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Rachel Sterzer Gibson: Minha gratidão por aqueles que pagam o preço pelo poder do sacerdócio

Como as bênçãos do sacerdócio de um pai justo e amoroso podem servir como uma âncora espiritual durante tempos de tumulto

Quando eu estava no penúltimo ano do ensino médio, um dos meus professores deu à nossa turma a tarefa de perguntar a nossos pais sobre algo que eles amavam em nós, e depois relatar de volta.

Quando me aproximei de meu pai para falar sobre isso, ele estava sentado em sua mesa no escritório, corrigindo trabalhos (naquela época ele ensinava Matemática na faculdade local). Ele me disse que estava ocupado naquele momento, mas que me responderia depois.

Mais tarde naquela noite, ele me entregou um papel. Nele havia uma lista numerada, intitulada “10 coisas que amo na Rachel”, com um parágrafo introdutório, sua assinatura e a data no final.

Além de ser incrivelmente doce — ainda guardo com carinho aquela lista — aquele gesto revela muito sobre ele. Meu pai não era apenas amoroso, mas como engenheiro de sistemas, tudo o que ele fazia era minucioso, bem pensado e organizado, qualidades estas que não necessariamente me descreviam, especialmente na adolescência.

Enquanto ele organizava por cores sua gaveta de meias, eu estava constantemente procurando roupas espalhadas em várias pilhas pelo meu quarto. Onde ele era calmo e analítico, eu podia ser emocional e um pouco impulsiva. Ele era direto. Eu era diplomática.

Por causa de nossas diferenças, eu frequentemente levava meus problemas e dificuldades do dia a dia para minha mãe que, achava eu, podia entender melhor as nuances emocionais e sociais de ser uma adolescente.

Rachel Sterzer Gibson. | Spencer Heaps, Deseret News

Mas apesar de todas as nossas diferenças, eu sempre respeitei meu pai. Ele era gentil, paciente e não se irritava facilmente, além de ser um forte líder em nossa casa. Eu podia contar com ele, não só física e emocionalmente, mas também espiritualmente.

Muitas e muitas vezes, minha mãe, meus irmãos e eu o chamamos para uma bênção do sacerdócio. Lembro-me da bênção que ele deu à minha mãe quando ela foi diagnosticada com câncer, que a ajudou a enfrentar os tratamentos que viriam com calma, força e serenidade.

Lembro-me de uma terna bênção durante minha adolescência, quando eu lutava interiormente com uma insegurança às vezes paralisante. Não apenas senti que era conhecida e amada por meu pai terreno, mas também sabia que era conhecida e amada por meu Pai Celestial.

Durante minha infância e adolescência, meu pai me deu bênçãos de cura, conforto, orientação, proteção e força.

Aquelas bênçãos do sacerdócio serviram como uma âncora para mim, enquanto eu lutava para enfrentar as ondas de ceticismo e insegurança da adolescência. Elas me puxaram de volta quando as forças mundanas teriam me levado para longe.

Rachel Sterzer Gibson com seu pai, em frente à capela da estaca no dia de seu batismo, em janeiro de 1993. | Sterzer family
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“Se os pais magnificarem o sacerdócio em sua própria família, vão acelerar a missão da Igreja tanto quanto qualquer outra coisa que fizerem”, disse Presidente Dallin H. Oaks, primeiro conselheiro na Primeira Presidência (”Os poderes do sacerdócio“, conferência geral de abril de 2018).

Meu pai não era uma pessoa perfeita. Ele tinha fraquezas, desafios e áreas em sua vida nas quais ele lutava. Mas ele aprendeu a submeter sua vontade ao Senhor, a receber revelação pessoal e a acessar o poder do sacerdócio.

Em um discurso durante a sessão do sacerdócio em 2016, intitulado “O preço do poder do Sacerdócio“, Presidente Russell M. Nelson, então presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, observou: “Somente um homem que tenha pago o real valor do poder do sacerdócio será capaz de realizar milagres para aqueles a quem ama”.

Em seguida, ele acrescentou: “Nestes últimos dias, sabemos que ocorrerão terremotos em diversos lugares. Talvez um desses lugares seja em nosso próprio lar, onde ‘terremotos’ emocionais, financeiros ou espirituais poderão ocorrer. O poder do sacerdócio pode acalmar os mares e corrigir as fraturas na Terra. O poder do sacerdócio também pode acalmar a mente e curar as fraturas no coração de nossos entes queridos.

“Estamos dispostos a orar, jejuar, estudar, procurar, adorar e servir como homens de Deus, de maneira a termos esse tipo de poder do sacerdócio?”

Hoje, olhando para trás, é difícil expressar plenamente o que significou para mim, e como fortaleceu minha fé e meu testemunho, ter a bênção de um pai que exercia o poder e a influência de seu sacerdócio “com persuasão, com longanimidade, com brandura e mansidão e com amor não fingido” (Doutrina e Convênios 121:41).

Já se passaram mais de 10 anos desde que ele faleceu, e ainda sinto falta daquele doce momento de conexão: uma bênção do sacerdócio personalizada e cheia de poder dada por meu pai.

— Rachel Sterzer Gibson é repórter do Church News.

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