Josie Williams se lembra de sair para tomar o café da manhã com suas companheiras de equipe, logo após ingressar no time de basquete feminino da Universidade de Louisville no ano passado.
Enquanto estava no banheiro do restaurante, a jovem pivô santo dos últimos dias de Utah, foi abordada por uma mulher que perguntou se ela jogava pelos Cardinals. Williams acenou com a cabeça que sim.
O basquete tem sido uma grande parte de minha vida ... minha identidade é que sou uma filha de Deus”
“A mulher disse: ‘Deixe-me orar por você rapidamente’”, disse Williams. “Ela fez uma oração por nossa equipe e temporada.”
A singular e gentil interação foi a primeira de muitas novas experiências para Williams, que estava morando longe de casa, pela primeira vez em sua vida, e sendo apresentada a uma nova atmosfera e cultura do basquete universitário feminino.
Desde então ela também cresceu muito pessoal e espiritualmente.
“O basquete tem sido uma grande parte de minha vida, mais ainda este ano do que nunca, porque estamos muito ocupadas”, disse ela. “Mas meu relacionamento com Jesus Cristo cresceu muito mais.”
Williams refletiu sobre sua experiência de transferência da Universidade Utah Valley para a Universidade de Louisville, no estado norte-americano do Kentucky, com seus desafios, crescimento e bênçãos enquanto seu time, os Cardinals, nº 5 no ranking de classificação, se preparava para jogar contra o nº 12, Drake Bulldogs, na primeira rodada do torneio feminino da NCAA em Austin, Texas, no sábado, 18 de março.
Transferência para Louisville
Williams, de West Haven, Utah, teve uma média de duplo-duplo em pontos e rebotes como titular durante três anos na UVU, antes de dois treinadores assistentes deixarem o time, incluindo seu treinador Morgan Bailey, que foi para a BYU.
Williams entrou no portal de transferência com planos de ir para a BYU. Ela estava tão confiante com a mudança que não alimentou outras oportunidades.
Mas algo sobre sua visita ao campus da BYU não parecia certo.
“É um ótimo programa com ótimas pessoas, mas não consigo me ver lá”, disse Williams.
No dia seguinte, ela foi contatada por Jeff Walz, técnico de basquete feminino da Universidade de Louisville. Ele então, a convidou para visitar o campus de Louisville.
“Fui em minha visita, e tive um pressentimento tão bom sobre o lugar e todas as pessoas que conheci”, disse ela.
Bem-vinda ao Kentucky
Depois que Williams se comprometeu com os Cardinals, ela ficou impressionada com a resposta nas redes sociais quando os fãs a receberam na família Louisville.
A pivô de 1,98m se juntou ao time do Cardinals, que anteriormente tinha 29 vitórias e 5 derrotas no ano passado, e chegou ao terceiro lugar na classificação nacional, antes de perder para a Carolina do Sul, número 1 do ranking, no Final Four [semifinais].
Louisville também teve uma média de mais de 8.000 torcedores por jogo em casa no ano passado, e é um dos programas de basquete feminino mais reconhecidos do país.
“Aonde quer que vamos, as pessoas sabem que estamos no time feminino”, disse ela. “Eles querem falar conosco, querem orar por nós. Eles querem fazer parte disso. Tem sido tão legal fazer parte da atmosfera.”
Nova competição
Um dos desafios da Williams em Louisville tem sido o alto nível de competição.
Depois de anos como titular na UVU, Williams tem se ajustado a uma nova função: a de sair do banco de reservas dos Cardinals. Nesta temporada, ela teve uma média de quase 10 minutos de jogo, com cerca de 3 pontos e 2 rebotes por jogo. Como pivô, a comissão técnica tem trabalhado com Williams para aumentar sua agilidade e velocidade, para jogar em um ritmo mais rápido.
“Tem sido um jogo totalmente novo”, disse Williams. “As meninas com quem estou jogando são muito boas e a competição é muito melhor. Eu sabia disso, mas você não percebe o quão diferente é até que você esteja fazendo aquilo.”
Matt e Christy Williams, pais de Williams, disseram que, embora ela não seja a estrela em Louisville, ver sua filha competir com os Cardinals e se preparar para o torneio da NCAA foi surreal, porque é a realização de um sonho para muitas pessoas.
“O céu tem sido o limite durante toda a sua vida”, disse seu pai Matt Williams. “Ela é tão esforçada que não me surpreende o fato de dar tudo de si.”
“Com sua transferência para Kentucky, ela me surpreendeu com todas as suas decisões e tudo o que ela fez”, disse sua mãe, Christy Williams. “Ela conseguiu manter seus valores e crenças e cresceu muito.”
Encontrar uma nova família
Durante o processo de recrutamento, Williams informou a seus treinadores que ela é membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e que sua fé é uma alta prioridade para ela. A comissão técnica e suas companheiras de equipe têm dado apoio, mas as funções da equipe no domingo entraram em conflito com o cronograma de reuniões da ala do campus.
Williams consegue frequentar uma ala diferente a uma curta distância, do outro lado da fronteira, no estado de Indiana.
A Ala Jeffersonville, liderada pelo bispo Eric Blackwell e sua esposa, Jen Blackwell, recebeu Williams de braços abertos. Os membros da ala a convidaram repetidamente para suas casas, forneceram refeições e a ajudaram a ter uma família, mesmo estando longe de casa.
Os Blackwells compareceram a muitos dos jogos em Louisville, e Jen Blackwell viajou para assistir ao jogo do torneio da NCAA, dos Cardinals contra Drake.
“Eles me acolheram e são como uma família para mim”, disse ela. “As pessoas naquela ala têm sido absolutamente incríveis e um grande apoio.”
Williams também participa das atividades dos jovens adultos santos dos últimos dias, quando sua agenda permite.
Nova perspectiva espiritual
Antes de ir para Louisville, Williams disse que encontrou a maior parte de sua identidade no basquete. Marcar pontos, rebotes e ganhar jogos lhe deu autoestima e felicidade.
Essa perspectiva mudou várias vezes desde o ano passado, quando Williams ouviu o devocional mundial de Presidente Russell M. Nelson, de 15 de maio de 2022, no qual ele ensinou os jovens adultos a “saberem a verdade sobre quem vocês são” como filhos de Deus.
“É aí que está nossa verdadeira identidade”, disse ela. “Isso me marcou desde então.”
Williams ainda ama o basquete, mas apesar de não jogar tantos minutos ou marcar tantos pontos em Louisville, ela encontrou paz ao lembrar que é uma filha de Deus.
“Tenho percebido ainda mais que, minha identidade é que sou uma filha de Deus”, disse ela. “Por algum tempo, ao jogar e marcar menos, pensei: ‘O que está acontecendo?’, [me senti] um pouco vazia por dentro. Mas tenho me lembrado repetidamente que minha identidade não é o basquete.
O que o futuro reserva
Williams fez parte da primeira participação da UVU no torneio NCAA de basquete feminino em 2021 [em inglês]. Ela marcou 18 pontos na derrota dos Wolverines para Stanford, por 87-44.
Ela espera que este ano seja diferente.
“Esperávamos estar aqui. Fizemos tudo durante toda a temporada nos preparando para este torneio. Esperamos vencer”, disse Williams. “Sinto que este é o último ano perfeito para jogar no torneio. Estou animada e grata por estar aqui.”
Williams é bacharel em Educação Secundária pela UVU e está matriculada em um programa de mestrado em Administração Esportiva em Louisville. Eventualmente, ela espera ensinar e treinar basquete. Ela também considerou jogar profissionalmente no exterior, ou buscar uma posição de assistente de pós-graduação em um time feminino de basquete universitário.
“Eu adoraria treinar jovens”, disse ela. “Quero continuar no basquete, seja jogando ou ajudando em um programa universitário.”
Atualização: O time de basquete feminino de Louisville jogará novamente nesta segunda-feira, dia 20 de março, às 17h [horário de Utah], contra o Texas Longhorns.