Élder Ulisses Soares, do Quórum dos Doze Apóstolos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, falou sobre a importância da liberdade religiosa na construção de sociedades pacíficas, durante a recepção de abertura da Cúpula Internacional de Liberdade Religiosa, realizada em Washington, D.C., na segunda-feira, 3 de fevereiro.
Em suas considerações, Élder Soares disse que a paz requer diálogo e ação para protegê-la e difundi-la por toda a sociedade.
Ele acrescentou: “A proteção dos direitos humanos é crucial para se preservar a paz. ... Como líderes religiosos, governamentais e comunitários, é nossa responsabilidade apoiar fortemente a proteção dos direitos humanos em todo o mundo.”
A cúpula de vários dias incluiu palestrantes de todo o mundo, representando dezenas de tradições religiosas diferentes, com o objetivo de promover a liberdade religiosa internacional para todos. Élder Soares fez dois discursos no evento e participou de uma sessão de perguntas e respostas com o Global Faith Forum [Fórum Global da Fé – em inglês] na segunda-feira.
Dignidade humana
Durante um discurso de abertura na quarta-feira, 5 de fevereiro, Élder Soares disse que seu coração está com todos que enfrentam várias formas de perseguição, inclusive religiosa.
“As pessoas de fé há muito enfrentam perseguições, desde discriminação até atrocidades como o genocídio”, disse ele. “No entanto, a história não precisa se repetir. Permitirmos que nosso passado violento molde nosso futuro, depende de nós”.
De acordo com Élder Soares, qualquer discussão sobre como tratamos uns aos outros deve começar com a dignidade humana, a definindo como o fundamento de todos os direitos humanos.
“As sociedades prosperam quando, tanto a lei quanto a cultura reconhecem, respeitam e protegem o valor inerente de cada pessoa”, disse ele. “A dignidade é um direito universal inato. Todos têm dignidade simplesmente por serem humanos, independentemente de religião, raça, gênero ou nacionalidade. Embora as diferenças culturais e religiosas enriqueçam a humanidade que compartilhamos, elas não afetam nossa dignidade.”
Élder Soares relembrou os presentes, de que foi apenas após a Segunda Guerra Mundial que líderes de diferentes nações, religiões e sistemas políticos se reuniram para estabelecerem os direitos humanos universais. Entre eles estão a vida, a liberdade, a segurança, a proteção igualitária perante a lei e a liberdade de pensamento, expressão e religião.
“Muitas vezes tomamos tais direitos como garantidos, como se eles sempre tivessem existido e que sempre existirão”, disse Élder Soares. “Estes direitos falam por si mesmos, mas não podem se defender sozinhos. Esta é a nossa tarefa. Creio que nossos direitos vêm de Deus, mas que o cuidado destes direitos depende de nós.”
A proteção destes direitos sagrados depende de uma sociedade com pessoas que priorizem a cooperação e a compaixão, disse Élder Soares.
Um chamado à compaixão
“A compaixão nos permite ver um reflexo de nós mesmos, uns nos outros: nossos sonhos, esperanças e triunfos, bem como nossos medos, nossas preocupações e nosso sofrimento”, adicionou Élder Soares.
Ele disse à cúpula que, sem compaixão, todos são meramente estranhos e estrangeiros, mas que, com compaixão, é possível ver outros com novos olhos, como irmãos e irmãs. Ele definiu a compaixão como algo que vai além da tolerância, trabalhando para compreender e se envolver com aqueles que são diferentes.
“Ela deve ser a força motriz por trás de nossos esforços compartilhados pela consciência e pela liberdade religiosa”, disse ele. “A compaixão não deve ser apenas um ideal, mas uma prática que cultivamos por meio de ações diárias, orientando nossa defesa por uma liberdade religiosa maior em todo o mundo.”
A necessidade da religião
Élder Soares disse que a ideia de compaixão está profundamente enraizada na essência da religião.
“No entanto, o impacto da religião vai além da compaixão”, disse ele. “Acredito que a liberdade religiosa duradoura está enraizada em princípios religiosos que promovem indivíduos com moral, incentivam a paz e promovem o serviço a comunidades vulneráveis. A liberdade religiosa é importante porque a própria religião é importante.”
A religião oferece uma estrutura para as pessoas encontrarem significado, pertencimento e identidade, Élder Soares adicionou. Ele citou um estudo sociológico intitulado “American Grace”, que descobriu que a observância religiosa está ligada a um maior envolvimento cívico.
“Esforçar-se para viver uma vida espiritual amplia nossa perspectiva e eleva nossas lutas”, disse Élder Soares. “As grandes religiões nos protegem do desespero e dos sentimentos de insignificância.”
Concluindo, Élder Soares disse que, quando os governos apoiam a liberdade religiosa, eles fortalecem suas nações como um todo.
“A luta pela liberdade religiosa é muito mais do que proteger o direito de adoração; trata-se de preservar a dignidade, a compaixão e o respeito que todas as pessoas merecem”, disse ele.
