Minerva Teichert criou uma de suas pinturas mais proeminentes, “Cristo em Sua túnica vermelha”, em 1945.
A pintura, com moldura dourada, retrata Jesus Cristo voltando à Terra com vestes vermelhas brilhantes de julgamento. Suas mãos estendidas carregam as marcas de Sua crucificação. À direita de Cristo, Seus seguidores olham para cima e lhe estendem a mão; no lado oposto, rostos se escondem na escuridão.
A obra recém-restaurada [em inglês] tem uma moldura pintada que muitas pessoas não viram, explicou a curadora de arte Laura Paulsen Howe.
“Acredito que as pessoas ficarão empolgadas ao verem ‘Cristo em Sua túnica vermelha’”, disse Howe. “Esta é realmente a primeira vez desde o final da década de 1950 que as pessoas verão ‘Cristo em Sua túnica vermelha’, da maneira que Minerva pretendia que fosse visto. Tem sido uma peça importante para muitas pessoas que viram esse trabalho e sentiram o amor do Salvador em sua vida.”
Howe disse que esta foi a primeira restauração desta pintura desde 1978. Esse esforço ajudou a restaurar a pintura após danos sofridos em um incêndio em uma capela em Denver, em 1964. O novo trabalho feito na pintura permitirá que os visitantes vejam a borda da pintura [ou seja] a moldura, que antes não era visível.

A poderosa imagem é a primeira das 45 pinturas que darão as boas-vindas aos visitantes que conhecerem a nova exposição do Museu de História da Igreja, “Com este convênio em meu coração: Arte e fé de Minerva Teichert” [ambos em inglês].
A exposição gratuita [em inglês], que abriu na terça-feira, 6 de julho, e continuará até 3 de agosto de 2024, foi projetada para mostrar a devoção de Teichert à sua fé e obras de arte.
“A arte de Minerva Teichert desempenha um papel significativo na história da cultura visual dos santos dos últimos dias”, disse Howe, “e somos gratos por termos a oportunidade de garantir que seu trabalho perdure para as gerações futuras.”
O rico legado de Minerva Tiechert
Teichert (1888-1976) encontrou tempo para pintar enquanto ela e o marido criavam sua família em uma fazenda de gado em Cokeville, Wyoming. Ela também estava envolvida em sua comunidade, adorava aprender, estudar as escrituras e fazer o trabalho de história da família.
Como artista plástica, ela pintou histórias do Salvador, a Restauração do evangelho, temas do Velho Testamento como a coligação de Israel, narrativas do Livro de Mórmon e histórias do oeste dos Estados Unidos, incluindo povos indígenas e colonos do século XIX.

Ela criou entre 300 e 400 peças de arte em sua vida. O número exato não é conhecido porque não existe um catálogo completo, disse Howe.
“Minerva Teichert deixa um rico legado e exemplo para os visitantes do museu hoje”, disse Howe. “A fé de Teichert em Jesus Cristo deu contexto a todas as suas atividades, seja ela batendo manteiga, lendo histórias para seus filhos na mesa do café da manhã ou pintando grandes narrativas. Seu legado foi especialmente importante para as mulheres santos dos últimos dias, que se inspiraram em sua vida repleta de experiências.”
A nova exposição de Minerva Teichert
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias foi um dos principais patronos das obras de Teichert, nas décadas de 1930 e 1940. Devido aos esforços de sua amiga e agente, Alice Merrill Horne, as obras de Teichert foram exibidas nas capelas santos dos últimos dias e em outros edifícios da Igreja, como a Lion House, tabernáculos e a sala do mundo, do Templo de Manti.
A Igreja contemplou uma exposição de Minerva Teichert por muito tempo, mas o verdadeiro trabalho começou há quatro ou cinco anos. A exibição foi adiada devido ao início da pandemia, disse Riley Lorimer, diretora do Museu de História da Igreja.
A exposição é organizada em torno do relato de Teichert sobre quando ela adoeceu durante a pandemia de gripe de 1918. Sentindo-se à beira da morte, Teichert se lembrou do treinamento artístico que havia concluído recentemente e orou.
“Prometi ao Senhor que, se conseguisse terminar meu trabalho e Ele me desse um pouco mais de tempo de vida, eu o faria com prazer”, disse ela mais tarde. “Com este convênio em meu coração, comecei a viver.”

Das 45 pinturas da exposição, mais de 60% pertencem ao Museu de História da Igreja. Um pequeno grupo de pinturas vem do Museu de Arte da BYU, e outras são emprestadas de colecionadores particulares.
A exposição inclui uma linha do tempo detalhada da vida e obra da artista, bem como uma seção destinada a ensinar os visitantes sobre os esforços de conservação empreendidos pela Igreja para preservar o legado de Teichert para as gerações futuras.
Os visitantes encontrarão alguns itens do cotidiano que Teichert incorporou em sua obra de arte, incluindo um balde de latão e um xale estampado.
Ao longo da exposição, os visitantes verão citações de Teichert reproduzidas nas paredes.
Uma delas diz: “Amo tanto as verdades do evangelho e o Senhor me abençoou tão maravilhosamente tantas vezes que me sinto indigna de tudo isto.”
“O evangelho de Jesus Cristo foi a força motivadora de sua vida”, disse Lorimer. “Ela pintou cenas das escrituras e da história da Igreja, com o propósito expresso de ajudar mais pessoas a aprenderem e serem inspiradas pela verdade que encontrou ali.”
A presidente Camille N. Johnson, presidente geral da Sociedade de Socorro, e sua segunda conselheira, a irmã Kristin M. Yee, visitaram a exposição de Teichert em 28 de junho.
“Fiquei encantada por ter a oportunidade de ver seu belo trabalho”, disse a presidente Johnson. “Sempre admirei sua tenacidade e seu testemunho.”
A presidente Johnson disse que as pinturas de Teichert, de mulheres se aproximando de Cristo, refletem Sua profunda compaixão.
“Penso que Seus traços faciais são tão lindos e Seus braços estendidos, o que é positivamente a mensagem da Sociedade de Socorro: que nosso Salvador está pronto para nos fornecer alívio”, disse ela.

Duas características interessantes da exposição Minerva Teichert
Há duas características únicas na exposição.
Uma mostra o pequeno fragmento remanescente da obra “Restauração do Sacerdócio de Melquisedeque” de Teichert. O restante da pintura foi destruído em 2010, no histórico incêndio do Tabernáculo de Provo. Felizmente, a pintura havia sido previamente fotografada e uma reprodução digital está exposta sobre o fragmento encontrado.

Carrie Snow, gerente de cuidados das coleções, ficou encantada com a pintura e a arte de Teichert, quando a obra foi limpa e conservada antes de ser pendurada no Tabernáculo de Provo.
“É maravilhosa e linda. Você entende a vida e o movimento que ela tem em sua tela. Eu já conhecia [seu trabalho], mas foi isso que fez me apaixonar por sua obra de arte”, disse Snow. “Infelizmente, é justamente a que foi queimada.”
Para a segunda característica única, a exposição recriou a sala de estar do estúdio de Teichert, incluindo uma seção da parede onde ela prendia suas telas, a porta da cozinha, janelas e uma cômoda recriada, com gavetas que se abrem para revelar vários itens.
O propósito é mostrar que Teichert estava enraizada em sua casa e na vida familiar, disse Lorimer.
“Há muitas histórias de seus filhos, de outras pessoas que a conheceram, que ela pintava na tela, [depois] entrava na cozinha e mexia o ensopado, voltava, pintava mais um pouco, parava para conversar com os vizinhos, pedia para que fizessem uma pausa e posassem para uma pintura”, disse Lorimer. “Queríamos que as pessoas entendessem que a vida de Teichert não era apenas a vida de uma artista, era a vida de uma mãe, um santo dos últimos dias e uma esposa vivendo em uma fazenda.”











Visita da família Teichert
Mais de 225 membros da família Teichert visitaram a exposição antes da inauguração.
“Foi uma noite maravilhosa”, disse Lorimer. “Tivemos interações positivas com a família. Muitas pessoas expressaram gratidão pela exposição. Tivemos oportunidades de ter conversas realmente positivas e produtivas com muitos membros da família.”
Atualização dos murais do Templo de Manti
Howe forneceu uma atualização sobre o esforço da Igreja para preservar os murais pintados por Teichert no Templo de Manti [em inglês].
“A restauração dos murais está feita. Eles foram limpos. Eles estão lindos”, disse Howe. “Convidamos todos a virem vê-los quando o Templo de Manti realizar sua casa aberta.”