Atrair atenção para a saúde mental pode minimizar a vergonha, normalizar os desafios e ajudar as pessoas que estão enfrentando dificuldades.
Ao mesmo tempo, os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias podem desenvolver resiliência emocional e assumir o controle de sua saúde mental, explicou Sherilyn C. Stinson, comissária dos Serviços Familiares [em inglês] da Igreja.
“Aprendi que, se uma pessoa consegue descobrir o poder da parceria com o Senhor Jesus Cristo, não há nada que ela não possa superar”, disse Stinson, que é assistente social clínico licenciada.
Stinson participou do podcast do Church News [em inglês] durante o Mês de Conscientização sobre Saúde Mental [nos Estados Unidos]. Ela explicou que, deixar de cuidar da saúde mental, pode levar a transtornos em muitos aspectos da vida cotidiana, incluindo relacionamentos, estudos, trabalho e espiritualidade.
Assim como cuidar da saúde física é importante, é necessário cuidar da saúde mental, emocional e comportamental para uma vida rica e significativa, disse ela.
“Mudar é possível. Mudar é absolutamente possível e isso deve proporcionar esperança a todos. Há esperança no poder de cura da Expiação [do Salvador]”, disse Stinson. “E no conhecimento de que, um dia, todas essas coisas que nos causam dor e angústia serão tiradas de nós.”

Como saber quando buscar ajuda
Vários líderes da Igreja discursaram em conferências gerais sobre saúde mental, incluindo Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, em seu discurso proferido em outubro de 2013, “Como um Vaso Quebrado”.
Em abril de 2023, Élder Carl B. Cook, da Presidência dos Setenta, falou sobre como o desânimo atinge a todos.
Desânimo, dificuldades e tristeza fazem parte desta jornada mortal e são uma condição normal do ser humano. No entanto, a palavra-chave é “funcionamento”, disse Stinson.
“Estou funcionando bem? Isto está interferindo em minha capacidade de cumprir minhas responsabilidades diárias?”, disse ela. “Outros fatores podem ser a perda de interesse em coisas que costumavam ser agradáveis ou significativas para você.”
Se uma pessoa não consegue acessar as coisas que deveriam lhe trazer felicidade, isso é um sinal de que receber ajuda adicional ou conversar com alguém pode ser benéfico para ela.
Stinson disse que, certos sentimentos, tais como os de luto e perda, podem se tornar depressão clínica se não forem tratados. E os transtornos de ansiedade podem exigir intervenção.
O Manual Geral instrui os líderes a buscarem recursos profissionais quando necessário.
O aconselhamento, ou a terapia, pode ajudar os membros a entenderem e reagirem aos desafios da vida de forma saudável, disse Stinson, e isto pode ser um sinal de humildade e força, em vez de fraqueza.
Ao mesmo tempo, ela alertou sobre a necessidade de sermos consumidores sábios de aconselhamentos, ou seja, os membros da Igreja devem procurar alguém licenciado, com experiência e que respeite seus valores. Um terapeuta, ou conselheiro, também deve estimular o desenvolvimento da resiliência e da autoconfiança, e não a dependência de aconselhamento.
Recursos e formas de ajuda
A Igreja oferece recursos de aconselhamento para ajudar os líderes a apoiarem os membros, em uma ampla gama de questões emocionais e sociais. Alguns dos recursos adicionais para a saúde emocional dos membros incluem:
- Encontrar força no Senhor: resiliência emocional
- Grupos de recuperação de dependências
- Grupos de apoio ao cônjuge e à família
- Cursos de fortalecimento de casamentos e famílias
- Recursos para aconselhamento
- Consultas de serviços familiares para líderes
- Recursos de ajuda para a vida

Quando Stinson era uma jovem mãe, seu médico percebeu que ela estava deprimida. Ele explicou que, na época, sua química cerebral não estava equilibrada. O médico sugeriu que ela usasse um antidepressivo por alguns meses.
“Percebi que comecei a enxergar as cores da vida novamente, pois não havia notado que estava vivendo no cinza”, disse Stinson. “Não foi um tratamento de longo prazo. (...) Foi uma intervenção de curto prazo, que realmente fez a diferença e me ajudou a ter mais compaixão pelos outros.”
Em outra ocasião de sua vida, ela se encontrou em circunstâncias sobre as quais não tinha controle e se sentiu desanimada, sem esperança e desamparada. No entanto, em um momento de inspiração, Stinson decidiu começar a servir ao próximo.
“Há um elemento clínico nisso”, disse ela. “Ajudar os outros libera endorfinas. E isto me ajudou a superar aqueles período sombrio. Isto me proporcionou um senso de controle porque eu podia ajudar a mudar as circunstâncias de outra pessoa, mesmo que eu ainda não pudesse mudar as minhas, até que as coisas se tornaram melhores para mim.”
Pesquisas apontam que servir outros por meio da história da família também proporciona um fator de proteção contra a depressão e a ansiedade.
A gratidão proporciona um benefício poderoso, com apoio clínico e pesquisas que também comprovam seu impacto. Algo tão simples, como escrever em um diário de gratidão, pode ajudar alguém a manter o foco e superar a escuridão. Presidente Henry B. Eyring, segundo conselheiro na Primeira Presidência, falou sobre isso na conferência geral de outubro de 2007.
O autocuidado também é um conceito fundamental, o qual começa com ser gentil consigo mesmo e realístico sobre o que pode ser feito em determinada época da vida.
“Seja encorajador e perdoe a si mesmo. Comemore os sucessos que só você pode apreciar”, disse Stinson.