Um convite recente para ajudar com uma bênção do sacerdócio proporcionou um momento de ciclo completo e uma oportunidade de reconhecer novamente o poder e o impacto de tais bênçãos.
Nosso filho mais novo, Braden, me pediu que o ajudasse a dar à sua esposa, McKenna, uma bênção do sacerdócio na noite anterior ao início do trabalho de parto e nascimento de seu primeiro filho. Faltavam cerca de 10 dias para a data prevista para o parto e, embora não tenha ocorrido nenhuma complicação grave, o médico disse que era do interesse e segurança do bebê induzir o parto no dia seguinte.
Na bênção de consolo, conselho e segurança, Braden falou palavras de gratidão e a esperança de proteção, ao reconhecer os preparativos e expectativas para a chegada de sua filha, bem como o papel da vida mortal no plano de felicidade do Pai.
A bênção me lembrou daquela que dei à minha esposa, Cheryl, 29 anos atrás, pouco antes do nascimento de Braden. Depois que Braden abençoou McKenna, Cheryl e eu contamos nossa experiência para eles, com reverência e gratidão.
Nos dias que antecederam o nascimento de Braden, Cheryl tinha a esperança de que nossos três filhos mais velhos pudessem estar conosco no hospital, tanto antes quanto depois do parto, para aprimorar ainda mais a experiência de vínculo familiar. Ciente dessa esperança, durante a bênção do sacerdócio, orei para que todas as pessoas que deveriam estar presentes, estivessem lá”, e então pensei como aquilo soava estranho.
Nossos filhos mais velhos estavam de fato comigo e com Cheryl naquela manhã no hospital, enquanto ela prosseguia em trabalho de parto. Durante uma checagem de rotina, a enfermeira responsável desligou repentinamente os monitores, jogou os prontuários médicos ao lado de Cheryl e rapidamente empurrou a cama hospitalar com rodas para fora da porta e pelo corredor. Ela me pediu que a seguisse e colocasse protetores na cabeça e nos sapatos ao entrarmos na sala de cirurgia totalmente branca, onde vários membros da equipe médica estavam se preparando rapidamente para o que seria um parto cesariano de emergência.
Enquanto Cheryl era preparada com a anestesia local e os antissépticos necessários, seu obstetra entrou correndo. Ele pegou o bisturi e, praticamente no mesmo momento, fez rapidamente as primeiras incisões. Ele logo retirou um bebê azulado, silencioso e imóvel, e o entregou a um especialista em reanimação neonatal, que correu para uma sala adjacente.
Cheryl sofreu um descolamento prematuro da placenta, o que privou o bebê de oxigênio. Para agravar a crise respiratória, ele aspirou quantidades substanciais de sangue e líquidos durante a cesariana.
Os recém-nascidos recebem uma classificação na Escala de Apgar, uma pontuação combinada de 0 a 10 em cinco categorias: aparência (tom ou cor da pele), pulso, gesticulação (reflexo), atividade e respiração. Uma pontuação normal varia de 7 a 9. Braden estava em 1, com um fraco batimento cardíaco detectado.
Alternei entre ficar ao lado da cama de Cheryl, a confortando e tranquilizando enquanto ela recebia uma transfusão de sangue muito necessária, e observando o especialista neonatal reanimar nosso filho.
Braden passou uma semana na unidade de terapia intensiva neonatal; pesando 4,5 quilos, ele parecia fora do lugar entre os bebês prematuros na UTIN.
Em sua visita a Cheryl no dia seguinte, o médico disse: “Não sei como vocês, santos dos últimos dias, celebram”, ele disse sobre o nascimento milagroso e a preservação de duas vidas, mencionando então o que ele e outros de sua fé fariam.
Ao nos contar sobre as circunstâncias do dia anterior, ele disse a Cheryl que ela foi atendida pela enfermeira da maternidade mais experiente do hospital, que percebeu os sinais de alerta e reagiu pronta e adequadamente. Ele observou que os especialistas neonatais estavam todos presentes e não eram necessários em nenhum outro lugar naquele momento. E falou da sua própria impressão, após receber a ligação, de ir direto para a sala de parto, antes fazer sua parada habitual em uma sala de descanso para tomar um refrigerante e esperar para ver como as coisas estavam indo.
“Era como se todo mundo que deveria estar lá, estivesse naquele momento”, disse ele.
Cheryl e eu nos olhamos, ouvindo aquela frase dita, quase palavra por palavra, como estava em sua bênção. E nossa “celebração”? Imediatamente nos sentimos inundados por sentimentos de gratidão, segurança e confirmação das bênçãos do Senhor e, novamente mais tarde em nossas orações.
Havíamos vivenciado aquilo que Presidente Russell M. Nelson ensinou ao sacerdócio na conferência geral de abril de 2018: “Irmãos, portamos o santo sacerdócio de Deus. Temos Sua autoridade para abençoar Seu povo. Pensem na extraordinária promessa que o Senhor nos deu quando disse: ‘Quem abençoares [E]u abençoarei’ (Doutrina e Convênios 132:47). É nosso privilégio agir em nome de Jesus Cristo para abençoarmos os filhos de Deus, de acordo com a Sua vontade para com Seus filhos.”
E Sydney Joann Taylor chegou na noite de quarta-feira, 10 de julho, sem complicações e com muito amor da família.
— Scott Taylor é editor do Church News