Menu

Comitê Consultivo Militar da Igreja apoia membros do serviço militar e famílias em todo o mundo

Estabelecido durante a Segunda Guerra Mundial, o Comitê Consultivo Militar da Igreja aconselha a Primeira Presidência em questões militares e políticas que afetam os membros do serviço militar e se esforça para fortalecer testemunhos

A primeira experiência do major-general James Taylor com o Comitê Consultivo Militar da Igreja ocorreu quando ele foi enviado para a região dos Balcãs em 2004.

Ele e outros santos dos últimos dias, servindo em Kosovo, decidiram fazer um “estudo bíblico” ou, na terminologia da Igreja, uma aula do Instituto, para enriquecerem sua adoração no evangelho. Porém eles não tinham os materiais necessários.

Ele solicitou, e recebeu, uma caixa de manuais do Novo Testamento do Instituto e outros suprimentos sacramentais de um membro do Comitê de Relações Militares, precursor do atual Comitê Consultivo Militar da Divisão de Relações Militares de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

O major-general, James E. Taylor, posa para fotos enquanto os membros do Comitê Consultivo Militar da Igreja se encontram para uma reunião e uma foto em grupo, no Edifício de Escritórios da Igreja em Salt Lake City, na segunda-feira, 3 de abril de 2023.
O major-general, James E. Taylor, posa para fotos enquanto os membros do Comitê Consultivo Militar da Igreja se encontram para uma reunião e uma foto em grupo, no Edifício de Escritórios da Igreja em Salt Lake City, na segunda-feira, 3 de abril de 2023. | Scott G Winterton, Deseret News

“Este grande departamento de nossa Igreja garantiu que nossos militares em serviço no exterior tivessem o que precisavam para poderem adorar”, disse Taylor.

Sua segunda experiência com o comitê ocorreu quando ele foi chamado para ser presidente de ramo, enquanto estava a serviço em Cabul, Afeganistão. O ramo queria transmitir as sessões da conferência geral e o Devocional de Natal da Primeira Presidência.

O Comitê Consultivo Militar da Igreja não apenas facilitou o pedido, mas também providenciou o envio de CDs apresentando o Coro do Tabernáculo no Concerto de Natal da Praça do Templo.

“Quando transmitimos o Devocional de Natal da Primeira Presidência, tivemos a presença de 300 pessoas. Apenas 57 eram membros da Igreja”, disse Taylor. “Todos puderam sair com um CD do Coro do Tabernáculo.”

Por causa destes exemplos de “assistência vital” enquanto esteve a serviço, Taylor disse que se sentiu emocionado por estar entre os convidados para servirem no Comitê Consultivo Militar da Igreja.

“[O comitê] tocou minha vida significativamente”, disse Taylor.

Estabelecido pela Primeira Presidência durante a Segunda Guerra Mundial, o Comitê Consultivo Militar da Igreja se dedica a fornecer apoio e defender os santos dos últimos dias prestando serviço militar e suas famílias em todo o mundo. Nos próximos anos, o comitê espera transmitir a mais presidentes de estaca e bispos a importância de se desenvolver relacionamentos com militares e suas famílias, para participarem de um ministério especial.

O que é o Comitê Consultivo Militar?

O Comitê Consultivo Militar é composto por 10 membros, entre homens e mulheres experientes, e funciona de certa forma como um conselho de ala, disse Élder Jeremy R. Jaggi, Setenta Autoridade Geral que serve como consultor do comitê.

Élder Jeremy R. Jaggi, Setenta Autoridade Geral e consultor do Comitê Consultivo Militar da Igreja, posa para fotos enquanto os membros do Comitê Consultivo Militar da Igreja se encontram para uma reunião e uma foto em grupo, no Edifício de Escritórios da Igreja em Salt Lake City, na segunda-feira, 3 de abril de 2023.
Élder Jeremy R. Jaggi, Setenta Autoridade Geral e consultor do Comitê Consultivo Militar da Igreja, posa para fotos enquanto os membros do Comitê Consultivo Militar da Igreja se encontram para uma reunião e uma foto em grupo, no Edifício de Escritórios da Igreja em Salt Lake City, na segunda-feira, 3 de abril de 2023. | Scott G Winterton, Deseret News

“Pense em um conselho de ala se reunindo em um domingo. Qual é o objetivo desse conselho? Falar sobre pessoas. Reunimo-nos para conversar sobre como podemos ajudar cada pessoa ou cada família a se aproximar do Salvador e sentir Seu amor”, disse Élder Jaggi. “Emulamos os mesmos princípios de um conselho.”

O propósito e missão do Comitê Consultivo Militar é:

  • Aconselhar a Primeira Presidência sobre os desafios enfrentados pelos militares globalmente, incluindo eventos e conflitos em todo o mundo, o que está acontecendo no ministério prisional da Igreja, políticas que afetam os militares, esforços de ativação e retenção, militares servindo em forças armadas estrangeiras e apoio da Igreja aos militares e suas famílias.
  • Auxiliar a Divisão de Relações Militares da Igreja no treinamento e orientação de novos capelães endossados pela Igreja. A Igreja endossou mais de 300 capelães militares e civis até 2022 e deseja expandir as oportunidades para que mais sejam endossados.
  • Servir como um elo de ligação com os líderes militares sêniores.
  • Auxiliar no planejamento estratégico da Divisão de Relações Militares da Igreja.

O serviço militar é emocionante e honroso. Também é difícil e estressante para indivíduos e famílias, porque os padrões são altos e as demandas são significativas. Estas circunstâncias podem testar o testemunho de um membro, disse Élder Bruce A. Carlson, uma Autoridade Geral emérita e general quatro estrelas, aposentado da Força Aérea dos E.U.A., com 37 anos de serviço.

“Nosso objetivo é fortalecer o testemunho dos militares e de seus familiares. Acreditamos que isso é muito importante”, disse Élder Carlson.

Uniforme militar de um capelão santo dos últimos dias. A Igreja provê e endossa capelães para o serviço nas forças armadas de várias nações.
Uniforme militar de um capelão santo dos últimos dias. A Igreja provê e endossa capelães para o serviço nas forças armadas de várias nações. | Jeffrey D. Allred, Deseret News

O Livro de Mórmon apresenta vários exemplos de homens honrados que, em tempos de guerra, fizeram uma grande diferença na vida daqueles com quem lutaram e serviram, disse ele.

“Acreditamos que podemos ter sucesso em termos homens honrados liderando e lutando em nossas guerras, se nos esforçarmos para fortalecer o testemunho e a conversão dos militares e de suas famílias”, disse Élder Carlson.

História do Comitê Consultivo Militar

A origem do Comitê Consultivo Militar começou durante a Segunda Guerra Mundial, quando a Primeira Presidência comissionou o Comitê Geral de Soldados da Igreja em 1943. Élder Hugh B. Brown, que mais tarde se tornaria uma autoridade geral, serviu como coordenador, e coordenadores assistentes foram chamados para supervisionarem áreas geográficas.

Em 1969, o Comitê de Relações Militares consistia de vários membros do Quórum dos Doze Apóstolos: Élder Harold B. Lee, Élder Mark E. Petersen, Élder Gordon B. Hinckley, Élder Thomas S. Monson e Élder Boyd K. Packer.

Em 1972, Élder David B. Haight serviu como diretor do Comitê de Relações Militares, com Robert G. Crawford como assistente.

Ronald C. Jones foi o diretor em 1989, seguido por J. Paul Jensen em 1991.

O coronel Frank W. Clawson se tornou diretor de Relações Militares e Serviços de Capelães em 2001 e serviu por duas décadas antes que o Comitê Consultivo Militar fosse reorganizado no início de 2022.

O novo comitê é muito mais diversificado, disse Élder Carlson.

“Temos uma seção com um espectro de membros mais amplo. Sua experiência militar é muito mais atual”, disse. “Portanto, não é apenas mais amplo, mas mais relevante.”

A tenente-coronel Sonie Munson, à esquerda, e Andrea Wagenbach posam para fotos perto do Edifício de Escritórios da Igreja em Salt Lake City, na sexta-feira, 30 de setembro de 2022. As duas foram chamadas para servirem no Comitê Consultivo Militar da Igreja de Jesus Cristo e a ajudarem a aconselhar a Igreja em assuntos militares.
A tenente-coronel Sonie Munson, à esquerda, e Andrea Wagenbach posam para fotos perto do Edifício de Escritórios da Igreja em Salt Lake City, na sexta-feira, 30 de setembro de 2022. As duas foram chamadas para servirem no Comitê Consultivo Militar da Igreja de Jesus Cristo e a ajudarem a aconselhar a Igreja em assuntos militares. | Scott G Winterton, Deseret News

Quem serve no Comitê Consultivo Militar?

Os membros do comitê são:

  • Élder Jeremy R. Jaggi, consultor.
  • Élder Bruce A. Carlson, presidente do comitê.
  • Major-general James Taylor [em inglês], da ativa do Exército, diretor do Colégio Interamericano de Defesa, ex-comandante de brigada, com mestrado em Bioquímica e Relações Internacionais. Discursou no evento de treinamento de capelães de 2017.
  • Major-general Jefferson Burton [em inglês], antigo general adjunto da Guarda Nacional de Utah, serve no Legislativo de Utah, ex-vice-presidente sênior do Zions Bank para desenvolvimento de oficiais, como mestrado em Aconselhamento Educacional.
  • Major-general David Harris [em inglês], aposentado da Força Aérea dos E.U.A. com 32 anos de serviço, redator do currículo da escola de pilotos de teste da Força Aérea, ex-parlamentar legislativo do Congresso, com mestrado em Engenharia.
  • Coronel Jason Perry [em inglês], membro da ativa do Corpo de Fuzileiros Navais, vice-comandante da 3ª Divisão de Fuzileiros Navais de Okinawa, comandante regimental, possui mestrado em Relações Internacionais.
  • Andrea Wagenbach, trabalha para o Departamento de Defesa dos Estados Unidos em posto equivalente ao de coronel, com mestrado em Estudos Russos, do Leste Europeu e da Eurásia. Atua como diretora de comunicação do Conselho de Coordenação da Igreja, na área Washington D.C. Sul.
  • Tenente-coronel do Exército Sonie Munson, da ativa do Exército, chefe de operações de mídia do Comando Norte dos E.U.A., comissionada pelo ROTC [Corpo de Formação de Oficiais da Reserva] na BYU, possui mestrado em Engenharia Geológica, Relações Públicas e Comunicações Corporativas.
  • Capelão, Coronel Kleet Barclay [em inglês], da ativa da Força Aérea dos E.U.A., capelão do Comando Europeu da Força Aérea e Comando da África, ex-comandante da Faculdade de Capelães da Força Aérea, com mestrado em Casamento e Terapia Familiar.
  • Capelão, Major Lee Harms [em inglês], aposentado do Exército, com missões de combate no Iraque e no Afeganistão, professor da BYU, coordenador associado de pós-graduação do programa de capelania da BYU, Doutor em Ministério.
Membros do Comitê Consultivo Militar da Igreja se encontram para uma reunião e uma foto em grupo, no Edifício de Escritórios da Igreja em Salt Lake City, na segunda-feira, 3 de abril de 2023.
Membros do Comitê Consultivo Militar da Igreja se encontram para uma reunião e uma foto em grupo, no Edifício de Escritórios da Igreja em Salt Lake City, na segunda-feira, 3 de abril de 2023. | Scott G Winterton, Deseret News

A inclusão de duas mulheres no comitê pela primeira vez foi significativa, disse Élder Jaggi.

“Como é ser uma mulher no exército? Acredito que é crítico ter alguns pontos de vista diferentes neste momento específico”, disse ele

HISTÓRIA RELACIONADA
Pela primeira vez, duas mulheres são chamadas para servirem no Comitê Consultivo Militar da Igreja

Estes outros indivíduos também estão envolvidos no comitê:

  • Todd Linton, diretor da Divisão de Relações Militares e Serviços de Capelães.
  • Élder Richard I. Heaton, Setenta de Área e diretor administrativo do Departamento do Sacerdócio e da Família.
  • Capelão Richard Roggia, endossante associado da Divisão de Relações Militares e Serviços de Capelães da Igreja, capelão-coronel do Exército dos E.U.A., com 32 anos como oficial militar, com mestrado em Orientação e Aconselhamento e Educação e Consultoria sobre Vida Familiar.

As diferentes perspectivas, habilidades e experiências permitem que o comitê se reúna e pense em um nível estratégico para ajudar militares e famílias, disse Barclay, que supervisiona 100 capelães da Força Aérea servindo na Europa e na África.

“Às vezes, quando você está nas trincheiras, você se pergunta se alguém reconhece o que você está enfrentando”, disse Barclay. “Mas isso reafirma que a Igreja se importa, com o fato de que há pessoas todos os dias que se esforçam para apoiar capelães e famílias de militares em todo o mundo.”

O comitê se reúne a cada trimestre, duas vezes por ano virtual e duas vezes pessoalmente, para se manter conectado. A reunião mais recente foi no dia seguinte à conferência geral de abril de 2023.

A outra reunião presencial geralmente ocorre por volta da conferência geral de outubro, quando a Igreja organiza um seminário para capelães endossados pela Igreja e seus respectivos cônjuges.

Servindo em uma Igreja global

O comitê serve à Igreja global: membros servindo em forças militares em todo o mundo, não apenas nos Estados Unidos ou na América do Norte.

“A Igreja está interessada em apoiar os membros do serviço militar e suas famílias em qualquer país em que estejam servindo”, disse Linton.

O major-general, Mario Enrique Risco Carmen, de Lima, Peru, é um santo dos últimos dias que se aposentou recentemente, após 34 anos de serviço militar no Peru.
O major-general, Mario Enrique Risco Carmen, de Lima, Peru, é um santo dos últimos dias que se aposentou recentemente, após 34 anos de serviço militar no Peru. | Fornecida por Mario Enrique Risco Carmen

O major-general, Mario Enrique Risco Carmen, de Lima, Peru, que recentemente se aposentou após 34 anos de serviço militar em seu país, agradece esse apoio.

Por muitos anos, soldados do exército peruano foram forçados a se envolverem em uma cultura de bebida, fumo e festas. A Igreja não era muito conhecida e poucos militares admitiam ser membros.

Após seu batismo em 1994, o major-general Carmen encontrou forças ao se conectar com outros santos dos últimos dias ativos, que se tornaram como irmãos, incluindo um líder militar que também serviu como seu bispo.

Como os membros militares viveram sua fé, a Igreja cresceu e ganhou mais respeito nos círculos militares. Os santos dos últimos dias agora podem realizar reuniões de adoração em bases militares junto com outras religiões. O comitê também discretamente auxiliou nesse papel.

“O maior testemunho que posso dar é que os princípios da Igreja e os princípios do evangelho me ajudaram a ser um bom soldado”, disse Carmen, que serve como presidente da Escola Dominical na Ala Chorrillos, em Lima.  

Capela ecumênica da Academia da Força Aérea dos E.U.A. em Colorado Springs, Colorado.
Capela ecumênica da Academia da Força Aérea dos E.U.A. em Colorado Springs, Colorado. | Vanessa Fitzgibbon

Apreciação pelos membros militares

Servir no comitê e conhecer membros do serviço militar e suas respectivas famílias deu a Élder Jaggi uma apreciação mais profunda por seu serviço e sacrifício.

Citando o rei Benjamim em Mosias 2:17, ele disse que todo homem e mulher que embarca na carreira militar, na Guarda Nacional, nos sistemas prisionais ou carcerários ou no ministério hospitalar, está servindo a Deus por estarem servindo a outros. Isto o faz lembrar dos primeiros missionários da Igreja, que deixaram suas famílias durante anos para viajarem grandes distâncias.

“É um sacrifício real, e cobra um preço alto das famílias”, disse Élder Jaggi. “É sagrado, é precioso, é importante. Eu encorajaria qualquer um que estiver pensando em prestar serviço militar, a fazê-lo. Você nos representa tão bem de tantas maneiras.... A necessidade é grande. É significativa a necessidade de representar a Igreja de Jesus Cristo nesses ambientes, de fazer o que Jesus fez enquanto esteve aqui, e nos dá uma tremenda oportunidade.”

HISTÓRIA RELACIONADA
Irmão Ahmad S. Corbitt: Como ativismo contra a Igreja pode cegar e enganar almas ‘valorosas’
NEWSLETTER
Receba destaques do Church News entregues semanalmente na sua caixa de entrada grátis. Digite seu endereço de e-mail abaixo.