Em 30 de novembro de 2017, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias apresentou o conceito de se utilizar máquinas de venda automática como uma maneira fácil de doar para organizações de caridade, durante uma entrevista coletiva [em inglês] no saguão do Edifício Memorial Joseph Smith.
Como parte da segunda campanha Seja a Luz do Mundo da Igreja, as pessoas puderam usar as Máquinas de Doação para comprarem óculos, garrafas de água, galinhas e cabras, entre muitos outros itens, para indivíduos e famílias necessitadas.
“Em vez de obter algo de uma máquina de venda automática, você pode realmente dar algo. Fizemos parcerias com várias instituições de caridade e todas elas estão envolvidas com estas máquinas de venda automática”, disse Élder Brent H. Nielson, na época um Setenta Autoridade Geral, que serviu como diretor executivo do Departamento Missionário da Igreja. Élder Nielson recebeu o status de emérito em agosto deste ano.
Élder Nielson disse que se a ideia desse certo, isto poderia ser feito “em outros lugares e em outros momentos, enquanto continuamos tentando ser a luz o mundo.”
É seguro dizer que a ideia foi bem recebida pelas pessoas.
Sete anos depois, a Igreja anunciou, em 14 de novembro de 2024, que as Máquinas de Doação #SejaALuzDoMundo estarão em 107 cidades, 13 países e cinco continentes, incluindo as primeiras na África, durante a época de Natal deste ano.
Em 2023, foram doados US$ 10,4 milhões por meio das Máquinas de Doação em 61 locais em sete países. Desde o lançamento da iniciativa em 2017, mais de 2 milhões de pessoas visitaram as Máquinas de Doação, e mais de US$ 32 milhões foram doados, com as organizações sem fins lucrativos participantes recebendo 100% das contribuições, ajudando milhões de pessoas necessitadas em todo o mundo.
Um pequeno grupo de missionários de serviço da Igreja que estavam presentes em 2017, quando as Máquinas de Doação foram introduzidas, reuniu-se recentemente para ver uma exposição da Máquina de Doação original no Museu de História da Igreja em Salt Lake City. O grupo, que incluía Carl e Jan Boyington, Greg e Nancy Van Zweden, Cindy Pratt, Kim Olsen, Karla Ferguson e Gina Larsen, refletiu sobre suas experiências memoráveis com o Church News. Eles compartilharam suas experiências por e-mail.
Pratt disse: “Não esperávamos a resposta, vindas do público, que estas máquinas teriam. Foi impressionante ver as centenas de pessoas que apareceram. Nós isolamos a área para as filas e, conforme os números aumentavam, tivemos que fazer filas em serpentina, como na Disneylândia. ...
“Surpreendentemente, as pessoas foram pacientes e estavam felizes, pois esperaram às vezes por mais de uma hora pela sua vez de doar. Conforme eu ajudava famílias individuais a fazerem suas escolhas e comprarem uma vaca, ou uma cabra, ou galinhas, ou muitos outros itens, a alegria que elas sentiam era incrível.”
Para Carl e Jan Boyington, ver a Máquina de Doação original no Museu de História da Igreja trouxe várias memórias à tona.
“Foi muito reconfortante”, escreveram. “Mais uma vez, sentimos gratidão por esta experiência, que aumentou muito nosso testemunho sobre doar a outras pessoas ao redor do mundo. Nunca nos esqueceremos disto.”
‘Não se pode duplicar isso’
Carl e Jan Boyington, de South Ogden, Utah, notaram que um momento engraçado aconteceu, quando um garotinho e seu pai inseriram seu dinheiro para comprar uma vaca. Quando o cartão caiu na bandeja, o garotinho se virou para seu pai e disse com grande apreensão: “Onde está minha vaca?”
Os Boyingtons serviram como missionários de serviço da Igreja por 13 anos (2007 a 2020), incluindo 10 anos como anfitriões no Edifício Memorial Joseph Smith e os últimos três como supervisores de 350 anfitriões no edifício. Eles se sentiram honrados e humildes por fazerem parte do primeiro evento das Máquinas de Doação, e expressaram gratidão por tantas pessoas que participaram com entusiasmo e serviram por longas horas durante esse período.
“Sem elas, não poderíamos ter cumprido esta enorme responsabilidade”, escreveram eles.
As Máquinas de Doação foram lançadas durante um uma época movimentada, mas emocionante na Praça do Templo. Grandes multidões já estavam vindo para verem as luzes de Natal, assistirem a grupos se apresentando no mezanino, tomarem chocolate quente no Nauvoo Café e verem a árvore de Natal e as decorações. Então adicione as Máquinas de Doação. O prédio estava frequentemente repleto com centenas de pessoas.
“As pessoas vinham cheias de entusiasmo e expectativa sobre que tipo de oportunidade elas poderiam ter para doar aos necessitados, sem saberem o que esperar, mas dispostas a experimentarem uma nova aventura”, disseram os Boyingtons. “Uma das melhores experiências foi observar crianças pequenas, quando elas colocavam seu dinheiro nas máquinas e podiam comprar uma galinha, uma cabra, óculos ou comida, tudo para outras pessoas ao redor do mundo.”
Apesar da multidão e do caos, havia um sentimento espiritual caloroso no prédio, fortalecido pelo som da música natalina.
Um homem abordou Carl Boyington e perguntou por que as Máquinas de Doação não estavam disponíveis on-line para sua conveniência. Naquele momento, um garotinho começou a pular de excitação após fazer uma compra.
“É por isso”, disse Carl Boyington. “Não se pode duplicar isso.”
‘Trabalho duro, mas alegre’
Cindy Pratt, de Provo, Utah, serviu como anfitriã de missionários de serviço na Praça do Templo por sete anos.
Depois que as Máquinas de Doação foram inauguradas ela e outros, que serviam no Edifício Memorial Joseph Smith, às vezes ficavam lá o dia todo e a noite toda. Ela disse que não era uma tarefa fácil administrar o grande número de pessoas, e que as máquinas quebravam com frequência.
“Foi um trabalho duro, mas alegre”, disse Pratt. “Estou muito feliz por ter tido a oportunidade de estar no começo desta experiência maravilhosa. Acho que nunca fiz parte de algo tão significativo antes.”
Em uma noite movimentada, quando a multidão era “enorme”, alguém começou a cantar uma canção de Natal e, um por um, todos se juntaram a eles. Logo o prédio se encheu com a alegria do Natal, em forma de canções. Com a árvore de Natal no centro do saguão e outras decorações, foi uma cena mágica.
“Ver a alegria de se doar no Natal e o amor do Salvador foi algo que nunca esquecerei”, disse Pratt. “As pessoas são boas. As pessoas querem fazer parte da disseminação de seu amor, e do amor do Salvador, com os outros.”
'Experiência sagrada'
Gina Larsen, de Alpine, Utah, se lembra de quando ouviu falar pela primeira vez sobre a ideia das Máquinas de Doação.
“Isto simplesmente me impactou e a tantas outras pessoas. Que ideia incrível”, ela disse. “É muito divertido ver o impacto das máquinas pelo mundo agora.”
Ela elogiou a devoção e dedicação dos anfitriões do edifício, que prestaram “serviço e sacrifício consagrados para conduzirem este projeto [das Máquina de Doação]”.
“Eles estavam tão inspirados e cheios do espírito de amor. Os anfitriões foram extraordinários neste momento, assim como em todos os outros dias em que serviram em sua missão de serviço. Foi algo sagrado de se ver. O serviço do convênio foi compensado com o espírito, e foi mágico”, disse Larsen, que serviu como missionária anfitriã de serviço da Igreja de 2014 a 2020, incluindo três anos como diretora anfitriã assistente dos edifícios da Igreja.
Um momento memorável para Larsen aconteceu quando ela saiu para o mezanino do Edifício Memorial Joseph Smith, e ficou impressionada com a visão abaixo.
“Aquela linda árvore no meio do salão e tantos santos reunidos ao seu redor, em uma fila, para ajudarem seus irmãos e irmãs necessitados ao redor do mundo. O amor que havia naquela sala e a emoção de sentirem que realmente poderiam fazer a diferença”, disse ela. “As pessoas são tão boas e querem ajudar. Foi tão evidente naquela época de Natal para mim. Eu adorava sair do meu escritório o máximo que podia e assistir de cima. Que experiência sagrada para mim. Jamais a esquecerei.”
'Foi pura alegria'
Kim Olsen, missionária de serviço da Igreja de 2004 a 2020, era a diretora anfitriã dos edifícios da Igreja em 2017.
Membro de A Igreja de Jesus Cristo dos santos dos últimos dias e moradora de Sandy, Utah, ela se lembra de estar na reunião em que a ideia foi apresentada e explicada. Foi emocionante, disse ela, e eles ficaram entusiasmados em participar.
“O entusiasmo era contagiante e a ideia acendeu um fogo no coração de todos os anfitriões que serviam no edifício”, disse Olsen.
Apesar das longas filas e do tempo de espera que alguns enfrentaram, ela gostou de observar as reações das pessoas, especialmente das crianças, enquanto compravam itens na máquina.
“Foi pura alegria”, disse Olsen. “As decisões foram deliberadas e intencionais, pois as pessoas fizeram seleções que importavam para elas. Assistir ao processo e ouvir as conversas, enquanto as famílias decidiam como gastar seu dinheiro, foi uma amostra em um espaço sagrado de amor.”
Ser “uma testemunha da bondade da humanidade foi um privilégio”, que Olsen nunca se esquecerá. Para aqueles que participaram em 2017, é uma “memória eterna de Natal” e foi humilde de se assistir.
Olsen disse que as Máquinas de Doação continuam abençoando vidas, tanto as dos doadores quanto as dos receptores.
“Sempre haverá um sentimento da magia do Natal em cada máquina, não importa em que lugar do mundo ela esteja”, ela disse. “Sempre espero que os anfitriões que ficaram horas extras para acomodarem cada pessoa que queria doar, tenham sentido uma pequena parte do sucesso deste presente incrível para o mundo.”
