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A dedicação do templo no Haiti marca o início de um futuro ‘notável’ para o país

PORTO PRÍNCIPE, Haiti — Quando o élder David A. Bednar do Quórum dos Doze Apóstolos saiu do primeiro templo desta ilha no país e apareceu sob o sol da manhã de domingo, ele foi saudado por um coro durante a cerimônia de colocação da pedra de esquina que cantou “A Alva Rompe” em francês.

“Vocês cantaram o hino de maneira magnífica”, o apóstolo dos últimos dias disse ao coro, “mas precisamos mudar apenas algumas palavras na primeira estrofe”. 

O élder Bednar, em seguida, pediu ao coro para modificar o final tradicional do hino — “Depois da longa escuridão bendito dia vai nascer” — e, em vez disso, cantarem, “Depois da longa escuridão bendito dia vai nascer no Haiti!” 

O coro da pedra angular cantou com entusiasmo a estrofe “atualizada” —como se o autor do hino, Parley P. Pratt, tivesse escrito o hino assim.

Na verdade, poucos dias mais benditos nasceram neste país que muitas vezes passa por problemas do que em 1º de setembro de 2019 — o dia da dedicação do Templo de Porto Príncipe Haiti.

O élder David A. Bednar e a irmã Susan Bednar participam da cerimônia de colocação da pedra de esquina durante a dedicação do Templo de Porto Príncipe Haiti em 1º de setembro de 2019. | Jason Swensen

“Esperei muito tempo por este dia”, disse Emanuel Eximus, nativo de Porto Príncipe, que é casado e pai de três jovens filhos. “Hoje, estou muito maravilhado pelo fato de termos um templo em meu próprio país.”

É necessário algum contexto para entender melhor o sentimento ouvido tantas vezes no domingo. Primeiro, durante décadas, os santos dos últimos dias no Haiti não tinham escolha senão viajar para a vizinha República Dominicana ou para outras áreas a fim de receber as bênçãos do templo. 

Muitas pessoas aqui enfrentam dificuldades financeiras — e pagar a emissão de passaportes, transporte e outros custos pode ser quase impossível para muitos.

“Só consegui ir ao templo em Santo Domingo duas vezes”, disse Eximus, que é converso da Igreja.

E os líderes da Igreja também observaram que muitos membros haitianos têm sonhado com o dia em que poderiam chamar a própria terra de “um local onde há um templo” e adorar no próprio idioma, sentados lado a lado dos amigos e amigas compatriotas.

Este fim de semana marcou a primeira visita do élder Bednar ao Haiti — mas ele jamais esquecerá o significado histórico da designação que recebeu para visitar o país.

O élder David A. Bednar cumprimenta alguns voluntários durante a dedicação do Templo de Porto Príncipe Haiti em 1º de setembro de 2019. | Jason Swensen

“Neste dia de dedicação, penso não só em hoje, mas também no futuro, e que este templo fará com que muita coisa aconteça neste país”, disse ele no domingo alguns instantes antes da primeira de três sessões dedicatórias.

Como os templos do mundo todo, o Templo de Porto Príncipe Haiti “é um lugar de paz sublime, que nos prepara para voltar ao mundo, sermos mais fortes e ter mais propósito do que talvez tínhamos antes.”

Quando questionado sobre seu líder do sacerdócio, o presidente Russell M. Nelson, que estava viajando pela América do Sul enquanto ele estava servindo no Haiti, o élder Bednar falou sobre o “papel principal” de um apóstolo.

“Este é o trabalho do ministração (...) tentar ajudar cada indivíduo a compreender a natureza pessoal do ministério do Senhor Jesus Cristo. Seu trabalho e desejo final é que cada indivíduo receba essas bênçãos (do evangelho) e as aplique na vida

Santos dos últimos dias haitianos chegam para a dedicação do Templo de Porto Príncipe Haiti em 1 de setembro de 2019. | Jason Swensen

O élder Bednar estava acompanhado no domingo no templo por sua esposa, a irmã Susan Bednar, juntamente com o élder Kevin R. Duncan, setenta autoridade geral e diretor executivo do departamento de templos e pela presidência da Área Caribe — formada pelo; élder Jose L. Alonso, o élder Eduardo Gavarret e o élder Jorge M. Alvarado. A esposa de cada um dos membros da presidência da área — a irmã Rebecca Alonso, a irmã Norma Gavarret e a Irmã Cari Lu Alvarado — também participaram.

Hoje há quase 23.000 santos dos últimos dias no Haiti. A maioria teve envolvimento direto com o trabalho dos missionários de tempo integral, que começaram a servir no país em 1980. Mais tarde naquele ano, o governo do Haiti reconheceu oficialmente a Igreja, e um ramo foi organizado em Porto Príncipe. 

Em 1983, um dos apóstolos que visitou o país antes do élder Bednar, o élder Thomas S. Monson, viajou para um ponto proeminente com vista para o Porto Príncipe e dedicou o Haiti para a pregação do evangelho.

Embora o crescimento tenha sido constante, os haitianos santos dos últimos dias também enfrentaram dificuldades. A pobreza e a agitação social são realidades cotidianas enquanto o país continua a recuperar-se de um terremoto gigantesco que passou por lá em 2010.

Mas aqui também existe alegria, disse o membro haitiano Bernardo Jean-Jacque.

“O templo é uma grande bênção para mim”, disse ele, recordando as viagens dispendiosas que fazia a Santo Domingo.

Os santos dos últimos dias haitianos desfrutam algum tempo juntos do lado de fora do Templo de Porto Príncipe Haiti em 1 de setembro de 2019. | Jason Swensen

Mas não se enganem — valeu a pena. Saber que ele foi selado à sua família “é a coisa mais importante que aconteceu em minha vida”, disse ele.

As ordenanças do templo que a família Jean-Jacque agora realizará frequentemente no primeiro templo do Haiti permitirão que eles “tenham uma vida melhor se preparando para a vinda de Jesus Cristo”. 

 A família de Jean-Jacques mora a uma curta distância de seu amigo Luke Surim, que está animado para servir como oficiante do templo no edifício recém-dedicado para prestar cuidados espirituais aos seus companheiros haitianos.

“Conheço pessoas que queriam ir ao templo, mas não tinham dinheiro para o passaporte ou para o visto”, disse ele. “Então, agora esta é uma grande bênção para o povo do Haiti. Eles não precisarão de passaporte — podem simplesmente pegar um tap-tap (ônibus coloridos que são um gênero de táxi compartilhado, utilizado como transporte público no Haiti) para chegar ao templo.”

A dedicação do primeiro templo do Haiti está atraindo a atenção nacional. Mais de uma dezena de repórteres e operadores de câmeras cobriram a cerimônia de colocação da pedra de esquina no domingo. Após a cerimônia, eles rodearam os especialistas de mídia locais da Igreja, Emerlin Saintil e Regin Pierre-Nau, para recolher mais informações sobre os propósitos do novo templo.

A placa na entrada do Templo de Porto Príncipe Haiti no dia desua dedicação, 1 de setembro de 2019. | Jason Swensen

Uma nova geração de jovens no Haiti atenderá aos chamados missionários depois de ter participado de vários anos na adoração do templo. Essa educação espiritual terá um valor inestimável no trabalho missionário e no serviço da Igreja que eles prestarão ao longo da vida.

Após a última sessão dedicatória, o élder e a irmã Bednar se despediram de vários haitianos fiéis que os amam e jamais esquecerão sua visita. Tais sentimentos são mútuos.

“Posso imaginar maridos e esposas chegando ao templo com os filhos para serem selados como famílias”, disse a irmã Bednar. “É isso o que eu vou lembrar sobre este lugar — e antever o que vai acontecer aqui. Será extraordinário.”

Centenas de pessoas esperam para entrar no Templo de Porto Príncipe Haiti para a dedicação em 1º de setembro de 2019. | Jason Swensen
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