Umm Ahmad estava grávida quando um avião bombardeou sua casa e vilarejo na Síria. Ela correu para se proteger com a filha de 10 anos e o filho de 8.
“Corremos até que os vizinhos vieram e me socorreram. Saímos, e as casas foram demolidas”, disse ela.
Eles estavam contentes com a vida que levavam, mas não podiam mais viver lá. A família acabou em um campo para deslocados internos.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias trabalhou em parceria com a ShelterBox [em inglês], uma organização sem fins lucrativos na Síria, para fornecer lonas e outros materiais de abrigo a famílias deslocadas. Ahmad disse que isso fez a diferença em sua vida.
“Eu tive gêmeos e precisávamos de colchões para eles. Colchões e cobertores irão protegê-los do frio e de doenças. Eu nunca havia recebido [um] kit de abrigo antes. Agora que tenho o kit, minha vida mudará para melhor”, disse ela.
Serena Kelsch, diretora humanitária de parcerias estratégicas da ShelterBox, disse que, durante os últimos anos, a Igreja tem sido essencial no fornecimento de apoio fundamental à organização ao trabalharem para ajudar mais pessoas.
“Nós não estaríamos na Síria agora se a Igreja não estivesse apoiando esse trabalho”, disse ela.
Kelsch disse que fornecer colchões e cobertores a Ahmad significava que ela poderia manter seus dois bebês aquecidos. Ter abrigo permitiu que seus filhos mais velhos começassem o processo de cura física, mental e emocional.
“Descobrimos que, quando podemos manter a família unida, todos são beneficiados. E ter a estabilidade de uma tenda significa que, em vez de buscar abrigo todas as noites, eles podem procurar comida e trabalho. As crianças podem começar a voltar para a escola. Isso reduz a chance de uma espiral descendente devastadora acontecer”, disse ela.

‘Não vamos sair’
A Síria é uma das civilizações mais antigas do mundo. Antes da guerra, era um país de renda média — com alto nível educacional e muito sofisticado. As pessoas tinham bons empregos e podiam sustentar a si mesmas.
Mas agora, um número crescente de sírios vive na pobreza. A economia entrou em colapso. Casas foram destruídas e famílias tiveram que deixar suas comunidades.
“Os homens são forçados a lutar, e as mulheres estão sustentando grandes famílias sozinhas”, disse Kelsch. “Essas mulheres não conseguem emprego. Elas estão separadas de suas comunidades e vivem em campos, sem poder ganhar dinheiro.”
Kelsch disse que a ShelterBox está na Síria desde 2012. ‘Não vamos sair’, disse ela. “Se, por um milagre, a guerra terminasse hoje, eles ainda precisariam de nossa ajuda, já que houve um enorme impacto na economia.”

A ShelterBox tem parceiros na Síria e fornecedores na Turquia, que arriscam suas vidas para obter suprimentos para os necessitados. Trabalhando com as Nações Unidas, a ShelterBox avalia quais regiões, especialmente no norte da Síria, precisam de mais ajuda — e quais campos precisarão de suprimentos durante o inverno.
“Às vezes são tendas, outras vezes, lonas e ferramentas, ocasionalmente, utensílios de cozinha e, de vez em quando, roupas ou tapetes. Montamos o que lhes damos com base no que eles nos dizem que precisam”, disse Kelsch.
‘Não podemos fazer isto sozinhos’
Além de fornecer financiamento, a Igreja também apoia o trabalho por meio da conscientização, disse Kelsch.
A ShelterBox é uma organização de pequeno a médio porte, mas 14 milhões de sírios em todo o mundo [em inglês] precisam de assistência. Quanto mais as pessoas aprendem sobre o que é necessário e entendem o que está acontecendo, mais elas podem ajudar. Nenhuma organização pode fazer tudo, mas é essencial nos unirmos e ajudarmos um aos outros.
“Sabemos que a Igreja tem 17 milhões de membros e que vocês estão compartilhando essas histórias, bem como o trabalho que estamos fazendo e o que precisa ser feito”, disse ela. “Não podemos fazer isto sozinhos, e precisamos que o mundo inteiro saiba o que está acontecendo na Síria.”
Agora que suas necessidades básicas foram atendidas, Ahmad está reconstruindo sua vida. Ela está tentando não deixar que seus filhos sintam o sofrimento do deslocamento.
“Eu sempre mantenho meus filhos ao meu lado e não os deixo longe de mim”, disse ela. “Eu brinco com eles na tenda, conto histórias e saímos juntos. Eu lhes digo que a vida é linda, que as coisas vão melhorar e que, em breve, seremos felizes.”
