Na primavera de 1829, o Profeta Joseph Smith provavelmente estava preocupado com os efeitos de suas ações no andamento da obra de Deus. Um ano antes, ele e seu escrevente, Martin Harris, haviam perdido 116 páginas manuscritas do Livro de Mórmon, levando à perda temporária de seu dom e ao obscurecimento de sua mente (ver Doutrina e Convênios 10:2). Embora o dom da tradução lhe tenha sido restaurado (ver versículo 3), as páginas perdidas nunca foram recuperadas.
Para tranquilizar o jovem profeta, o Senhor lhe ensinou sobre o poder da fé, da oração e das promessas feitas aos profetas em relação ao Livro de Mórmon. Falando da parte restante desse texto sagrado, o Senhor declarou: “E eis que todo o restante deste trabalho contém todas as partes de meu evangelho que meus santos profetas, sim, e também meus discípulos pediram, em suas orações, que fossem dadas a este povo” (Doutrina e Convênios 10:46, ênfase adicionada).
Várias vezes na mesma seção, o Senhor destacou a fé desses antigos profetas do Livro de Mórmon. “E eu disse-lhes que seria concedido de acordo com a fé expressa em suas orações” (Doutrina e Convênios 10:47, ênfase adicionada; ver também Mórmon 9:36-37). Por causa de sua fé e orações, o evangelho seria pregado a “seus irmãos, os lamanitas, e também a todos que se houvessem tornado lamanitas por causa de suas dissensões,” bem como para qualquer um que “ocupasse esta terra” no futuro (ver versículos 48-49). “De acordo com a fé expressa em suas orações,” o Senhor prometeu que iria “levar esta parte de meu evangelho para o conhecimento de meu povo”(versículo 52, ênfase adicionada). Fazer isso demonstraria que Sua “sabedoria é maior do que a astúcia do diabo” (versículo 43). Pelas palavras do Senhor, podemos entender que a fé profética e as orações que envolvem as escrituras, quando postas em prática, trazem poder.
Promessas do Livro de Mórmon hoje
Nos dias de hoje, os profetas modernos têm repetidamente exercido fé e prometido que o Livro de Mórmon impactaria nossa vida. Estas promessas incluem bênçãos específicas ao aderirmos aos seus ensinamentos nesta vida, bem como bênçãos prometidas nas eternidades.
Uma bênção imediata do estudo do Livro de Mórmon é como ele nos alinha com Deus. Em 1841, Joseph Smith instruiu uma reunião de conselho com o Quórum dos Doze Apóstolos: “Eu disse aos irmãos que o Livro de Mórmon era o mais correto de todos os livros da Terra e a pedra fundamental de nossa religião; e que seguindo seus preceitos o homem se aproximaria mais de Deus do que seguindo os de qualquer outro livro.” (citado em Introdução do Livro de Mórmon). Esta declaração tem sido cada vez mais citada desde a vida do Profeta e, desde 1981, quando foi incluída na introdução das cópias do Livro de Mórmon produzidas pela Igreja (ver “Ficando ‘mais perto de Deus’: Uma história da declaração de Joseph Smith”, em inglês, por Scott C. Esplin).
Mais recentemente, os sucessores de Joseph Smith reiteraram promessas relativas ao estudo e aplicação das mensagens contidas no Livro de Mórmon. Uma promessa comum é que os ensinamentos do Livro de Mórmon podem nos proteger. Presidente Ezra Taft Benson (1899-1994) exortou os membros da Igreja a aumentarem seu estudo do Livro de Mórmon, um tema que ele repetiu durante o seu ministério, prometendo que isso os fortaleceria contra a tentação. “Existe um poder no livro que começa a fluir para nossa vida, no momento em que iniciamos um estudo sério de seu conteúdo” Presidente Benson prometeu. “Acharemos mais forças para resistir à tentação. Estaremos mais aptos a evitar ciladas. Encontraremos forças para permanecermos no caminho estreito e apertado. As escrituras são chamadas de ‘palavras de vida’ (Doutrina e Convênios 84:85), e em nenhum lugar isso é mais verdade do que no Livro de Mórmon. Ao começarem a ter fome e sede dessas palavras, acharão vida cada vez mais em abundância” (Presidente Ezra Taft Benson, conferência geral de outubro de 1986).
Porque os profetas do Livro de Mórmon viram nossos dias e elaboraram suas mensagens de acordo com isso (ver Mórmon 8:34-35), não é surpresa que estudá-lo nos protege contra os perigos modernos.
O Livro de Mórmon também irá nos aproximar de Jesus Cristo e aumentará os testemunhos Dele. Falando de sua experiência com o estudo das escrituras, Presidente Spencer W. Kimball (1895-1985) observou: “Percebo que, quando negligencio meu relacionamento com a Deidade e tenho a impressão de que nenhum ouvido divino está escutando o que digo e nenhuma voz celestial está falando comigo, parece que estou muito, muito longe. Se mergulho nas escrituras, a distância diminui e a espiritualidade volta. Passo a amar mais intensamente as pessoas que devo amar de todo o coração, poder, mente e força e, por amá-las mais, torna-se mais fácil seguir seus conselhos.” (Ensinamentos de Spencer W. Kimball,” editado por Edward L. Kimball ,1982, pág. 135). Voltando-se diretamente para o Livro de Mórmon, Presidente Kimball acrescentou mais tarde: “Quão significativo é, numa época de perplexidade em relação aos problemas da humanidade, que recebamos um segundo testemunho das escrituras na forma do Livro de Mórmon. ... A [Bíblia e o Livro de Mórmon] juntos declaram a divindade de Jesus Cristo e a importância de a humanidade guardar os mandamentos de Deus, para que seus julgamentos não recaiam sobre ela” (pág. 433).
Da mesma forma, Presidente Howard W. Hunter (1907-1995) orientou os alunos do Livro de Mórmon a formas pelas quais o texto aprofunda sua fé. “A leitura [do Livro de Mórmon] terá um efeito profundo em sua vida. Isso ampliará seu conhecimento sobre o modo como Deus trata o homem, e lhe dará um desejo maior de viver em harmonia com os ensinamentos do evangelho. Também lhe proporcionará um poderoso testemunho de Jesus” (Presidente Howard W. Hunter, conferência geral de abril 1983 – em inglês).
O estudo constante e dedicado do Livro de Mórmon também nos ajudará a tomar decisões mais sábias, melhorando nossa vida diária. Em agosto de 2005, Presidente Gordon B. Hinckley (1910-2008) desafiou a Igreja a ler o Livro de Mórmon antes do final daquele ano. “Prometo-lhes sem reservas que, se seguirem esse programa simples, não importando quantas vezes tenham lido o Livro de Mórmon antes, haverá em sua vida e em sua casa, mais do Espírito do Senhor, uma determinação mais firme de obedecer a Seus mandamentos e um testemunho mais forte da realidade viva do Filho de Deus” (Presidente Gordon B. Hinckley, Liahona, agosto 2005).
Igualmente, Presidente Thomas S. Monson (1927-2018) prometeu àqueles que estudam regularmente o Livro de Mórmon maior orientação divina. “Imploro que cada um de nós estude em espírito de oração e pondere o Livro de Mórmon todos os dias. Ao fazermos isso, estaremos em condições de ouvir a voz do Espírito, resistir às tentações, vencer a dúvida e o medo e receber a ajuda do céu em nossa vida”(Presidente Thomas S. Monson, conferência geral de abril de 2017).
Tal como seus predecessores proféticos, antigos e modernos, Presidente Russell M. Nelson estendeu promessas de proteção, fé e orientação divina para estudar o Livro de Mórmon em espírito de oração e constantemente. “Quando eu penso no Livro de Mórmon, eu penso na palavra poder”, Presidente Nelson observou. “As verdades contidas no Livro de Mórmon têm o poder de curar, confortar, restaurar, socorrer, fortalecer, consolar e alegrar nossa alma.”
“Meus queridos irmãos e irmãs”, ele continuou, “prometo que, ao estudarem o Livro de Mórmon em espírito de oração todos os dias, vocês tomarão melhores decisões — todos os dias. Prometo que, ao ponderarem sobre o que estudar, as janelas do céu se abrirão e vocês receberão respostas para suas próprias perguntas e orientação para sua própria vida. Prometo que, ao se aprofundarem diariamente no Livro de Mórmon, vocês serão imunizados contra os males diários, mesmo contra a sedutora praga da pornografia e contra outros vícios que entorpecem a mente” (Presidente Russell M. Nelson, conferência geral de outubro de 2017).
Os antigos profetas do Livro de Mórmon acreditavam que a palavra de Deus “guiará os homens de Cristo” com segurança “para o reino dos céus” (Helamã 3:29-30). Os profetas modernos também prometeram que o estudo fiel deste texto nos aproximará de Deus, nos fortalecerá contra as tentações, aprofundará nosso testemunho da divindade de Jesus Cristo, aumentará a orientação que recebemos do Espírito Santo e trará maior abundância para nossa vida.
Ao iniciarmos um novo ano de estudos, que possamos exercer fé nas promessas proféticas antigas e modernas enquanto estudamos fielmente o Livro de Mórmon.
— Scott C. Esplin é reitor de educação religiosa da Universidade Brigham Young