PROVO, Utah — Ao ler diversas histórias das escrituras sobre a libertação de dificuldades, sejam elas exércitos, escravidão ou pecado, Rebekah Ellsworth Kimball notou pontos em comum entre elas.
“Uma das coisas mais impressionantes para mim sobre essas histórias não foi apenas o poder de Deus e Sua capacidade de libertar, mas também quão consistentes foram as coisas que as pessoas fizeram antes da libertação.”
Ex-gerente de apoio estratégico e de público para os Seminários e Institutos de Religião, Kimball ministrou uma aula como parte da Semana da Educação da BYU de 2024 em Provo, Utah, no dia 22 de agosto. Ela apresentou “A libertação de Deus em nossos tempos difíceis” e explicou os esforços necessários para sermos libertados das dificuldades.
Esta foi uma das mais de 1.000 aulas da conferência anual, um dos maiores programas de educação continuada do país. Os participantes se reuniram de 19 a 23 de agosto em aulas e palestras para aprenderem com líderes da Igreja, professores da BYU, especialistas de diversas áreas e instrutores do Seminário e Instituto.

5 pré-requisitos para a libertação
Kimball observou cinco precursores e pré-requisitos para a libertação:
1. Oração: Depois de navegarem pelo oceano em barcos artesanais, as tempestades submergiram os jareditas nas profundezas do mar. Ainda assim, “quando eram envolvidos pelas muitas águas, clamavam ao Senhor e Ele novamente os fazia voltar à tona d’água” (Éter 6:7).
Kimball observou: “Nas escrituras, a água costuma ser um símbolo do caos. Portanto, os jareditas, como alguns de nós podemos sentir, estão submersos no caos, submersos na turbulência. E é a oração de fé a Deus que os traz de volta à tona.”
2. Arrependimento: Em hebraico, a palavra “arrepender-se” é “shuv”, que significa “voltar” ou “retornar”. O arrependimento, então, requer um afastamento do pecado e uma mudança em direção a Deus.
“Precisamos nos arrepender se quisermos ser libertados”, disse Kimball. “Não conheço nenhuma história significativa nas escrituras onde as pessoas podem fazer o que quiserem, e ainda assim, serem libertadas milagrosamente. Não conheço histórias assim. Conheço muitas onde as pessoas se humilham ou se arrependem e são libertadas.”
3. Humildade: No Velho Testamento, Samuel exortou os filhos de Israel a abandonarem os ídolos para serem libertados de seus inimigos, os filisteus. Se eles “[tirarem] dentre vós os deuses estranhos” e retornarem ao Senhor, Samuel prometeu, Ele os livraria (1 Samuel 7:3).
Os israelitas obedeceram e seus exércitos receberam a ajuda do Senhor para vencerem os filisteus. Kimball perguntou: “Quais são os ‘deuses estranhos’ em sua vida que vocês talvez precisem abandonar para se comprometerem totalmente com o Deus de Israel?”
Ela continuou: “Precisamos que Ele seja nosso Deus. E essa, para mim, é a mensagem do Velho Testamento.”

4. Fazer e cumprir convênios: Enquanto os filhos de Israel eram escravizados pelos egípcios no livro de Êxodo, “ouviu Deus o seu gemido, e lembrou-se Deus do seu convênio com Abraão, com Isaque, e com Jacó” (Êxodo 2:24).
Este sentimento é ecoado quando o Senhor chama Moisés para libertar os israelitas: “me lembrei do meu convênio” (Êxodo 6:5).
Kimball disse: “Temos que decidir fazer esses convênios e decidir cumpri-los. E Sua promessa é que, se decidirmos cumpri-los, Ele se lembrará de nós como fez com os filhos de Israel e nos libertará.”
5. Fé e confiança no Senhor: Alma disse a seu filho Siblon no Livro de Mórmon: “Se puseres a tua confiança em Deus, serás libertado de tuas provações e teus dissabores e tuas aflições” (Alma 38:5).
Portanto, disse Kimball, a libertação ocorre na medida em que a pessoa confia em Deus.
2 maneiras pelas quais Deus liberta Seus filhos
Há duas maneiras principais pelas quais Deus liberta Seus filhos das provações, disse Kimball:
Capacitando-os. Em Mosias 24, Alma e seu povo clamaram ao Senhor por libertação do cativeiro. Essa libertação não veio imediatamente, mas “o Senhor fortaleceu-os para que pudessem carregar seus fardos com facilidade” (Mosias 24:15).
Kimball disse: “Não é que o fardo tenha ficado mais leve. Porém eles ficaram mais fortes. Na força do Senhor, eles foram capazes de suportar o fardo até serem finalmente libertados.”
Usando outras pessoas. Em abril de 2010, o então Presidente Dieter F. Uchtdorf, segundo conselheiro na Primeira Presidência, contou a história de uma estátua de Cristo que foi danificada na Segunda Guerra Mundial. Os especialistas consertaram a maior parte da estátua, mas as mãos não puderam ser consertadas. Em resposta, foi acrescentada uma placa ao pé da estátua: “Vós sois minhas mãos”.
“Presto testemunho de um Deus de libertação”, disse Kimball, “mas de um Deus que pode libertar-nos de muitas maneiras. Ele pode nos livrar com o fogo do céu. Ele pode nos libertar, nos capacitando. E Ele pode nos libertar através das mãos de outras pessoas. ... Que possamos fazer a nossa parte nesse processo de libertação.”
