LOGAN, Utah — Há mais de um ano, Willa Mason estava com sua classe da primeira série, quando sua professora contou aos alunos sobre o concurso anual Reflections [Reflexões].
O programa National PTA Reflections [em inglês] oferece a milhares de alunos de todas as classes e habilidades, a chance de criarem obras de arte originais em várias categorias, incluindo literatura, composição musical, fotografia, artes visuais, produção cinematográfica e coreografia.
Enquanto a jovem membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ouvia as diferentes categorias, uma palavra imediatamente chamou a atenção de Willa.
“Dança!” A menina, que agora tem 7 anos de idade, disse com um grande sorriso. “Porque eu amo dançar na cadeira de rodas.”
Willa já sabia que queria dançar na cadeira de rodas a música “The Other Side”, de seu filme favorito, “O Rei do Show.” Seus amigos também planejavam entrar na competição. Ela não poderia estar mais animada.
A menina, que sofre de paralisia cerebral e está confinada a uma cadeira de rodas, não fazia ideia de que o vídeo [em inglês] que em breve criaria, viria a ganhar um prêmio nacional.

Nascimento traumático, orações e milagres
A história de Willa Mason começa com seu nascimento traumático e prematuro em 9 de abril de 2016.
A família morava em Claremont, Califórnia, na época. Seus pais, Patrick e Melissa Mason, estavam visitando amigos em Orange County quando Melissa, grávida de 29 semanas, começou a se sentir mal. Ela foi para o hospital em Irvine e começou a ter uma hemorragia.
Nascida várias semanas antes do previsto, Willa pesava apenas um quilo e meio ao nascer e foi imediatamente transferida para a UTI em Los Angeles.
Enquanto isso, sua mãe experimentou uma rara combinação de diferentes complicações e hemorragia contínua. Ela passou por uma cirurgia por muitas horas e quase morreu duas vezes.
“Recebi 28 unidades de sangue, o que choca todos os profissionais médicos quando ouvem isso”, disse ela. “Eles avisaram a Patrick que não havia mais nada que pudessem fazer.”

Patrick acrescentou: “Foi como aquele momento dos filmes, quando o médico chega e diz: ‘Estamos fazendo tudo o que podemos, mas não conseguimos parar o sangramento.’ Parecia que a estávamos perdendo.
Pouco antes das 4 da manhã, Patrick escreveu um e-mail para familiares e amigos. Ele compartilhou uma atualização sobre sua esposa e seu novo bebê, depois pediu fé e orações. De alguma forma, quando clicou em “enviar”, se sentiu fortalecido e soube que sua esposa estava nas mãos do Senhor.
“Não sei exatamente como as orações são respondidas, mas senti naquele momento a força das orações ainda não proferidas”, disse ele. “Então, ouvir que todas essas pessoas incríveis que conhecemos em todo o mundo, amigos muçulmanos, amigos hindus, amigos judeus, amigos santos dos últimos dias, amigos seculares, todos oferecendo sua própria versão de orações em nosso nome. Aquilo foi especial.”
A Ala Claremont 1 da Estaca La Verne Califórnia, da qual os Masons pertencem, realizou um jejum especial para a família. Os membros da ala e outros amigos ajudaram a cuidar dos três filhos mais velhos do casal nos meses seguintes, enquanto Melissa se recuperava lentamente e Willa crescia.
“Foi um esforço da comunidade”, disse Melissa. “Demorou um pouco, depois melhoramos.”
Mais tarde, a família se mudou para Utah quando Patrick encontrou um novo emprego na Universidade Utah State em Logan, Utah.

Ela ‘engoliu o sol’
Eles chamaram o bebê de “Willa”, que, segundo eles, significa corajosa e forte. Eles adicionaram “Hope”, como o nome do meio, por seu papel em ajudá-los a sobreviverem a uma das experiências mais assustadoras que tiveram.
Por causa do parto traumático, os médicos disseram ao casal que sua filha poderia sofrer alguns atrasos no desenvolvimento. Portanto, eles não ficaram muito preocupados quando Willa não rolou ou rastejou quando os bebês normalmente fazem essas coisas.
Eventualmente, eles fizeram mais testes e os médicos encontraram um trauma cerebral, o que resultou no diagnóstico de paralisia cerebral.

Embora a condição de Willa tenha apresentado alguns desafios e experiências diferentes, a família Mason não seria a mesma sem sua personalidade alegre, radiante e brincalhona. Os Masons disseram que uma vez uma enfermeira resumiu Willa desta forma: “É como se ela tivesse engolido o sol.”
“O brilho do sol é algo que as pessoas sempre associam a ela”, disse Melissa.
A garotinha ruiva adora sentar em sua escrivaninha personalizada para ler, colorir e trabalhar com miçangas. Ela gosta de batucar no bongô e tocar ukulele [guitarra havaiana]. Quando possível, ela sai para jogar frisbee ou praticar esportes adaptados.
“Não sou tão boa, mas me saio bem”, explicou Willa.
Willa é uma artista. Sua família valoriza um retrato de pintura a dedo que ela criou. Ele fica exposto em um quadro acima da lareira na sala de estar.





Ter Willa abençoou a família de várias maneiras. Eles ganharam uma nova perspectiva sobre como tratar os outros que são diferentes e aprenderam a serem mais carinhosos e compassivos, disseram seus pais.
“Willa foi a cola que uniu nossa família”, disse Melissa. “Ela nos ajuda a sermos a melhor [versão] de nós mesmos.”
Seus irmãos, Finn, de 15 anos e os gêmeos Rhett e Lucy, de13 anos, dizem que Willa é inteligente e determinada, cheia de “espírito e força de vontade.”
“Ela não deixa a cadeira de rodas derrubá-la”, disse Finn Mason. “Do jeito que ela se vê, ela é tão capaz quanto qualquer outra pessoa.”
Dança em cadeira de rodas
Melissa Mason não se lembra exatamente de quando foi, talvez dois anos atrás, mas a família assistia ao musical “Hamilton” na televisão.
Durante uma das músicas, Willa começou a mover sua cadeira de rodas ao som da música.
“Senti algo. A música tomou conta de mim e comecei a dançar”, disse a garotinha. “Eu estava assim: ‘eu quero dançar, mas estou em uma cadeira de rodas. OK, dançarei com minha cadeira de rodas.’ Comecei a dançar e pensei: ‘Amo fazer isso.’”

Sua mãe disse que ela continuou dançando na cadeira de rodas pelo resto do musical.
Rolar com o ritmo de “Hamilton” foi como Mason iniciou seu talento como dançarina em cadeira de rodas, e a preparou para entrar no concurso “Reflections”.
O concurso Reflections
Patrick Mason, autor e professor universitário, filmou com um telefone celular a dança de cadeira de rodas de sua filha [em inglês] em um estacionamento. O vídeo mostra Willa vestida com uma camisa rosa brilhante e calça preta, girando sua cadeira de rodas roxa ao som da música, girando e girando com luzes piscando em suas pequenas rodas dianteiras. Os espectadores sabem que ela está se divertindo graças a um largo sorriso no rosto.
Em sua declaração artística, Willa escreveu: “Eu definitivamente mostrei minha voz. Adoro dançar em cadeira de rodas e faço isso desde os quatro anos. Adoro me mexer com a música e usar minhas rodas para dançar. Escolhi esta música porque é muito diferente e queria tentar algo difícil. Além disso, é de um dos meus filmes favoritos, sobre ser quem você é (“O Rei do Show”).”
Para surpresa e alegria de todos, Willa não só venceu em sua escola, a Edith Bowen Laboratory School no estado de Utah, mas também venceu nos níveis de distrito
Willa foi informada de que ninguém em sua escola jamais havia alcançado o nível estadual do concurso, muito menos o nacional. Sua escola exibiu parte de seu vídeo durante uma assembleia no último dia de aula. Quando acabou, ela recebeu uma entusiástica ovação de pé.
“A pessoa que me entregou o certificado disse ‘se vire’, e então eu vi todos de pé, batendo palmas e gritando”, disse Willa. “Uma senhora me perguntou se eu entraria no Reflections no próximo ano, e eu disse, ‘Sim, definitivamente!’
Procure os dons e talentos de uma pessoa
Aqueles que passam tempo com Willa Mason sempre saem felizes e elevados.
“Ela traz a luz do sol para o mundo”, disse sua mãe.
Os Masons esperam que os leitores apreciem que cada pessoa tem dons e talentos únicos para tornarem o mundo um lugar mais colorido e bonito.
“Olhe além do que você vê inicialmente em uma pessoa e perceba que ela recebeu dons”, disse Melissa Mason. “Todos são iguais perante Deus’, esse é um princípio importante em nossa família e algo que gostaríamos de ver mais no mundo.”
