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Jon Ryan Jensen: O nascer do sol em um céu esfumaçado

Às vezes, os menores fios de fumaça nos lembram da escuridão do passado e da alegria do arrependimento e do amor de Deus

Ao visitar a parte mais ao norte de Utah algumas semanas atrás, vi um lindo nascer do sol do outro lado de um lago e além das montanhas a leste. Como é da minha natureza, tirei uma dúzia de fotos medíocres com meu telefone para capturar inadequadamente o sentimento de admiração que tive no momento.

Contei à minha família o que eles tinham perdido, e eles ficaram compreensivelmente desapontados, tanto com minha descrição, quanto com minhas fotos.

Mais tarde, descobri que algo havia contribuído para a beleza que presenciei, mas que não era tão bonita em outro lugar. A mudança gradual no céu de roxo para vermelho para rosa para azul foi causada por incêndios florestais a cerca de 1.600 quilômetros de distância. Os ventos durante a noite trouxeram fumaça para o vale que estava perfeitamente limpo na noite anterior.

De onde eu estava, a fumaça era quase imperceptível. Tudo o que eu notei foi o lindo nascer do sol.

Mas onde os incêndios florestais se originaram, o nascer do sol não foi nada bonito. Lá, a fumaça era um sinal de destruição, e sua espessura deixou muitos no escuro, escondidos da luz do sol.

Naquele dia, 93 incêndios florestais estavam sendo controlados nos Estados Unidos. Eles queimaram mais de 1 milhão de hectares e exigiram o trabalho de quase 30.000 pessoas para ajudar a controlá-los.

Na semana passada, estudamos os primeiros capítulos do Livro de Helamã no Livro de Mórmon, como parte do nosso estudo coletivo do “Vem, e Segue-Me” na Igreja. No capítulo 5, lemos sobre a necessidade de construirmos nossos alicerces sobre “a rocha do nosso Redentor, que é Cristo”. Precisamos fazer isso para resistir às tempestades que nos farão cair se não estivermos firmes na rocha.

Néfi e Leí se lembraram dessas palavras de seu pai, Helamã, quando saíram para pregar o evangelho aos lamanitas em Zaraenla.

Uma dúzia de versículos depois, o registro compartilha sobre algo diferente das tempestades que podem desorientar física e espiritualmente: escuridão. Mas a escuridão nesses versículos não aconteceu para causar confusão. Ela fez com que as pessoas parassem o que estavam fazendo, fizessem uma pausa, para avaliarem o que estava acontecendo.

Uma voz veio de “cima da nuvem de escuridão” com instruções para aqueles que estavam cercados pela nuvem temporária. Três vezes a voz falou aos lamanitas, cujo medo os havia incapacitado naquele momento.

Um homem chamado Aminadabe viu os rostos de Néfi e Leí na nuvem. Ele era um nefita que se afastara da Igreja e vivia entre os lamanitas, que agora tinham que recorrer a ele para obterem uma explicação do que estava acontecendo. Eles queriam instruções de Aminadabe sobre como fazerem a escuridão desaparecer. Néfi e Leí tinham pregado para eles, mas eles recorreram à pessoa que conheciam para pedir-lhe conselho.

A resposta de Aminadabe foi simples. Ele lhes disse para fazerem como tinham sido ensinados por Néfi, Leí, Alma, Amuleque e Zeezrom. Ele lhes disse que precisavam se arrepender, clamar a Deus e ter fé em Jesus Cristo.

Eles fizeram como instruído. A escuridão se foi, mas então eles viram “um pilar de fogo”.

Os 300 lamanitas que passaram por essas experiências eram apenas uma pequena parte de sua comunidade. Depois que tudo acabou, eles compartilharam o que havia acontecido com o restante de seu povo. As escrituras dizem que a maior parte dos lamanitas foi convencida … “em virtude da grandeza das evidências”.

Não sei quais eram essas evidências, mas elas e os testemunhos fizeram com que os lamanitas abandonassem suas armas de guerra, o ódio que sentiam pelos nefitas e a terra que haviam tomado deles.

Nos dias que se seguiram, eu me pergunto se havia fumaça persistente da escuridão que havia ali ou dos incêndios que os cercavam. Eles acordaram com uma gratidão renovada em um lindo nascer do sol e se lembraram de como era a luz quando a escuridão se foi?

Quaisquer que fossem as evidências, quaisquer que fossem as lembranças, aqueles lamanitas foram então lembrados de como ter uma “retidão [que] excedia à dos nefitas, em virtude de sua firmeza e constância na fé” (Helamã 6:1).

Quanto a mim, olho para os amanheceres esfumaçados da vida e me lembro dos meus próprios momentos em que senti o alívio que vem do arrependimento e a alegria que vem de se sentir o amor de Deus quando me comprometo a segui-Lo.

Todos nós vivenciamos a escuridão às vezes. E todos nós precisamos fazer como a voz ordenou àqueles lamanitas, os chamando ao arrependimento antes que possamos ver a luz e seguir em frente com nossas vidas.

— Jon Ryan Jensen é o editor do Church News

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