O guia “Vem, e Segue-Me” desta semana abrange Hebreus 1-6, que inclui escritos sobre esperança, o sacerdócio e como Jesus Cristo “pode socorrer os que são tentados” (Hebreus 2:18).
O Church News recentemente pesquisou os arquivos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias para saber o que líderes e estudiosos disseram sobre estes livros.
Contexto
“Como a carta em si não é dirigida a nenhum grupo específico, às vezes surgiram especulações entre os estudiosos sobre a identidade dos leitores a quem se destinava. Aparentemente o título da carta, “Aos Hebreus”, não pertencia ao texto original. O conteúdo da carta, entretanto, sugere a adequação do título e que a carta se destinava a um grupo local específico de cristãos judeus, conhecido pessoalmente pelo autor.
“Como a carta em si é anônima, também surgiram especulações sobre sua autoria. O estilo e os padrões de linguagem não parecem ser os de Paulo; entretanto, muitas das ideias e ensinamentos da epístola são típicos daqueles que ele expôs em suas outras cartas. Alguns concluíram, portanto, que Paulo foi o autor responsável pelos ensinamentos e que outro foi responsável pela forma literária da carta. (ver Sidney B. Sperry, “Paul’s Life and Letters”, págs. 268-72). De grande significado para os santos dos últimos dias é o fato de Joseph Smith considerar Paulo como o autor da epístola. (Ver “Ensinamentos do Profeta Joseph Smith”, pág. 59; Doutrina e Convênios 128:15).
“[Hebreus foi] aparentemente [escrito] na Itália (ver Hebreus 13:24) e provavelmente em Roma. O Codex Alexandrinus, um importante manuscrito bíblico antigo, diz ‘de Roma’ como o local de origem.
“A maioria dos estudiosos situa a escrita da carta antes da queda de Jerusalém, no ano 70 d.C. Supondo que Paulo seja o autor, a carta provavelmente foi escrita no início dos anos 60, durante sua primeira prisão em Roma.
“Uma tendência de muitos dos primeiros judeus convertidos ao cristianismo era considerar a sua nova fé como uma seita dentro do judaísmo, ou uma espécie de judaísmo reformado com Cristo no centro. Pouco antes de ser preso em Roma, Paulo passou bastante tempo na Palestina. Ele provavelmente fez amizade com muitos cristãos judeus e viu em primeira mão, a tendência entre alguns membros judeus de reverter à antiga ordem Mosaica.
“Portanto, nesta carta Paulo parece estar alertando esses membros judeus contra a apostasia ou a reversão ao judaísmo (ver Hebreus 3:12; Hebreus 10:26, 32-39).
“O livro de Hebreus une a lei menor da ordem Mosaica ao Cristo vivo, enfatizando a superioridade do novo convênio do evangelho, tornado-o eficaz pelo sacrifício do Salvador sobre a antiga lei, e mostrando como a antiga lei foi realmente cumprida em Cristo.”
— J. Lewis Taylor, ex-instutor e administrador do Sistema Educacional da Igreja, revista Ensign de abril de 1976, “Relatos do Novo Testamento: Tessalonicenses até Hebreus” [em inglês]
“O restante dos escritos do Novo Testamento: o Livro de Hebreus, as sete epístolas gerais e o Apocalipse, foram escritos principalmente no final do primeiro século, para combater problemas dentro e fora da Igreja. Hebreus, 1 Pedro e Apocalipse são respostas cristãs ao conflito com o governo romano. …
“Foi para convencer alguns cristãos judeus que viviam em Roma a não tomarem o caminho mais fácil, voltando ao judaísmo, que o Livro de Hebreus foi escrito. A tese do escritor era demonstrar a superioridade do cristianismo sobre o judaísmo, de Cristo sobre os profetas e sacerdotes do Velho Testamento.”
— C. Kent Dunford, revista New Era de dezembro de 1972, “A gênese do Novo Testamento” [em inglês]
Hebreus 1
“O que sabemos sobre a natureza de Deus, o Pai, é em grande parte o que podemos aprender com o ministério e os ensinamentos de Seu Filho Unigênito, Jesus Cristo. ... A Bíblia contém um testemunho apostólico de que Jesus era ‘a expressa imagem’ da pessoa de Seu Pai (Hebreus 1:3), que simplesmente detalha o próprio ensinamento de Jesus de que ‘quem me vê a mim vê o Pai’ (João 14:9).”
— O então Élder Dallin H. Oaks, conferência geral de abril de 2017, "A trindade e o plano de salvação”
Hebreus 2
“Nosso Salvador sente e conhece nossas tentações, nossas dificuldades, nossas angústias e nossos sofrimentos, pois voluntariamente vivenciou tudo isso como parte fundamental de Sua Expiação. Outras escrituras confirmam isso. O Novo Testamento declara: ‘Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer os que são tentados’ (Hebreus 2:18). … Todos os que sofrem qualquer tipo de enfermidade na mortalidade devem lembrar que nosso Salvador também sentiu essa mesma dor e que, por meio de Sua Expiação, Ele nos oferece as forças para que cada um de nós consiga suportá-la.”
— Presidente Dallin H. Oaks, conferência geral de abril de 2021, “O que nosso Salvador fez por nós?”
“Outro aspecto da condescendência do Senhor que nos ajuda a exercer fé Nele é este: Sua misericórdia, graça, benignidade e longanimidade nos abençoam hoje, amanhã e para sempre. Por ter experimentado a condescendência da mortalidade, Ele sabe como nos abençoar e socorrer.
“‘Pelo que convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas concernentes a Deus, para expiar os pecados do povo. Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer os que são tentados’ (Hebreus 2:17-18; ver também Alma 7:11-13).
“Podemos ter fé suficiente Nele e na abrangência de Seu amor para acreditar que Ele ouve, responde e nos ajuda, até mesmo a nós, em nosso estado humilde, sombrio e fraco? Que Ele ainda alcança aqueles que são pobres de espírito e espiritualmente imundos?
“O Senhor continua a fazer pela humanidade as coisas que fez durante Seu ministério terreno e que faziam parte de Sua condescendência. Ele mesmo, ou por meio de anjos ou servos autorizados na Terra, prega o evangelho, administra ordenanças, realiza milagres e cura as aflições das pessoas hoje. Ele continua atento a nós. Ele está atento a nós como povo. Mas, milagrosamente, Ele ainda está atento a nós individualmente. De uma forma maravilhosa, e embora Ele não esteja fisicamente presente com cada um de nós, Ele ainda sente o puxão na orla de Suas vestes por parte de uma humilde serva no meio de uma multidão. Ele ainda ouve o clamor dos cegos, percebe o anseio do publicano sincero, chama homens comuns para serem Seus servos, diz ao pecador arrependido para ir e não pecar mais. Ele ainda defende nossa causa universal e individualmente diante do Pai. Ele ainda nos chama pelo nome e nos convida a nos levantarmos e irmos até Ele. Ele ainda condescende de Seu alto e santo lugar para nos elevar.”
— David L. Frischknecht, revista Ensign de dezembro de 2011, "A Condescendência de Jesus Cristo” [em inglês]
Hebreus 4
“Certamente, todas vamos estar aquém de nosso potencial divino, e pode ser verdade a ideia de que sozinhas não somos suficientes. Mas a parte boa do evangelho é que, com a graça de Deus, todas somos suficientes. Com a ajuda de Cristo, podemos fazer todas as coisas. As escrituras prometem que vamos ‘encontrar graça, para sermos ajudados em tempo oportuno’ (Hebreus 4:16).
— Irmã Michelle D. Craig, conferência geral de outubro de 2018, “Descontentamento divino”
“Através da agonia e angústia de Sua própria alma, [Jesus Cristo] sofreu voluntariamente e pagou pelos pecados de todos os homens. ‘Em tudo foi tentado, mas sem pecado’ (Hebreus 4:15), Ele era o único qualificado para pagar esse resgate. Graças à Sua Expiação infinita, podemos herdar a vida eterna exercendo fé em Seu nome, nos arrependendo e guardando os convênios associados às ordenanças autorizadas do sacerdócio.”
— Élder C. Scott Grow, revista Ensign de janeiro de 2007, "Lições do Novo Testamento: Tu És o Cristo" [em inglês]
Hebreus 5
“A autoridade do sacerdócio não é adquirida por meio de um curso de estudo ou de um diploma de seminário. As escrituras podem educar, aumentar o testemunho do Salvador Jesus Cristo e até gerar desejos de servir a Deus, mas não conferem autoridade. A autoridade do sacerdócio também não é adquirida por inspiração ou aspiração. Ela é adquirida somente por ordenação. A Bíblia deixa isso bem claro.
“Durante Seu ministério terreno, o Salvador Jesus Cristo disse aos Doze Apóstolos: ‘Não me escolhestes vós a mim, porém eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis fruto’ (João 15:16). O Apóstolo Paulo ensinou: ‘Ninguém toma para si essa honra [o sacerdócio], senão o que é chamado por Deus, como Aarão’ (Hebreus 5:4). …
“A autoridade [do sacerdócio] é obtida apenas por sermos escolhidos e ordenados por Deus.”
— Presidente Dallin H. Oaks, revista Liahona de outubro de 2023, “O firme testemunho dos profetas atuais”
“A adversidade na vida não deve nos surpreender. Seja como consequência de nossos pecados e erros, ou por qualquer outro motivo, a adversidade é um fato da vida mortal. Algumas pessoas acham que deveriam ser poupadas de qualquer adversidade por guardarem os mandamentos de Deus, mas… Nem mesmo o Salvador foi isento:
“‘Ainda que era Filho, todavia aprendeu a obediência pelas coisas que padeceu;
“‘E tendo ele sido aperfeiçoado, veio a ser o autor da eterna salvação para todos os que lhe obedecem’ (Hebreus 5:8–9).
“Para aqueles que já atingiram a idade da responsabilidade, a dificuldade é, geralmente, um elemento crucial em nosso processo de eventualmente ‘[sermos] aperfeiçoado[s]’. É isso que faz a vida ser muito mais do que um teste de múltipla escolha. Deus não está apenas interessado no que fazemos ou deixamos de fazer, mas no que estamos nos tornando. Se formos receptivos, Ele nos ensinará a agir como Ele age em vez de simplesmente recebermos a ação de outras forças (ver 2 Néfi 2:14–16).”
— Élder D. Todd Christofferson, revista Liahona de março de 2022, “O fogo refinador da aflição”
“Paulo descreve o modo como Jesus orou ‘nos dias da sua carne’, em especial no Getsêmani, ‘oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia’ (Hebreus 5:7). Quando você ora, você o faz com o coração ou apenas com os lábios? Você é superficial em suas orações? …
“No exato momento em que dizemos: ‘Pai Celestial’, Ele ouve nossa oração e é sensível a nós e a nossas necessidades. E Seus olhos e ouvidos se voltam para nós. Ele lê nossa mente e sente nosso coração. Não se pode esconder nada Dele. Agora, o que é maravilhoso é que Ele vai vê-lo com os olhos do amor e da misericórdia — algo que não podemos compreender plenamente. No entanto, o amor e a misericórdia estão com Ele no exato momento em que você diz: ‘Pai que está no céu.’”
— Élder Juan A. Uceda, conferência geral de outubro de 2016, "O Senhor Jesus Cristo nos ensina a orar”
“O Apóstolo Paulo indica que ‘Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei’. Paulo continua, indicando que Cristo foi ‘chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.’ (Hebreus 5:5, 10). Em outras palavras, o sacerdócio maior foi concedido a Jesus do outro lado do véu”.
— Élder Merrill J. Bateman, revista Ensign de dezembro de 2007, "Uma época para anjos” [em inglês]
Hebreus 6
“Vários meses atrás, tive um sonho no qual, sentada na igreja, na última fila como de costume, sem intenção de participar, minha percepção mudou. Vi que havia espalhados na congregação outros missionários que retornaram mais cedo. Um desejo de ajudá-los cresceu em meu coração enquanto olhava ao redor. Sabia que compartilhar minhas experiências poderia ser uma forma de ministrar a eles e ajudá-los a continuar no caminho do convênio, apesar deste aparente obstáculo.
“Por meio deste sonho, o Pai Celestial me mostrou que Se importa. Ele é grato pelo serviço honesto que prestamos como missionários, qualquer que tenha sido a duração do nosso serviço de tempo integral. ‘Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra, e do vosso trabalho de amor que para com o seu nome mostrastes’ (Hebreus 6:10).
— Liahona Ficquet, revista Liahona de julho de 2019, “Ele não esquecerá seu trabalho”
“[Você] já se sentiu como se a esperança usasse suas penas e voasse para o mais longe possível de você? Como se uma perda, um trauma ou um desejo insatisfeito por muito tempo lhe tirasse a possibilidade de ter o mínimo de esperança?
“Talvez já tenha vivenciado o cinismo crescente no mundo ao seu redor. Ou talvez tenha sentido o peso melancólico da falta de esperança em você mesmo. Creio que em algum momento, provavelmente em vários momentos da vida, isso acontece com todos. E ainda que a tentação de penetrar no lodo do desespero possa ser amargamente atraente, a esperança é a ‘âncora da alma’ (Hebreus 6:19), e precisamos dessa âncora!
“Mas não importa o quanto as coisas pareçam sombrias, a esperança pode sempre ser encontrada. A esperança existe por si mesma porque Jesus Cristo sofreu a Expiação infinita. A esperança é tão infinita quanto Sua Expiação, para que ela verdadeiramente nunca — jamais — pare’ (Emily Dickinson).”
— Charlotte Larcabal, publicação semanal para jovens adultos de agosto de 2018, “5 lugares para procurar quando a esperança parece desaparecer”
“Quando o Profeta [Joseph Smith] estava sob inspiração ao revisar o Novo Testamento, ele prestou muita atenção às passagens que continham os ensinamentos desses princípios. Por exemplo, em uma das passagens bíblicas mais confusas, Hebreus 6:1, lemos:
“‘Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição.’
A tradução inspirada de Joseph insere a palavra não antes da frase, deixando os rudimentos. Sobre esta mudança ele comentou mais tarde: ‘Se um homem abandona os rudimentos da doutrina de Cristo, como pode ser salvo nos princípios? Isto é uma contradição. Eu não acredito nisso. Vou traduzi-lo como deveria ser: ‘Portanto, não deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento das obras mortas, e da fé em Deus. Da adoutrina dos batismos, e da imposição de mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno.’”
— Richard E. Bennett, ex-professor de História e Doutrina da Igreja na Universidade Brigham Young, revista Ensign de março de 2001, "Cuidadosamente educado nos primeiros princípios e ordenanças” [em inglês]
“A esperança é uma âncora para a alma. Hebreus 6:18-19 diz: ‘tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta. A qual temos como uma âncora da alma, segura e firme.’
“A esperança é uma influência estabilizadora. Dizer que ela é uma âncora é dizer que ela pode nos impedir de vagarmos sem rumo, de ficarmos presos em redemoinhos ou de cairmos em bancos de areia. A esperança, a âncora, é essencial neste mundo tão cheio de maremotos. Às vezes essas ondas nos atingem por trás, às vezes as vemos chegando, mas não conseguimos detê-las ou sair do caminho. Em todos os casos, a esperança nos liga à segurança. As ondas vêm e vão em sua fúria ou diversão, mas a esperança está sempre presente se usarmos esta âncora segura.”
— Irmã Elaine S. Jack, revista Ensign de março de 1992, “Um perfeito esplendor de esperança” [em inglês]