À medida que o mundo enfrenta uma crise de fome sem precedentes, as organizações religiosas, incluindo A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, desempenham um papel fundamental, não apenas em resposta à crise em andamento, mas também para ajudarem a construir a resiliência nas comunidades.
E as organizações religiosas estão fazendo isso por meio da colaboração, explicou Robert Hokanson, gerente sênior de prioridades globais e projetos especiais da Igreja de Jesus Cristo.
“Muitas pessoas ficariam surpresas com o nível em que as organizações religiosas interagem, arregaçam as mangas, dão as mãos e trabalham juntas”, disse ele em um recente painel de discussão da Devex [em inglês] em Nova York, em conexão com a 77ª sessão da Assembleia Geral da ONU.
Hokanson falou ao lado de representantes da Islamic Relief USA [Assistência Islâmica dos E.U.A.], Catholic Relief Services [Serviços Católicos de Assistência], Food for the Hungry [Alimento para os Famintos] e World Food Program USA [Programa Mundial de Alimentos dos E.U.A.].
A Igreja recentemente fez uma doação histórica de US$ 32 milhões ao Programa Mundial de Alimentos. O presidente e CEO do Programa, Barron Segar, disse que quando começou seu trabalho como CEO em 2020, ficou impressionado com o apoio vindo de organizações religiosas, independentemente da religião.
“Aprendi que os parceiros religiosos inspiram uma conexão com a comunidade”, disse Segar. “Eles acreditam que o mundo é um lugar para todos e em amar o próximo como a si mesmo.”
Ele disse que as doações estão fazendo a diferença para homens, mulheres e crianças em países ao redor do mundo. Mas, além do dinheiro, ele também vê organizações baseadas na fé em suas visitas técnicas.
“Elas não são apenas financiadoras, elas estão no dia a dia. Elas desempenham um papel significativo no alívio da fome”, disse ele.
Anwar Khan, presidente e cofundador da Islamic Relief USA, disse que estas relações inter-religiosas são de longa data e duradouras.
“A parceria mais antiga que a Islamic Relief USA tem é com [A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias]. Não é apenas a parceria inter-religiosa mais antiga, é a parceria mais antiga no geral. Fazemos isso há anos”, disse Khan.
Ele também mencionou as estreitas colaborações que seu grupo teve com a Catholic Relief Services. Os funcionários católicos trabalhavam com a Islamic Relief no escritório da Catholic Relief Services, na República Centro-Africana, quando os muçulmanos tiveram seus vistos negados no país.
“Você não ouve histórias como estas”, disse Khan.
Hokanson continuou dizendo que há uma percepção errônea muito comum de que as organizações baseadas na fé estão competindo de alguma forma. “Na verdade, acredito que todos aqui concordam que nossa experiência é exatamente o oposto”, disse ele.
As organizações reconhecem onde estão seus pontos fortes, assim como onde precisam confiar em outros: as diferenças de fé não dividem as organizações; elas as unem.
“Uma das coisas implícitas em uma comunidade de fé é a confiança. Indivíduos doam para sua igreja porque há uma confiança ali. Isso é comprovado quando lhes mostramos que podemos superar a diferença e podemos trabalhar juntos”, disse Hokanson.
Um representante da Adventist Development and Relief Agency International [Agência Adventista Internacional de Desenvolvimento e Socorro – em inglês], na plateia, falou sobre as doações que a Igreja fez a essa organização e como a colaboração permitiu que a agência entrasse nas comunidades e promovesse mais parcerias com líderes locais.
Hokanson disse que as organizações religiosas têm a capacidade de reunirem recursos, não apenas recursos financeiros e doações em dinheiro, que são importantes, mas o poder das pessoas que aderem à sua fé. E é aí que está o verdadeiro poder, em mobilizar as pessoas para servirem e abençoarem a vida dos outros.
“Eles têm a oportunidade de olhar ao seu redor e se conectarem e se envolverem na comunidade local, onde quer que seja”, disse ele. “Podemos ajudar outros que estão em risco e em necessidade, e estamos em uma posição em que podemos agir.”
