PROVO, Utah — Enquanto andava no metrô de Londres, Inglaterra, há alguns anos, a presidente Camille N. Johnson notou uma voz no alto-falante sempre que se aproximava de uma parada: “Cuidado com o vão” [entre o vagão e a plataforma]. Junto com aquela voz, uma impressão espiritual veio até ela: “Ele cuida do vão.”
“O Salvador ‘cuida do vão’ entre minha capacidade e o que Ele me chamou para fazer”, disse ela aos missionários em treinamento na terça-feira, 11 de fevereiro de 2025. “Eu sei que Ele fará o mesmo por vocês.”
Discursando no Centro de Treinamento Missionário de Provo, a presidente geral da Sociedade de Socorro reconheceu que os missionários podem ver um vão entre quem eles são agora e os discípulos de Cristo em que estão trabalhando para se tornarem.
“Testifico que o Salvador cuidará de seu vão. Ele não compensa a diferença; Ele faz toda a diferença.”
Fortalecer um relacionamento pessoal com Cristo
O profeta Néfi declara no Livro de Mórmon: “O Senhor Jeová é a minha força e o meu cântico; tornou-se também a minha salvação” (2 Néfi 22:2).
“Néfi tinha um relacionamento pessoal com Jesus Cristo”, disse a presidente Johnson. “Ele sabia que Ele era aquele que havia redimido sua alma.”
Ela continuou: “Esse é precisamente o tipo de relacionamento que eu quero com meu Redentor. E estou comprometida a me esforçar para ter isto. Vocês se comprometerão a se esforçar por este tipo de relacionamento pessoal com Jesus Cristo?”
Os missionários podem fortalecer este relacionamento pessoal ao tomarem o sacramento, agirem como as mãos do Salvador, estudarem o Livro de Mórmon e honrarem os convênios do templo. Em suma, isto acontece conforme eles vivem a doutrina de Cristo, aprendem com Ele e fazem e guardam convênios sagrados.
“Sísteres e élderes, ao fortalecerem seu relacionamento pessoal com o Salvador, sei que Ele cuidará do vão para vocês.” Ao fazerem tudo que puderem para serem missionários eficazes, eles podem “confiar que o Salvador cuidará do vão. Ele está de braços abertos e quer ajudá-los.”
Cuidando do vão da inadequação
Como líder recém-chamada da Missão Peru Arequipa em 2016 com seu marido, o irmão Douglas R. Johnson, a presidente Johnson teve dificuldades com a língua espanhola. “Eu realmente tive que confiar no meu Salvador enquanto fazia algo difícil, desconfortável e [me sentia] um pouco sobrecarregada”, disse ela.
A solução? Ela leu o Livro de Mórmon em espanhol em cada um dos três anos em que serviram. E seu relacionamento pessoal com Cristo foi fortalecido e aprofundado como resultado.
“O espanhol não saia muito bem da minha boca, mas o Salvador cuidou do vão. Fui abençoada com a capacidade de comunicar aos meus missionários meu amor por eles e meu testemunho do Livro de Mórmon. Fui abençoada com exatamente o que precisava para cumprir minhas responsabilidades como líder de missão.”
A presidente Johnson sentiu uma inadequação semelhante quando foi chamada como presidente geral da Primária e, mais tarde, presidente geral da Sociedade de Socorro, nunca tendo servido na mesma função em alas ou estacas locais. No entanto, reconhecendo que o chamado veio de um Profeta de Deus, ela depositou sua confiança em Cristo e em seus convênios, e começou a trabalhar.
“Trabalhem duro e confiem Nele”, convidou ela. “Guardem seus convênios e desenvolvam atributos semelhantes aos de Cristo, incluindo o amor, e Ele os abençoará com Seu poder de cura e fortalecimento.”
‘Foi quando vimos milagres missionários’
Os missionários que estudam, ponderam e ensinam o Livro de Mórmon diariamente são abençoados, prometeu a presidente Johnson.
Quando ela e seu marido presidiam a missão Arequipa, os missionários estavam batizando de 50 a 100 pessoas por mês. Em julho de 2018, a meta foi estabelecida para batizarem 150.
“Um grande objetivo, com certeza, mas nossos missionários estavam todos envolvidos”, disse a presidente Johnson. A missão fez sacrifícios pessoais. Os missionários estudavam o Livro de Mórmon todos os dias e tinham como objetivo usar o livro em cada contato e em cada lição.
A presidente Johnson destacou o ensinamento de 2017 de Presidente Russell M. Nelson, de que “as verdades contidas no Livro de Mórmon têm o poder de curar, confortar, restaurar, socorrer, fortalecer, consolar e alegrar nossa alma.”
Por causa desse poder, os missionários batizaram 151 filhos de Deus naquele mês.
“Quando eles usaram o Livro de Mórmon como sua principal fonte para ensinarem o evangelho restaurado, foi quando vimos milagres missionários”, disse a presidente Johnson. “Creio que é porque, como missão, viemos a conhecer melhor o Salvador e experimentamos Seu amor.”
O que os missionários disseram
O élder Dalan Stokes, de Salem, Utah, designado para a Missão Arizona Phoenix, aprendeu de maneira mais profunda que os missionários recorrem ao poder do Salvador para realizarem Sua obra. “Tudo neste evangelho está centrado em nosso Salvador, Jesus Cristo, e por meio de Seu poder do sacerdócio, que Ele tão voluntariamente nos dá, tudo é possível.”
A irmã Mikell Willie, de Hooper, Utah, designada para a Missão Pensilvânia Filadélfia, adquiriu um maior testemunho de que Cristo transforma a fraqueza em força. “Isso mostra a importância do Salvador nesta obra, porque não somos nós; é tudo Ele.”
O élder Ryner Swanson, de Laguna Beach, Califórnia, designado para a Missão Quênia Nairóbi Leste, disse que aprendeu que não deve “ter medo de dar tudo de mim ao Salvador, e de fazer tudo para ajudar as pessoas que estou servindo.”
A síster Cheyenne Cole, de Bountiful, Utah, designada para a Missão Texas Houston Sul, se sentiu encorajada ao ouvir que o Salvador dá aos missionários maior capacidade de cumprirem seus chamados. “Sei que não posso servir esta missão sem Jesus Cristo, e sei que se eu fizer o que devo fazer, Ele cuidará deste vão.”