PROVO, Utah — Um conflito ocorre quando há “diferenças que são importantes para uma ou mais partes”, disse Emily de Schweinitz Taylor, mediadora profissional, durante a Semana da Educação da BYU na terça-feira, 22 de agosto.
A paz é mais do que simplesmente a ausência de conflito ou discórdia. O falecido Élder Joseph B. Wirthlin, do Quórum dos Doze Apóstolos, destacou que, “Nas escrituras, paz significa … calma e bem-estar interiores, nascidos do Espírito, que é um dom de Deus a todos os seus filhos, e também segurança e serenidade no coração da pessoa.” (Ver “Paz Interior”, conferência geral de abril de 1991).
Taylor, na aula intitulada “Compreender as causas profundas do conflito para gerar a paz”, apontou três coisas que podem causar conflitos, e formas de ajudar a resolvê-las – e de escolher a paz.
Durante a conferência geral de abril de 2023, Presidente Russell M. Nelson, Presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, convidou todos a serem pacificadores.
“Como discípulos de Jesus Cristo, devemos ser um exemplo de como interagir com o próximo; especialmente quando nossas opiniões divergem. … A mensagem do Salvador é clara: Seus verdadeiros discípulos edificam, elevam, incentivam, persuadem e inspiram; por mais difícil que seja a situação. Os verdadeiros discípulos de Jesus Cristo são pacificadores” (ênfase no original), disse Presidente Nelson.
O que gera ou causa conflito
O principal motivador do conflito são “objetivos incompatíveis concebidos ou reais”, disse Taylor. Eles se manifestam principalmente em recursos disputados, assim como em valores e papéis incompatíveis.
Recursos disputados: Quando os recursos são escassos, as pessoas querem se proteger. Vocês se lembram do início das restrições da COVID-19, quando era difícil conseguir coisas como papel higiênico?
“Se houver recursos limitados, tendemos a competir”, disse ela.
2. Valores incompatíveis: Um lugar onde os valores podem parecer incompatíveis é na política. Superficialmente, diferentes partidos políticos podem parecer diferentes e não partilhar os mesmos valores. Contudo, os membros de ambos os partidos podem querer cuidar dos pobres, mas têm maneiras diferentes de fazer isso.
“Se acreditarmos na ideia de que os valores são muito diferentes, muitas vezes desistimos. Não tentaremos realmente encontrar pontos em comum. Temos que ter muito cuidado”, disse Taylor.
3. Papéis incompatíveis: Basta olhar para um jogo de esportes para ver papéis incompatíveis com poderes variados. Ambos competidores ou equipes querem vencer. Os árbitros têm a tarefa de fazer cumprir as regras de forma justa para ambos os lados.
“A mortalidade tem certa tensão naturalmente entrelaçada em sua estrutura, e você terá que equilibrá-la”, disse Taylor. Não há resposta ou solução rápida, acrescentou ela. É pesar cada possibilidade e trabalhar nela.
Escolher criar a paz
Existe uma tensão natural na vida, mas isso não significa que tenha ocorrido um conflito ou disputa, disse ela. Cada pessoa pode optar por trabalhar pela paz.
Taylor compartilhou três ideias para se combater os três geradores de conflito: compartilhar a abundância, buscar pontos em comum e se identificar com eles, e jogar no mesmo time.
1. Compartilhe a abundância: Para mudar de uma perspectiva de escassez para uma de abundância, ela apontou três pontos do discurso de Élder Wirthlin na conferência geral de abril de 2006, intitulado “Vida em Abundância”: “Bebam da água da vida do evangelho de Jesus Cristo”, “[tenham o] coração [cheio] de amor” e, com a ajuda do Pai Celestial, “façam de sua vida uma obra-prima”.
Élder Wirthlin salientou que essas coisas não vêm “embaladas e prontas”. “A vida em abundância [é] ...uma magnífica jornada que começamos há muito e muito tempo e que nunca, nunca terá fim.”
2. Busque um terreno comum: Desenvolva habilidades de ouvir primeiro, sem interromper, procure compreender as necessidades, compartilhe as necessidades sem culpar e concentre-se nos laços familiares divinos, disse Taylor.
Embora as pessoas possam não concordar, elas podem ouvir umas às outras para compreenderem as posições umas das outras, disse ela.
Entre em uma conversa com a atitude de, “Eu só quero entender de onde você está vindo [com tal ideia]?” e “sem pensar em como você vai responder quando chegar a sua vez. Essa é uma conversa muito diferente”, disse Taylor.
3. Procure se identificar com o que está vendo e jogue no mesmo time: Primeiro, os dois grupos deveriam buscar um objetivo comum, algo que os una durante um conflito. Em segundo lugar, os grupos precisam ser interdependentes e devem trabalhar juntos para cumprir a meta, tal como um casal criando os filhos juntos. Terceiro, os grupos precisam ter o mesmo status. E quarto, é necessário que haja apoio de figuras com autoridade, ou instituições, para se reduzir qualquer hostilidade nos grupos.
“É preciso que, unir as pessoas, seja parte de nossa cultura”, disse Taylor.