Um dos fundamentos doutrinários de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias também reflete por que a religião acredita que a liberdade religiosa é tão importante.
“Acreditamos literalmente que todos nós somos filhos de um Deus amoroso”, disse Élder Jack N. Gerard, Setenta Autoridade Geral. “Portanto, devemos nos respeitar mutuamente, os nossos pontos de vista ou opiniões, independentemente de nossa fé religiosa, das nossas ideologias políticas, etnia, origem ou seja qual for nossa experiência de vida. Acreditamos que toda a humanidade é igual, porque aos olhos de Deus somos iguais, independentemente dessas origens ou identidades.”
Élder Gerard, que atua como segundo conselheiro na presidência da Área Europa Central da Igreja, fez a declaração como principal orador em um webinar, em 4 de dezembro, que comemorou o 75º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948.
O webinar também contou com comentários de Nazila Ghanea, relatora especial das Nações Unidas para a liberdade de religião ou crença, e Andrea Benzo, enviado especial do governo italiano para a liberdade de religião ou crença e o diálogo inter-religioso. Suas mensagens destacaram a importância do Artigo 18, que defende o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião, e suas reflexões sobre o futuro da liberdade religiosa.
Mensagem de Élder Gerard
Em suas observações, Élder Gerard descreveu três “fundamentos doutrinários” da Igreja que também ensinam a liberdade religiosa, sendo o primeiro deles a nossa crença de que todos são filhos de um Deus amoroso.
“Do ponto de vista da nossa fé, Ele deseja apenas o melhor para nós”, disse Élder Gerard. “À medida que trabalhamos juntos, à medida que aprendemos a ser mais compreensivos, a conviver melhor, a ter uma sociedade ou cultura civil, se possível, com sua grande diversidade, a desfrutar uns com os outros, para levar paz, segurança e conforto para toda a humanidade.”
O segundo fundamento que Élder Gerard compartilhou foi o “arbítrio moral”.
“Acreditamos que parte do grande plano de nosso Pai Celestial é que temos o direito de escolha”, disse ele. “Este princípio de arbítrio moral exige que nós, e A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, respeitemos mutuamente as pessoas que têm pontos de vista diferentes ou muito diferentes dos nossos. Acreditamos que é importante trabalharmos arduamente para defender sua capacidade de fazer essas escolhas. ... Acreditamos que é importante protegermos esta liberdade, a liberdade de religião, a liberdade de consciência, a liberdade da dignidade humana, porque isso permite então às pessoas, esse direito de escolha.

O terceiro fundamento de Élder Gerard se centralizou nos dois grandes mandamentos do Salvador: amar a Deus e amar o próximo.
“Acreditamos que a doutrina subjacente também compreende a nossa necessidade de sermos mutuamente respeitosos”, disse ele. “Conforme aprendemos verdadeiramente a amar o nosso próximo, independentemente de suas escolhas, independentemente de sua opinião, podemos aprender a apoiar e amar uns aos outros em nossas decisões sobre fé, religião e ideologia, e acreditamos que isso nos permite vivermos em uma comunidade muito diversificada, uma sociedade diversificada, mas a sermos muito inclusivos em nossa diversidade.”
Élder Gerard fez referência à 11ª Regra de Fé da Igreja, que afirma: “Pretendemos o privilégio de adorar a Deus Todo-Poderoso de acordo com os ditames de nossa própria consciência; e concedemos a todos os homens o mesmo privilégio, deixando-os adorar como, onde, ou o que desejarem.”
“Acreditamos que é nossa responsabilidade e nosso dever protegermos a liberdade de religião, a liberdade de consciência”, disse ele. “Seremos sempre parceiros neste esforço, para todos vocês que têm diferentes religiões e diferentes origens e diferentes sociedades civis, sejam elas quais forem, podem contar conosco como um parceiro confiável no futuro.”
Élder Gerard continuou: “Ainda temos desafios... mas podemos fazer a diferença. Podemos modelar uma sociedade melhor, podemos modelar a bondade, podemos modelar o amor verdadeiro uns pelos outros, que nos ajudará a beneficiar todos, e nos aproximará de uma melhor compreensão da tolerância, da liberdade de consciência e da liberdade de religião.”
‘Todos deveríamos estar conscientes’
Em suas observações, Ghanea, professora de Direito Internacional dos Direitos Humanos na Universidade de Oxford, falou sobre ter crescido no Qatar, onde muitos de seus familiares e amigos enfrentaram vários níveis de discriminação.
“Todos deveríamos estar conscientes de quanto o mundo sofreu para chegar a este estágio de querer, pelo menos ter a estrutura para defender este reino de consciência para todos, independentemente de quaisquer distinções ou discriminações”, disse ela.
Ghanea compartilhou um “Kit de Ferramentas do Facilitador” [em inglês] sobre a Liberdade de Religião ou Crença, como um recurso para ajudar as pessoas a aprenderem mais sobre a promoção da liberdade religiosa.
Mais discussões necessárias
Benzo, um diplomata italiano, falou sobre a necessidade de nos envolvermos mais regularmente em discussões sobre a liberdade religiosa, com as comunidades religiosas nos níveis superiores e de base.
“Nossa prioridade é proteger e promover a liberdade de religião e crença”, disse ele. “Precisamos detectar todos esses desafios e sermos capazes de responder a todos eles de forma eficaz.”