escritório no Edifício de Administração da Igreja em Salt Lake City, na quarta-feira, 27 de julho de 2022.
Presidente Dallin H. Oaks, primeiro conselheiro na Primeira Presidência de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, em seu escritório no Edifício de Administração da Igreja em Salt Lake City, na quarta-feira, 27 de julho de 2022. | Kristin Murphy, Deseret News

Liberdades constitucionais

Um passo fundamental que a história deu em direção à liberdade religiosa foi a Constituição dos Estados Unidos, assinada em 17 de setembro de 1787. Este documento histórico descreve princípios de liberdade que “sabemos ser inspirados pelo Senhor para todas as pessoas”, disse Presidente Oaks.

“E isso não é cada termo ou disposição da Constituição dos Estados Unidos. Mas coisas como a soberania do povo, o dever do governo de zelar pelo bem do povo e de abster-se de fazer coisas que sejam simplesmente de interesse egoísta daqueles que podem governar em um determinado momento, esses são alguns dos princípios fundamentais da Constituição dos Estados Unidos.”

Uma adição importante à Constituição ocorreu com a emenda de 15 de dezembro de 1791, para incluir a Declaração de Direitos [em inglês]. A Primeira Emenda do projeto de lei começa com a frase: “O Congresso não deverá fazer qualquer lei a respeito de um estabelecimento de religião, ou proibir o seu livre exercício.”

Presidente Oaks disse: “É importante que os santos dos últimos dias em todo o mundo entendam que existem princípios fundamentais na Constituição dos Estados Unidos que foram estabelecidos por Deus.”

E embora tenha sido redigida nos Estados Unidos, “a importância deste documento não para nas fronteiras dos Estados Unidos”, disse Presidente Oaks. “... Assim, diferentes países adotarão estes princípios ou optarão por ignorá-los, de acordo com sua própria soberania e cultura.”

Para aqueles que estão preocupados com seu governo ou com as tendências que veem nos governos, Presidente Oaks deu esta orientação: “Confiem no Senhor.”

Ele disse: “Há um Deus no céu, e Ele cuida de todos os Seus filhos em todas as nações. E embora se espere que façamos tudo o que pudermos, quando tivermos feito tudo o que pudermos dentro das condições de nosso próprio governo, o Senhor fará a diferença para o benefício e bênção de Seus filhos em Seu próprio tempo.”

Presidente Dallin H. Oaks, primeiro conselheiro na Primeira Presidência de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e sua esposa, a irmã Kristen Oaks, são entrevistados no Centro de Visitantes do Templo de Roma Itália, na terça-feira, 19 de julho de 2022.
Presidente Dallin H. Oaks, primeiro conselheiro na Primeira Presidência de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e sua esposa, a irmã Kristen Oaks, são entrevistados no Centro de Visitantes do Templo de Roma Itália, na terça-feira, 19 de julho de 2022. | Jeffrey D. Allred, Deseret News
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