SÃO PAULO — Momentos depois de concluir sua Turnê de Ministração na América Latina — e despedir-se com um aceno emocionante de 37.000 membros brasileiros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que acenaram para ele com lenços brancos — o presidente Russell M. Nelson disse que ainda há muito trabalho a ser feito.
“Quero que nossos membros saibam que a restauração é um processo contínuo”, disse ele no domingo, 1º de setembro.
“E temos muito a fazer antes que o Senhor volte.”
O presidente Nelson, que completará 95 anos de idade no dia 9 de setembro, viajou mais de 23.000 quilômetros e reuniu-se com 344.452 pessoas no total na Guatemala, na Colômbia, no Equador, na Argentina e no Brasil durante a turnê de nove dias, por cinco países, que começou no dia 24 de agosto.
Acompanhado por sua esposa, a irmã Wendy Nelson, e pelo élder Quentin L. Cook, do Quórum dos Doze Apóstolos, e sua esposa, a irmã Mary Cook, o presidente Nelson já viajou ao todo 157.769 quilômetros passando por seis continentes, 28 países e 43 cidades desde janeiro de 2018.
‘Jamais será esquecida’
Dezenas de milhares de santos dos últimos dias lotaram o Centro de Convenções do Anhembi em São Paulo — e capelas em todo o Brasil que receberam a transmissão do encontro de domingo — para o último devocional da Turnê de Ministração na América Latina.
Ao despedirem-se do presidente Nelson, os membros acenaram formando “um mar de lenços brancos, até onde a vista alcançava, quase em todas as direções”, disse o élder Cook. Como símbolo “da enorme fé que os santos aqui no Brasil têm”, os membros da Igreja começaram a preencher os assentos no local cinco horas antes do início da reunião.
O presidente Nelson, que compartilhou uma mensagem diferente em cada país da turnê, falou no Brasil sem utilizar anotações. “Achei incrível o presidente Nelson subir lá sem anotações, sem as escrituras, voltado para 37.000 pessoas e compartilhar uma mensagem muito sagrada e profunda que foi completamente coerente e atendeu por completo às necessidades das pessoas que estavam lá”, disse o élder Cook. “Esta foi uma experiência que jamais será esquecida por nós que estivemos aqui.”
O profeta pediu às crianças da congregação que ficassem de pé e pediu aos pais que os ensinassem sobre oração, templos, dízimo, como cuidar do corpo e sobre a Expiação e a vida eterna. “Creio que algumas dessas crianças que vocês têm são algumas das mais brilhantes que o Senhor já permitiu que viessem para o planeta Terra”, disse ele.
Falando sobre discórdia e lembrando-se de uma campanha de direção realizada em Utah cujo slogan é “zero fatalidades” nas estradas, a irmã Nelson falou sobre levar uma vida “zero discórdia”.
“A doutrina do Salvador é viver ‘zero discórdia’, zero”, disse ela.
O élder Cook pediu aos membros da Igreja no Brasil que se tornem um por meio da história da Igreja que compartilham e que tornem o lar um santuário de fé e inclusão. “Estamos unidos pelo nosso amor e pela nossa fé em Jesus Cristo e como irmãos e irmãs de um Pai Celestial amoroso.”
A irmã Cook incentivou os membros a frequentarem o templo. “Toda vez que vamos ao templo e realizamos ordenanças lá, estamos pisando em solo sagrado”, disse ela.
História rica
A Igreja tem uma história rica no Brasil, onde os missionários chegaram pela primeira vez em 1928. Os primeiros exemplares do Livro de Mórmon foram impressos em 1940. Antônio Carlos de Camargo, na época com 18 anos de idade, entrou para a Igreja em 1947.
Em 1954, ele participou de uma reunião com o presidente David O. McKay — o primeiro profeta santo dos últimos dias a visitar o país. O devocional daquele ano foi realizado em um pequeno edifício alugado e contou com a participação de cerca de 250 pessoas.
“Dá para ver a diferença — de 250 para 37.000”, disse ele após a reunião. “A Igreja fez um progresso impressionante aqui no Brasil. (...) Fico imaginando como será daqui a mais 20 ou 30 anos. Esse crescimento será exponencial.”
O pai de Glaucia Regina Caverni Barreto, Orlando Alberto Caverni, cantou no coro quando o presidente McKay visitou o Brasil em 1954. Ele ensinou os filhos a tocar piano para que pudessem ajudar na Igreja.
No domingo, Glaucia Caverni regeu o coro durante a visita do presidente Nelson e do élder Cook. “Tenho certeza de que (meu pai) estava aqui com a gente”, disse Gláucia.