Mídias sociais abertas: mais um reel, mais uma publicação, mais uma rolagem. É uma distração ou uma ferramenta divina?
O Presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Presidente Russell M. Nelson, testifica que pode ser ambas as coisas.
Em 2018, ele alertou sobre suas potenciais desvantagens. Ele disse: “Se vocês estão prestando mais atenção às notificações das mídias sociais do que aos sussurros do Espírito, estão se colocando em risco espiritual — e correndo o risco de sentir intensa solidão e depressão.”

Em novembro de 2020, ele convidou o mundo a usar as redes sociais para o bem. “Convido vocês — durante os próximos sete dias — a fazerem de suas mídias sociais, seu diário de gratidão pessoal... Depois desses sete dias, observem se vocês se sentem mais felizes e com mais paz”, disse ele, acrescentando: “Trabalhando juntos, podemos inundar as mídias sociais com uma onda de gratidão que atingirá os quatro cantos da Terra.”
Joseph Kerry, chefe do Departamento de Comunicação e decano associado de Estudos Vocacionais e Técnicos da Ensign College [em inglês], participou recentemente do podcast do Church News [em inglês] para discutir sobre redes sociais. Falando sobre jovens e jovens adultos, ele explicou que se sente otimista em relação ao que eles podem fazer on-line.
“Eles se sairão bem. Eles são bons, têm boas intenções”, disse ele. “Na minha experiência, eles são esforçados, e é uma bênção trabalhar com eles todos os dias.”
De reels à revelação
No primeiro discurso de Presidente Nelson a toda a Igreja como Profeta, ele disse: “Nos dias que estão por vir, não será possível sobreviver espiritualmente sem a orientação, a direção, o consolo e a influência constante do Espírito Santo.”
Kerry explicou que, quando usadas de forma eficaz, as redes sociais podem fortalecer as pessoas e trazer poderes do céu, e não minimizá-los.

“Acho que a maioria das pessoas já passou por esta experiência de ver algo on-line que proporciona um pouco mais de forças para o dia”, disse ele. “Isso nos fortalece para o dia, e nos lembra que somos excepcionais, que não somos comuns.”
Kerry testificou que compartilhar “belas mensagens” pode beneficiar a todos. “Ao fazermos isso, estou convencido de que nos fortaleceremos, ajudaremos outras pessoas e encontraremos aquela paz que parece tão ilusória.”
Cuidado com o ‘eclipse espiritual’
Por outro lado, as mídias sociais podem ser prejudiciais.
Élder Gary E. Stevenson, do Quórum dos Doze Apóstolos, alertou na conferência geral de outubro de 2017: “Apesar de todas as virtudes e do uso adequado dessas tecnologias, há riscos inerentes a elas e, quando trazidas para muito perto de nós, elas podem nos aproximar de um eclipse espiritual e potencialmente ofuscar o brilho e o calor do evangelho.”

Kerry disse que as redes sociais podem criar um sentimento de comparação, fazendo com que a pessoa se esqueça de quem é.
“Você pode sentir que não é um indivíduo, que não é um filho único de Deus. Eu chamo isso de excepcional, e digo a todos os meus alunos: Deus não cria pessoas comuns. Ele não consegue. Todos nós somos excepcionais.”
No entanto, ele alertou: “A internet, no entanto, tem um jeito de dizer: você não é tão excepcional assim.”
Na conferência geral de abril de 2025, Presidente Nelson identificou outro risco com as plataformas digitais: “A hostilidade atual no diálogo público e nas mídias sociais é alarmante. Palavras de ódio são armas mortais. A contenda impede que o Espírito Santo seja nosso companheiro constante.”
Discipulado na era digital

Kerry destacou que os líderes da Igreja podem servir de exemplo de como usar as mídias sociais de forma eficaz.
Observando como os líderes ativos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias estão nas redes sociais, Kerry disse sobre suas postagens e conteúdo: “Acho que tudo isso é fantástico, porque é essa exposição que eu acho que nos fortalece, nos fortifica e nos ajuda”.
Assim como Paulo no Novo Testamento, profetas, videntes e reveladores frequentemente transmitem mensagens àqueles que mais precisam. Naquela época, Paulo escrevia cartas aos filipenses; agora, os apóstolos gravam um vídeo nas redes sociais para seus seguidores.
Élder Stevenson testificou na conferência geral de abril de 2022, sobre o poder dos santos dos últimos dias ao compartilharem seu testemunho nas redes sociais: “Em nossa era digital, os membros geralmente compartilham mensagens pelas mídias sociais. Existem centenas, senão milhares, de coisas edificantes que vocês podem achar que vale a pena compartilhar. Esse conteúdo oferece convites para ‘vir e ver’, ‘vir e servir’ e ‘vir e fazer parte.’”
Élder Neil L. Andersen, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou na conferência geral de abril de 2013 que as redes sociais são um lugar onde os membros podem se tornar missionários. “Existem novas maneiras de convidar as pessoas a vir e ver”, disse ele. “Tornemos o compartilhamento de nossa fé on-line uma parte mais presente em nosso cotidiano.”
Todas as sextas-feiras, o Church News informa [em inglês] o que os líderes da Igreja compartilharam nas redes sociais na semana anterior.

Seu feed, Sua mensagem
Então o que as redes sociais podem ser?
Em uma postagem no Instagram de agosto de 2024 [em inglês], Élder Dieter F. Uchtdorf, do Quórum dos Doze Apóstolos, convidou os membros a assumirem o controle de seu uso pessoal das redes sociais [em inglês], prometendo: “Se vocês colocarem Jesus Cristo no centro de seu foco, prometo que verão todo o resto com mais clareza.”
Kerry explicou que, quando os santos dos últimos dias compartilham conteúdo on-line, eles devem mostrar que são pessoas reais.
“Eu simplesmente amo este tipo de variedade, de autenticidade”, disse ele, acrescentando: “É um reflexo nosso, e quando nosso DNA está em algo, ele ganha vida, e somos capazes de alcançar pessoas que ninguém mais conseguiria, porque estamos falando através da nossa voz e do nosso coração, e as redes sociais nos dão esta oportunidade.”
Para criar um espaço nas redes sociais onde o Espírito possa habitar, Kerry enfatizou a importância de se criar e consumir conteúdo inspirador, e de ser um pacificador on-line. Ele também ressaltou que o uso intencional da tecnologia pode ajudar a manter o bem-estar espiritual e emocional.