Craig Sundell, um santo dos últimos dias, estava trabalhando como gerente de dois clubes de campo quando sua colega de trabalho chegou animada ao seu escritório.
“Craig, vou te enviar algo que você precisa ver”, ela disse, antes de lhe mandar um e-mail com um link para uma audição para participar do reality show sueco “Allt för Sverige” [em inglês]. O título pode ser traduzido diretamente como “All For Sweden” [Todos pela Suécia], mas o nome em inglês do programa é “The Great Swedish Adventure” [A grande aventura sueca].
A cada temporada, a série vencedora do prêmio International Emmy escolhe 10 americanos com ascendência sueca, para viajarem ao país, mergulharem fundo em suas raízes e competirem pelo grande prêmio: conhecer seus parentes suecos. As atividades da competição incluem desafios intelectuais e físicos relacionados à cultura sueca.
Sundell, que mora ao norte de Dallas, Texas, entendeu por que sua colega achou que ele poderia ser uma boa opção para o programa, já que ela havia se familiarizado com sua ascendência sueca, enquanto o ajudava a traduzir alguns documentos de história da família.
Mas já era final de janeiro de 2024, o que significava que ele teria apenas 10 dias para enviar todos os materiais de inscrição. Além do aviso em cima da hora, Sundell disse que soube que mais de 350 pessoas se inscreveram. “Eu realmente senti que minhas chances eram nulas.”
Para sua surpresa, no entanto, os produtores o chamaram para uma entrevista. Aquilo o levou a uma segunda entrevista, depois a uma terceira e, finalmente, a uma avaliação psicológica antes de receber a boa notícia: ele iria para a Suécia como um dos 10 concorrentes americanos no programa “Allt för Sverige”.
As filmagens começaram em maio, e Sundell passou várias semanas explorando o país, incluindo uma visita à terra natal de seus ancestrais na ilha de Gotland. A 12ª temporada está sendo exibida no momento, e episódios das temporadas anteriores podem ser vistos no YouTube.
Sundell teve maior destaque no episódio quatro desta temporada, quando compartilhou sua história pessoal e sua fé como santo dos últimos dias. Ele também apareceu no episódio cinco, quando foi eliminado da competição.
Embora Sundell não tenha ganhado o grande prêmio de conhecer seus parentes suecos, ele se conectou com eles desde que voltou para casa, e também descobriu um ramo de sua árvore genealógica que até então era desconhecida para ele.
Sundell disse que participar do programa teve seus desafios, como coordenar um período de folga com seu empregador e não poder levar nenhum membro da família com ele.
Mas ele e sua esposa oraram sobre a oportunidade, foram ao templo e, “durante todo o tempo tivemos, esse sentimento de que eu deveria ir. … Se [minha participação no programa] pudesse gerar algum interesse lá na reabertura do templo de Estocolmo no ano que vem, isso poderia levar [as pessoas a terem] mais interesse na Igreja.”
Bispo Jacob Lesue, bispo da Ala Cross Roads, onde Sundell frequenta em Aubrey, Texas, disse que a experiência de Sundell está demonstrando a importância do trabalho de história da família para os santos dos últimos dias locais.
“Gostaríamos de ter mais envolvimento [e] mais atividades com o trabalho de história da família”, disse o bispo Lesue, acrescentando que ter a história de Sundell em destaque no programa “é um grande exemplo para a ala, e até mesmo para a estaca”.
Procurando por ramos da árvore genealógica
Sundell disse que sua ascendência sueca vem do lado paterno da família. Porém, a pesquisa genealógica por essa linha é difícil, porque seu pai nasceu fora do casamento, durante o início do século XX, e filhos de pais solteiros naquela época recebiam apenas o nome da mãe em sua certidão de nascimento.
Sundell disse que seu pai foi criado pelos avós maternos, que imigraram para os E.U.A. quando ele tinha 6 anos. Eles se estabeleceram em Chicago em 1918.
Sundell disse que seu pai cresceu na área de Chicago, onde conheceu sua mãe, e se filiou à Igreja cerca de três anos antes de Sundell nascer.
“Ele morreu quando eu tinha 13 anos, e minha mãe fez o possível para nos manter informados sobre a cultura da Suécia, mas ela não sabia muito sobre o assunto”, disse Sundell.
Então, quando surgiu a oportunidade com o programa “Allt för Sverige”, ele sentiu que encontrar seu avô sueco poderia abrir uma nova linha genealógica e levar a mais trabalho no templo.
Os genealogistas do programa mergulharam na tentativa de descobrirem quem era o avô paterno de Sundell. Eles também fizeram uma pesquisa significativa sobre a linhagem de sua avó paterna, disse ele, que foi como ele acabou na ilha de Gotland para o episódio especial focado nele.
Lá, ele foi levado para uma igreja remota e centenária, onde seu tataravô era um clérigo. Uma pintura de 300 anos, retratando aquele tataravô, sua esposa e seus nove filhos, ainda está pendurada na igreja, contou Sundell.
“Não sabíamos sobre esse clérigo no sul de Gotland”, disse Sundell, acrescentando: “Haverá muito trabalho [no templo] que precisa ser feito, e é para isso que estamos nos preparando desde que voltei.”
Abrindo portas
Embora sua experiência em Gotland tenha aberto um novo ramo na árvore genealógica de Sundell, os genealogistas da série ficaram perplexos sobre quem era seu avô paterno.
No entanto, após seu retorno para casa, Sundell disse que um genealogista entrou em contato com ele com uma oferta para rastrear a linhagem de seu avô paterno, por meio da tecnologia de DNA. Este processo está em andamento, mas Sundell está esperançoso: o genealogista reduziu as possibilidades a uma área geográfica específica, disse ele.
“Não consigo dizer quantas portas se abriram para mim [durante o programa]”, disse Sundell.
Ele planeja levar sua família de volta à Suécia no próximo verão, para visitar os locais da história de sua família e conhecer os parentes vivos que ainda estão lá.
Enquanto isso, Sundell disse que é simplesmente grato por ter tido esta experiência.
“Éramos todos 10 [concorrentes] muito diferentes e únicos”, disse ele, observando que, de todos eles, ele foi o único cuja religião os produtores se concentraram. “Então, há um fascínio real pela Igreja lá.”