O arbítrio moral é um elemento central no plano de felicidade de Deus e “influencia todos os aspectos de nosso propósito missionário”, ensinou Élder David A. Bednar, do Quórum dos Doze Apóstolos, aos líderes de missão recém-chamados.
Falando durante o Seminário para Novos Líderes de Missão de 2024, no Centro de Treinamento Missionário de Provo na sexta-feira, 21 de junho, Élder Bednar concentrou sua mensagem no papel vital do arbítrio moral no trabalho missionário e na vida dos filhos de Deus.
“Convido todos nós a estudarmos, orarmos, ponderarmos e buscarmos, através do poder do Espírito Santo, a obtermos uma compreensão mais completa do papel central do arbítrio moral no plano de felicidade do Pai Celestial e em nossa vida individual”, disse ele.
“Ao fazermos isso, lhes prometo que Deus abençoará cada um de nós com uma maior compreensão sobre nosso propósito missionário, e uma visão cada vez mais abrangente da nossa condição espiritual individual e da verdadeira relação com Deus.”
Definição e propósito do arbítrio moral
Definindo as palavras “moral” e “arbítrio”, Élder Bednar disse que o arbítrio moral pode ser entendido como “a capacidade e o privilégio de escolhermos e agirmos por nós mesmos de forma boa, honesta, virtuosa e honrosa”. Ele capacita os filhos de Deus a se tornarem “agentes para agirem, e não simplesmente objetos para receberem a ação.”
“O próprio propósito da Criação e de nossa existência mortal”, ressaltou ele, “é nos fornecer a oportunidade de escolhermos e agirmos para nos tornarmos aquilo que o Senhor nos convida a ser.”
Referindo-se ao título do conhecido hino “Faze o Bem, Escolhendo o Que É Certo”, Élder Bednar continuou: “Não fomos abençoados com o arbítrio moral para fazermos o que quisermos, quando quisermos. Em vez disso, de acordo com o plano do Pai, recebemos o arbítrio moral para buscarmos e agirmos de acordo com a verdade eterna.”
Como “todo homem pode agir em doutrina e princípio … de acordo com o arbítrio moral” (Doutrina e Convênios 101:78), os discípulos fiéis de Cristo agem conscientemente como agentes nos aspectos temporais e espirituais de sua vida e no serviço aos outros, disse ele.
Deus tem propósitos divinos para abençoar Seus filhos com arbítrio moral. Citando Élder Dale G. Renlund, do Quórum dos Doze Apóstolos, Élder Bednar disse: “O objetivo de nosso Pai Celestial na criação dos filhos não é fazer com que Seus filhos façam o que é certo; é fazer com que Seus filhos escolham fazer o que é certo e, por fim, se tornem como Ele.”
Embora os filhos de Deus sejam livres para escolherem, eles não são livres para escolherem as consequências de seu exercício do arbítrio moral, acrescentou. Todos serão responsáveis perante Deus por suas escolhas.
Concepções errôneas sobre o arbítrio moral
“O arbítrio moral não é estático; está aumentando ou diminuindo dinamicamente para cada um de nós”, disse Élder Bednar. “Escolhas corretas e obediência expandem nosso arbítrio moral. Escolhas injustas e desobediência diminuem nosso arbítrio moral.”
Enquanto Élder Bednar servia como presidente da Universidade Brigham Young-Idaho, alguns estudantes perguntavam por que os códigos de honra e vestimenta eram necessários, e se tais diretrizes impunham restrições ao seu arbítrio moral.
“Expliquei que a universidade e a Igreja não estavam restringindo o seu arbítrio. Em vez disso, se esperava simplesmente que os estudantes honrassem os compromissos que assumiram, como condições de terem sido aceitos na universidade”, disse ele.
Élder Bednar usou este exemplo para ilustrar a ideia de que, exercer o arbítrio significa agir como um agente, primeiro optando por vivermos de acordo com as verdades do evangelho e, segundo, nos vinculando às bênçãos, às obrigações contínuas e às consequências de tais escolhas e ações.
“O padrão de fazer, lembrar e honrar convênios sagrados é então, em essência, uma submissão voluntária de nosso arbítrio a Deus”, explicou Élder Bednar.
Tentar se justificar o comportamento pecaminoso dizendo: “Bem, eu tenho o meu arbítrio”, revela uma falta de conhecimento e compreensão da relação entre o arbítrio moral e os convênios do evangelho, disse ele.
“Na verdade, podemos optar por agirmos de maneiras que não honrem nossas obrigações sagradas, mas tal ação não é mais simplesmente o exercício do arbítrio individual”, disse Élder Bednar. “Em vez disso, para as pessoas que usaram seu arbítrio para assumirem compromissos sagrados, tais ações violam os convênios feitos com Deus, fazem com que se afastem Dele, deixem de se lembrarem Dele, e repudiem Seu nome e a responsabilidade de representá-Lo.
“A desobediência intencional é a rejeição e a rebelião contra as condições especificadas por Deus para nosso progresso e felicidade eternos.”
À medida que as pessoas se esforçam para guardarem os mandamentos e honrarem os convênios do evangelho, elas podem ser abençoadas, ao verem que a obediência voluntária é “o doce fruto do cumprimento dos convênios”, e não apenas uma opção ou uma tarefa.
“Podemos reconhecer mais plenamente a importância de comprometermos nossa disposição de nos achegarmos ao Salvador, tomarmos sobre nós Seu nome e nos esforçarmos para fortalecermos a conexão do convênio que temos com o Pai e o Filho”, disse Élder Bednar. “E podemos obter uma apreciação mais profunda dos privilégios e bênçãos do arbítrio moral em nossa vida individual.”