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História de fé e perseverança levou esta corredora santo dos últimos dias às seletivas olímpicas dos E.U.A.

Sara Lopez sonhava em correr pela BYU, mas o Senhor tinha planos diferentes para sua família: ela recuperou sua forma anos depois com fé e perseverança

Com uma expressão de pura alegria no rosto, Sara Lopez ergueu os braços em triunfo ao cruzar a linha de chegada na maratona de Eugene [em inglês], no estado de Oregon, em abril deste ano.

A jovem de 24 anos venceu a corrida feminina de 42,195 km com o tempo de 2 horas, 33 minutos e 48 segundos. No processo, ela se classificou para as seletivas da maratona olímpica dos Estados Unidos, graças à sua finalização abaixo de 2:37:00. Isso por si só, para ela, foi uma realização significativa.

O que tornou a vitória ainda mais doce foi conhecer sua jornada de fé, sacrifício, trabalho árduo e resistência que a levaram até aquele ponto.

Anos atrás, seus pais receberam um chamado para servirem uma missão de tempo integral para A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em um país estrangeiro, o que exigia que Lopez sacrificasse seu último ano do ensino médio e uma possível chance de correr na universidade. Ela pensou que sua oportunidade de correr de forma competitiva havia acabado.

Outros testes se seguiram, incluindo um distúrbio alimentar.

Quando ela finalmente começou a recuperar sua antiga forma, algumas lesões retardaram seu progresso.

“Durante muito tempo eu lutei com isso, [pensando] ‘Será que estou louca por querer ir atrás desta meta?’ É algo que eu realmente queria há muito tempo”, disse ela. “O Pai Celestial nos conhece. Ele sabe o que queremos e quer que sintamos alegria. Foi isso que aprendi ao longo desse processo. ... Ele tem algo melhor em mente para nós, melhor do que jamais poderíamos imaginar, e isso me trouxe muita paz.”

Sara Lopez, corredora e santo dos últimos dias, ao centro, venceu a maratona de Eugene, Oregon em abril de 2023. Ela se classificou para correr nas seletivas da maratona olímpica dos E.U.A. em 2024.
Sara Lopez, corredora e santo dos últimos dias, ao centro, venceu a maratona de Eugene, Oregon em abril de 2023. Ela se classificou para correr nas seletivas da maratona olímpica dos E.U.A. em 2024. | Fornecida por Sara Lopez

‘Minha carreira de corredora acabou’

Lopez começou a correr e competir em eventos de atletismo no ensino fundamental, quando sua família morava em Washington.

Ela começou a quebrar recordes escolares como caloura do ensino médio, e esse sucesso continuou em seu primeiro ano, quando sua família se mudou para Boston, Massachusetts.

Chegando no último ano do ensino médio, Lopez sentiu que estava no caminho certo para atingir as metas de que precisava, para ganhar uma bolsa de estudos ou continuar em sua universidade favorita, a Universidade Brigham Young.

“Eu realmente queria correr pela BYU”, disse Lopez. “Mas meu tempo não foi rápido o suficiente para a BYU, então é por isso que eu esperava ter meu último ano para reduzir os tempos de que precisava, ou pelo menos melhorar o suficiente para poder entrar na equipe.”

A vida deu uma guinada inesperada em 2016, quando seus pais, Siegfried e Riitta Naumann [em inglês], foram chamados pela Igreja para servirem como líderes de missão na Missão México Cidade do México Leste.

Sara Lopez, corredora e santo dos últimos dias, treina para uma maratona.
Sara Lopez, corredora e santo dos últimos dias, treina para uma maratona. | Fornecida por Sara Lopez

Lopez ficou inicialmente aborrecida, especialmente quando soube que sua nova escola no México não tinha um programa competitivo de atletismo.

“Admito que não lidei bem com isso. Não facilitei para meus pais. Implorei que me deixassem ficar com uma amiga e terminar meu último ano nos Estados Unidos”, disse ela. “Eu estava com raiva de Deus: ‘Por que você está fazendo isto comigo agora?’”

Lopez desistiu de seu último ano no ensino médio e se mudou para o México com seus pais.

Ela testemunhou a alegria e as bênçãos do trabalho missionário enquanto seus pais serviram com os missionários, mas ainda era difícil conciliar a frustração persistente de perder seu último ano e o sonho de correr na BYU.

“Achei que minha carreira de atleta havia acabado”, disse ela. “Às vezes ainda é difícil pensar nisso, mas desde então, tive muitas experiências de cura e fortalecimento da fé que me ajudaram a perceber o quanto o Pai Celestial compreendia o que eu estava passando. Ele entendia o que eu realmente precisava e o que era realmente melhor para mim a longo prazo.”

Seus pais completaram a missão em 2019. Seu pai, Élder Siegfried A. Naumann, agora serve como Setenta de Área na Área América do Norte Oeste da Igreja.

Ganhando uma nova perspectiva

Durante seu último ano na Cidade do México, Lopez não teve uma equipe de atletismo ou treinador, mas fez o possível para ficar em forma correndo diariamente em uma esteira e monitorando sua dieta. Sem orientação, o excesso de exercícios e a restrição alimentar se tornaram extremos. Ela desenvolveu anorexia, o que a tirou das corridas por alguns anos.

O problema continuou em seu primeiro ano na BYU, até que ela começou a ter consultas com um terapeuta e nutricionista. Eles forneceram as ferramentas de enfrentamento de que ela precisava. Olhando para trás, ela sabe que o Senhor se importou com ela.

“Se eu tivesse competido na BYU com um distúrbio alimentar, não acho que meu desempenho seria o melhor possível”, disse ela. “Acho que teria me esgotado no esporte permanentemente. Em retrospectiva, eu sabia que o Pai Celestial estava cuidando de mim e [que Ele] sabia o que era melhor para mim.”

Outra forma de cura veio durante seus anos de faculdade, quando Lopez conheceu as famílias de outros líderes da missão, incluindo suas circunstâncias e sacrifícios. Isso a ajudou a avaliar e entender a situação de sua própria família.

“O Pai Celestial sabia que seria difícil para mim, mas tudo ficaria bem”, ela disse. “Eu não estava apenas ‘gritando para o vazio’. ... Não sei todos os motivos pelos quais meus pais precisaram ser chamados naquela época, mas sei e acredito em um Deus que vê tudo e tem uma visão mais ampla em mente.

Voltando a correr

Uma oportunidade de correr competitivamente na BYU nunca se materializou para Lopez. Como caloura, ela tentou ingressar em um grupo de corredores com o mesmo objetivo de ingressar na equipe de atletismo, mas se afastou para melhorar sua saúde física e mental ao lidar com a anorexia.

Anos depois, depois de se casar em 2020, Lopez soube que seu cunhado estava treinando para uma maratona. Ela se sentiu pronta para correr novamente, mas não treinou adequadamente.

“Nunca mais farei isso”, pensou ela. “Isso foi péssimo.”

No ano seguinte, em julho de 2021, ela seguiu um plano de treinamento melhor e correu uma meia maratona. Ela teve um desempenho melhor do que o esperado e sua esperança foi renovada. Ela precisava de um treinador e o encontrou através de uma rede de contatos, por meio de sua antiga presidente das Moças da ala em Boston.

Por fim, Lopez começou a treinar de forma mais séria e a correr de forma mais competitiva em maratonas e meias maratonas.

Sara Lopez, corredora e santo dos últimos dias, corre na maratona de Eugene em abril de 2023.
Sara Lopez, corredora e santo dos últimos dias, corre na maratona de Eugene em abril de 2023. | Fornecida por Sara Lopez

‘O Pai Celestial estava comigo’

Lopez se preparou para correr uma maratona em Nova York, em outubro de 2022, mas torceu o tornozelo um mês antes da corrida. Ela acabou correndo uma meia maratona para manter o treinamento, mas com cuidado para não causar mais lesões no tornozelo.

Lopez estava pronta para correr na Maratona Internacional da Califórnia em dezembro de 2022, mas ela deslocou um disco na região lombar duas semanas antes da corrida, mais uma vez a forçando a sair da competição.

Apesar das lesões frustrantes, Lopez não estava pronta para desistir. Ela não estava tão focada em se classificar para as seletivas olímpicas, queria apenas terminar a corrida.

“OK, darei apenas mais uma chance”, disse ela. “Eu só quero chegar à linha de chegada com saúde, sem lesões.”

Lopez manteve uma oração em seu coração durante toda a corrida e disse que sentiu o apoio celestial. Ela terminou com o segundo melhor tempo feminino na história da Maratona de Eugene. Cruzar a linha de chegada com uma multidão animada na pista do histórico Hayward Field [em inglês], no campus da Universidade de Oregon, foi um momento que ela nunca esquecerá.

“Foi doloroso porque eu não corro em uma pista desde o ensino médio, então terminar assim foi surreal”, disse ela. “Senti o amor e o apoio de todas as pessoas que me apoiaram durante todo este processo. Senti que o Pai Celestial estava comigo. Eu senti como se tivesse sido carregada durante aquela corrida. Foi muito especial.”

Sara Lopez, corredora e santo dos últimos dias, com seu marido, Samuel Lopez.
Sara Lopez, corredora e santo dos últimos dias, com seu marido, Samuel Lopez. | Fornecida por Sara Lopez

Seletivas olímpicas dos E.U.A.

As seletivas olímpicas dos E.U.A. [em inglês] estão programadas para fevereiro de 2024 em Orlando, Flórida. Lá, Lopez competirá contra mais de 125 corredores de elite. Os três primeiros colocados se qualificarão para representar os Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Verão de 2024 em Paris, França.

Ela está se preparando para as seletivas olímpicas com a mente aberta e o coração grato. Ela quer dar o seu melhor e sabe que esta será uma experiência única na vida.

“Claro que seria incrível terminar entre os primeiros, mas meu principal objetivo é chegar à linha de chegada com saúde e fazer a melhor corrida possível. Não importa o que aconteça, sei que o Pai Celestial está comigo durante toda esta jornada e isso me traz paz”, disse ela.

“Tento me lembrar do que mais valorizo: minha família e minha fé. Às vezes é fácil ser ‘sugada’ pensando no quão competitiva é a corrida, e ficar ansiosa com isto, mas tento lembrar que meu valor é muito maior do que ser uma corredora. Nunca quero subestimar este dom de correr que o Pai Celestial me deu, por isso faço o possível para ficar perto Dele e de meu Salvador, Jesus Cristo. Conto com o Pai Celestial tentando estar em sintonia com o que Ele quer que eu faça, porque sei que Ele tem uma visão maior. Se as provações não forem do jeito que eu quero, sim, será difícil, mas meu valor vai além disso. Tenho 24 anos, então tenho muito tempo pela frente para alcançar estes grandes objetivos. Eu apenas tento manter essas coisas em perspectiva.

“Perceber que o Pai Celestial quer o que é melhor para mim e o que trará a verdadeira alegria para mim e minha família me traz muita paz em minha jornada nas corridas, tanto para as seletivas quanto depois.”

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