SAN PEDRO SULA, Honduras — A primeira estaca de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em Honduras foi criada em San Pedro Sula em 10 de abril de 1977, com Samuel B. Ventura como presidente e Ricardo Galeas e Hernan Arguelles como conselheiros. O então Élder Boyd K. Packer, do Quórum dos Doze Apóstolos, presidiu a conferência.
Foi a primeira estaca organizada dentro dos limites da Missão Costa Rica San José e foi considerada um marco importante para a América Central, informou o Church News em 23 de abril de 1977.
Quarenta e sete anos depois, Élder Dale G. Renlund, do Quórum dos Doze Apóstolos, dedicará o Templo de San Pedro Sula Honduras em duas sessões no domingo, 13 de outubro, às 10h e 13h30, horário local. As sessões serão transmitidas para as capelas no distrito do templo.
A nova Casa do Senhor em San Pedro Sula será o 198º templo em funcionamento da Igreja. Ela está situada no noroeste de Honduras, a menos de 50 quilômetros da costa do Golfo de Honduras e do Mar do Caribe, e será o segundo templo no país da América Central.
O primeiro, o Templo de Tegucigalpa Honduras, localizado na capital, na região centro-sul do país, foi dedicado em 2013 e fica a 247 km de distância
‘Sinal de amor e misericórdia de Deus’
Os membros da presidência da Área América Central da Igreja e Setentas Autoridades Gerais: Élder Taylor G. Godoy, presidente, e seus conselheiros, Élder Patricio M. Giuffra e Élder Ryan K. Olsen, guiaram tours na abertura da visitação pública do templo de San Pedro Sula em setembro. Eles estavam acompanhados por Élder Kevin R. Duncan, também Setenta Autoridade Geral e diretor executivo do Departamento de Templos.
Élder Godoy disse que a nova Casa do Senhor tem um significado especial para todos em San Pedro Sula.
“É o sinal de amor e misericórdia de Deus pelos santos, lhes trazendo os convênios sagrados do Templo”, ele disse. “É uma bênção para as pessoas que seguem a Deus.”
Durante os tours, Élder Godoy observou que todos ficaram comovidos com algo no templo, incluindo a ordem, o silêncio e a beleza exterior e interior. Muitos visitantes saíram sabendo que o templo é um lugar sagrado, onde os santos dos últimos dias adoram a Deus, disse ele.
Élder Godoy espera que aqueles que forem ao templo valorizem e aproveitem sua proximidade para fazerem convênios com o Senhor.
“O templo de San Pedro Sula representa a importância dos convênios e ordenanças. Se focarmos nossa vida neles, seremos melhores discípulos de Cristo”, disse ele. “Que nossa vida diária seja um reflexo do que o templo significa para nós.”
A Igreja em Honduras
Os missionários chegaram a Honduras pela primeira vez em dezembro de 1952, logo após a Missão Centro-Americana ser organizada. Os primeiros conversos foram batizados e a primeira congregação foi organizada em março de 1953.
Os missionários começaram a servir em San Pedro Sula em 4 de outubro de 1954, sendo um ramo organizado em janeiro de 1955. O Distrito San Pedro Sula foi organizado em 4 de junho de 1961.
Um dos primeiros membros conversos na cidade foi Alma Gloria Chavez, de 17 anos, que obteve um testemunho do Livro de Mórmon e foi batizada em 1957. Apesar de perder amigos de longa data, seu emprego e ser despejada de sua casa, a jovem permaneceu fiel à sua fé. Ela serviu como professora da Escola Dominical e mais tarde como missionária de tempo integral, se tornando um exemplo respeitado de fé e resiliência entre os santos dos últimos dias em San Pedro Sula, de acordo com ChurchofJesusChrist.org [em inglês].
Quase 15 anos após a primeira estaca ter sido organizada em San Pedro Sula em 1977, a primeira conferência regional conhecida da Igreja em Honduras foi realizada em San Pedro Sula em fevereiro de 1991. Quase 5.000 pessoas compareceram à conferência, que foi realizada em uma grande arena de leilões limpa e pintada por santos dos últimos dias locais para a ocasião. O então Élder James E. Faust, do Quórum dos Doze Apóstolos, presidiu e discursou na conferência.
Em junho do mesmo ano, o então Élder Russell M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos, orou por Honduras [em inglês] quando a pregação do evangelho começou ali.
O falecido Presidente Gordon B. Hinckley se tornou o primeiro Presidente da Igreja a visitar Honduras em janeiro de 1997, como parte de uma viagem por seis países da América Central. Ele estava acompanhado pelo então Élder Nelson e outros líderes. Enquanto estava em San Pedro Sula, Presidente Hinckley se reuniu com quase 200 missionários e falou sobre a importância da retenção de conversos.
Após se reunir com os missionários, Presidente Hinckley discursou para mais de 8.000 membros em uma reunião ao ar livre, realizada no Estádio Nacional, informou o Church News em 1º de fevereiro de 1997. Ele também falou para 15.000 pessoas em Tegucigalpa na mesma viagem.
“Espero que a Igreja seja a coisa mais importante em sua vida”, ele disse aos santos em San Pedro Sula. “Espero que vocês vivam, amem, orem por ela, enviem seus filhos e filhas para o campo missionário por ela e sirvam nela quando forem chamados. Esta é a obra sagrada de Deus.”
Presidente Hinckley se sentiu inspirado a retornar e ministrar aos santos na Nicarágua e em Honduras, depois que o furacão Mitch causou inundações generalizadas e matou milhares em outubro de 1998. San Pedro Sula estava entre as áreas mais atingidas pelo furacão. Como parte do esforço de socorro, a Igreja enviou mais de 225 toneladas de alimentos para Honduras. Acompanhado pelo falecido Élder L. Tom Perry, do Quórum dos Doze Apóstolos, o então Bispo Presidente H. David Burton e membros da presidência da Área Centro-Americana da Igreja, Presidente Hinckley falou aos santos em Manágua, Nicarágua e San Pedro Sula e Tegucigalpa em Honduras, mais de 19.000 membros juntos, compartilhando mensagens de esperança e encorajamento. Os líderes da Igreja visitaram áreas e casas danificadas pela tempestade, expressando amor e garantia de que não esqueceriam os afetados, informou o Church News em 28 de novembro de 1998.
Em abril de 2012, Rosa Elena de Lobo, a primeira-dama de Honduras, se reuniu com Presidente Thomas S. Monson e outros, e visitou o Centro Humanitário da Igreja e a Praça de Bem-Estar. Ela elogiou a Igreja por sua generosidade em ajudar os necessitados em seu país após as enchentes.
Na década de 1970, os santos hondurenhos começaram a fazer longas jornadas até o templo mais próximo: primeiro em Mesa, Arizona (mais de 4.000 quilômetros), depois Cidade do México, México, e Cidade da Guatemala, Guatemala. Para os santos dos últimos dias em Tegucigalpa, eram aproximadamente 640 quilômetros até o Templo da Cidade da Guatemala Guatemala, que foi dedicado em 1984.
Os membros se alegraram em 17 de março de 2013, quando Élder Dieter F. Uchtdorf, que na época servia como segundo conselheiro na Primeira Presidência, dedicou o Templo de Tegucigalpa Honduras.
Na conferência geral de abril de 2019, Presidente Russell M. Nelson anunciou oito novos templos, incluindo um para San Pedro Sula, Honduras, um segundo templo no país. Roger Zavala, um membro local da Igreja, disse que sentiu que seu coração explodiria de alegria.
“Nossos corações estão cheios de alegria, sabendo que tantos membros fiéis daqui estão ajudando a tornar este templo possível por meio de sua fidelidade e serviço”, disse ele ao Church News.
A abertura de terra do Templo de San Pedro Sula Honduras foi presidida por Élder José Bernardo Hernández, Setenta de Área e natural de San Pedro Sula, em 5 de setembro de 2020. Devido à COVID-19, a participação presencial foi limitada, com a maioria das pessoas na área assistindo por transmissão ao vivo.
Quando dedicada, a nova Casa do Senhor em San Pedro Sula atenderá 15 estacas e um distrito. Hoje, há mais de 187.000 membros frequentando quase 240 congregações em Honduras.
Vendo os frutos do trabalho missionário
Quase 65 anos atrás, Gaylon Hopkins, de Lehi, Utah, era um novo missionário em San Pedro Sula.
Quando ele chegou ao local em 6 de janeiro de 1960, havia um pequeno ramo que não realizava batismos há algum tempo.
Três meses depois, Hopkins e seu companheiro bateram em “mais uma porta” antes do almoço e encontraram Anita Galindo e sua mãe, um encontro transformador que resultou no batismo de 20 pessoas. Na mesma época, Hopkins foi chamado como presidente do Ramo San Pedro Sula e serviu lá por vários meses.
Após sua missão, Hopkins e sua esposa, Margaret, serviram como líderes da Missão Venezuela Valência (1994-1997), líderes do Centro de Treinamento Missionário da Guatemala (2002-2004) e presidente e diretora do Templo de Montevidéu Uruguai (2006-2009), e ele tem servido como selador e patriarca desde então.
O anúncio de um templo em San Pedro Sula em 2019 foi emocionante e inspirador para Hopkins. Sabendo o quanto isso significaria para ele, os familiares organizaram e viajaram com ele para a casa aberta do templo em setembro. Sua família também tentou localizar membros que Hopkins conhecia em um esforço para se reconectar com eles durante a visita. Hopkins já havia conhecido dois netos de Anita Galindo, quando eles entraram no CTM da Guatemala em 2003.
Do lado de fora do templo, Hopkins ficou muito feliz ao ver Gonzalo Galindo. Ensinado quando jovem e batizado em um rio lamacento, Gonzalo Galindo agora serve como patriarca da Estaca San Pedro Sula Honduras.
“Enquanto estávamos no terreno sagrado do templo, o irmão Gonzalo e eu nos abraçamos. O poder e o amor do Pai Celestial nos envolveram e senti um poderoso espírito de confirmação que me fez saber que meus esforços débeis 63 anos antes daquele momento não foram em vão”, disse Hopkins.
Retornar para ver o novo templo e os velhos amigos despertou memórias preciosas para Hopkins, de 85 anos. Ele se lembrou de andar por ruas empoeiradas com mais de 38°C de calor e umidade opressiva, enquanto servia como presidente de um pequeno ramo e aprendia a falar espanhol, entre outras memórias.
“Pensar que agora eu estava no jardim de uma linda Casa do Senhor, cercado por presidentes de missão, missionários de duas missões e milhares de membros fiéis, só de vivenciar isso, fiquei tão emocionado e fraco que mal conseguia ficar de pé”, disse Hopkins.
“Sei que, como missionários, temos aqueles momentos em que nossos esforços parecem trazer pouco sucesso ou parecem ter pouco valor. Nesses momentos devemos lembrar que, aquilo que fazemos nunca terá fim na realização do desejo de Deus, de que todos os Seus filhos sejam salvos e encontrem alegria eterna em Seu reino. É difícil para mim explicar adequadamente o que experimentei ao poder retornar a uma terra e a um povo que amo, e testemunhar o grande amor do Senhor por Seus filhos ao abençoá-los com Sua casa santa.”
