Um treinamento realizado este mês em Serra Leoa, proporcionou aos profissionais de saúde as competências e conhecimentos necessários para salvar a vida de mulheres e bebês após o parto.
Chamado de “Helping Babies Breathe” [Ajudando bebês a respirarem – em inglês], o treinamento permitiu que uma enfermeira parteira, poucos dias depois, salvasse a vida de um bebê por causa do que havia aprendido.
Ela estava em uma das clínicas do país da África Ocidental, onde nasceu um bebê que parecia sem vida. No passado, o bebê poderia ter sido embrulhado e colocado de lado, sendo a mãe informada de que não havia nada que pudesse ser feito. Mas a enfermeira tinha uma bolsa e um ventilador com máscara que recebeu no treinamento e ressuscitou o bebê.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e o Projeto HOPE [em inglês], uma organização global de saúde e ajuda humanitária, forneceram um treinamento de uma semana e equipamentos, utilizando o modelo “treinar o treinador” ou “treinamento em cascata”. Cerca de 24 parteiras foram treinadas para reanimação de recém-nascidos e cuidados maternos pós-natais que, por sua vez, levarão essa formação para suas comunidades, onde treinarão outras pessoas.

Kristin Anderson, representante do Projeto HOPE, disse que a Igreja doou generosamente todos os materiais de ensino e treinamento para quando as parteiras replicassem então seu aprendizado com outros prestadores de cuidados de saúde em seus locais de trabalho.
“A Serra Leoa tem uma das taxas de mortalidade materna e neonatal mais elevadas do mundo, e a maioria destas mortes poderia ser evitada com cuidados oportunos e baseados em evidências”, disse Anderson.
Quatro voluntários da Igreja viajaram para Western Area Rural, uma parte rural da Serra Leoa a cerca de uma hora da capital, Freetown, para fornecerem treinamento de apoio crítico durante uma semana em janeiro. O grupo incluiu o Dr. Fred Langeland, um obstetra e ginecologista certificado que trabalhou por 35 anos no LDS Hospital, em Salt Lake City.
Langeland disse que se estima que, uma em cada 20 mulheres na Serra Leoa, morre devido à gravidez ou parto, e o país tem uma taxa de mortalidade infantil significativamente elevada de 78 mortes a cada 1000 nascimentos. Porém, disse ele, pode ser difícil obter estatísticas precisas com tantos partos realizados fora de centros de saúde.
“A causa número um da mortalidade infantil é a asfixia”, disse Langeland, “e por isso treinamos as parteiras sobre como ressuscitar um bebê, utilizar a bolsa e fixar a máscara em um bebê para mantê-lo vivo durante o nascimento”.

Ele disse que a causa número um da mortalidade materna é o sangramento após o nascimento: “Nós as treinamos sobre como prevenirem a hemorragia pós-parto e, em seguida, como tratá-la, caso ocorra.”
O último módulo de treinamento envolveu cuidados essenciais com cada bebê e cada bebê prematuro. É essencial ensinar as enfermeiras e as mães a procurarem sinais de alerta nos bebês, para que comam bem e possam crescer.
“Nossa experiência mostra que elas foram muito gentis, muito amorosas, ficaram muito gratas e muito ansiosas para aprenderem e aplicarem as técnicas que lhes ensinamos”, disse Langeland. “Tem sido demonstrado em vários estudos realizados em economias emergentes que, se estes princípios forem adotados e utilizados de forma consistente, podemos reduzir a mortalidade infantil e a mortalidade materna em 50%.”
Langeland disse que o Projeto HOPE e a Igreja têm pessoas no país que apoiam o treinamento. Depois, fazem o acompanhamento para garantir que o equipamento está sendo utilizado e funcionando, e que as enfermeiras obstétricas são capazes de praticarem o que aprenderam, até que se tornem competentes no assunto.
Nos últimos 10 anos, Langeland e sua esposa, Shirley Langeland, têm se voluntariado com a Igreja para realizarem estes treinamentos. Ele informou que o grupo de médicos voluntários já esteve em vários países da América Central e do Sul, África e Oriente Médio.
Com os Langelands nesta viagem estavam o Dr. Mark Sheffield, um neonatologista credenciado que trabalha em tempo integral mas é voluntário na Igreja há mais de 18 anos, e JoAnn Abegglen, que é professora associada de Enfermagem na Universidade Brigham Young, que usou seu tempo de férias para acompanhá-los.
“Tudo o que fazemos é pago pelas doações humanitárias à A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”, disse Langeland.



