A presidente Emily Belle Freeman, presidente geral das Moças, sempre pensa em dois trechos encontrados nos diários de seus antepassados pioneiros, que cruzaram as planícies nos primeiros dias de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Um trecho diz o seguinte sobre toda a jornada para o oeste: “Deixei o Mississippi e cheguei ao Vale do Lago Salgado sem ver uma partícula de chuva ou neve.”
Mas em outro diário, um trecho fala sobre um bebê chamado Charlotte, que morreu na trilha e foi enterrado onde hoje é Coalville, Utah, quase chegando ao Vale do Lago Salgado.
“Todos nós queríamos ter feito aquela primeira viagem”, disse a presidente Freeman, “… mas às vezes, a jornada exige um pouco mais de nós.”
Presidente Freeman discursou no SUPer DUPer Day [em inglês] no This Is the Place Heritage Park [Parque Histórico Este É o Lugar] na segunda-feira, 22 de julho, uma celebração anual para as famílias dos Sons of Utah Pioneers [Filhos dos Pioneiros de Utah] e das Daughters of Utah Pioneers [Filhas dos Pioneiros de Utah].
Discursantes de eventos passados incluíram Presidente Dallin H. Oaks, da Primeira Presidência, Presidente Jeffrey R. Holland e Élder Gerrit W. Gong, do Quórum dos Doze Apóstolos.
A presidente Freeman compartilhou os pontos comuns que encontrou nas histórias dos pioneiros: ao longo das histórias de doenças, viagens e clima, há testemunhos das bênçãos de Deus, da gratidão por Sua libertação e da gratidão a Ele.
“Se estivermos em meio a uma tempestade, se estivermos doentes ou sob o sol, sermos capazes de aprender a reconhecer Sua mão ao longo do caminho fará toda a diferença em nossa jornada”, disse a presidente Freeman.
‘Há esperança no teu futuro’
A presidente Freeman traçou paralelos entre o povo de Israel no Velho Testamento, e os pioneiros de hoje.
Em Jeremias 29:4-7, o Senhor diz ao povo que eles serão levados cativos, e quando chegarem à sua nova terra, plantarão jardins, se casarão, terão filhos e filhas, e então seus filhos e filhas terão filhos, e eles se multiplicarão.
O tempo seria mais longo e mais difícil do que eles imaginavam. Enquanto isso, histórias pioneiras de casamentos e bebês durante a trilha, mostram que a vida continuou e aumentou. O mesmo acontece hoje na vida das pessoas e em suas histórias.
O Senhor disse a Jeremias que, quando o povo chegasse ao lugar para onde estava indo, deveria “[procurar] a paz da cidade … porque na sua paz vós tereis paz” (versículo 7).
E então, em Jeremias 29:11, o Senhor diz: “Porque [E]u bem sei os pensamentos que [E]u penso de vós... pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.”
Jeremias 31:17 conclui essa promessa: “E há esperança no teu futuro para os teus descendentes, diz o Senhor.”
A presidente Freeman disse que ama a promessa do Senhor, de que há paz e esperança, não importa as dificuldades que a jornada traga.
E os pioneiros, que atravessaram as planícies para construírem uma cidade e terem filhos e filhas que depois tiveram seus próprios filhos e filhas, “e nos deixaram um legado, um lar, onde pudéssemos encontrar a paz ao longo desta jornada, eles conheceram Deus”, disse a presidente Freeman. “E isso faz parte da nossa herança. Isso faz parte do que nos torna quem somos: saber quem somos.”
‘Uma herança incrível’
A última história pioneira que a presidente Freeman compartilhou foi a de Susanna Ston Lloyd, que ao atravessar as planícies doou todas as coisas boas que trouxera consigo, trocando finalmente o seu último bem, um espelho de mão, por carne seca de búfalo para comer.
Ao entrar no vale, ela pediu um espelho, mas quando o ergueu não se reconheceu. Ela havia mudado muito durante a viagem, não apenas por fora, mas por dentro também.
“Nossas próprias jornadas, nossas próprias trilhas, as coisas que exigem que nos sacrifiquemos e superemos, nos mudarão”, disse a presidente Freeman. “Desistiremos de nossas coisas boas em busca de algo maior.”
A presidente Freeman convidou todos a se lembrarem daqueles que vieram antes, que se sacrificaram e souberam, como encontrar a paz em meio a uma jornada e a esperança que certamente estaria à espera no final.
“Que herança incrível é a nossa”, disse ela. “É disso que espero que nos lembremos ao entrarmos nesta semana de celebração dessa ancestralidade pioneira: da nossa herança, das nossas raízes. Viemos de um povo que conhecia Deus. Que seja isto que nos motive em nossa jornada.”
O que as jovens ouvintes aprenderam
Ava Rampton, de Kaysville, Utah, que completará 12 anos no próximo mês, sentiu o Espírito ensiná-la a confiar em Deus e a ter fé Nele, como fizeram os pioneiros.
“Achei que foi muito poderoso, porque [ela falou] muito sobre as mulheres que cruzaram as planícies e foi muito emocionante ouvir suas histórias, o quão fortes elas eram”, disse ela.
Jaideh Hogan e Annabelle Lyman, ambas de 17 anos, de Arroyo Grande, Califórnia, estão em Utah para participarem de uma conferência Para o Vigor da Juventude (FSY) na Universidade Brigham Young, e se sentiram gratas pela oportunidade de verem a presidente Freeman discursar.
Jaideh é um membro converso e aprendeu com as histórias da presidente Freeman que todos os membros da Igreja possuem essa herança dos primeiros santos e pioneiros.
“Achei muito inspirador pensar no panorama geral”, disse ela.
Annabelle acrescentou: “Essa é a nossa herança, é de onde viemos, de pessoas fortes.”