Aqueles familiarizados com a remota nação insular de Niue podem se surpreender ao descobrirem que há opções para assistir a uma reunião da Igreja no domingo.
Apesar de ter apenas cerca de 260 km2 de extensão e ter um total de população de cerca de 1.700 habitantes, o atol de corais possui dois ramos santos dos últimos dias.
Com sua ilha localizada a várias centenas de quilômetros de distância do templo mais próximo, os membros da Igreja de lá experimentam a bênção da adoração no templo com pouca frequência, na melhor das hipóteses.
No mês passado, porém, um grupo de jovens de Niue e membros do Ramo Lakepa-Toi conseguiram viajar cerca de 2.500 km até o Templo de Hamilton Nova Zelândia, a primeira caravana ao templo do ramo em 27 anos.
“Foi ótimo ver tantos membros de nosso ramo … realizando um trabalho sagrado por aqueles que já faleceram”, disse o presidente do ramo, Timothy Wilson, à Sala de Imprensa da Igreja no Pacífico [em inglês].
“Sentimo-nos muito próximos de nosso Salvador Jesus Cristo no templo. Foi espiritualmente edificante para mim, para os membros do ramo que estão distantes do templo há tanto tempo e para nossos jovens que estiveram no templo pela primeira vez”, disse o presidente Wilson.
Uma longa jornada
Por ser um dos menores países do mundo, Niue é um dos maiores atóis de corais elevados do mundo. Seu litoral é formado por falésias calcárias escarpadas e íngremes e é conhecido por suas florestas de corais fossilizadas, piscinas naturais e seu isolamento.
Ele se localiza em um triângulo entre Samoa, Tonga e as Ilhas Cook, com a massa de terra mais próxima, Tonga, a cerca de 600 km de distância.
Como sinal de seu isolamento, em 2020 Niue se tornou o primeiro país do mundo a ser nomeado Dark Sky Place [Lugar de Céu Escuro – em inglês], onde a escuridão do céu noturno é relativamente livre de interferência de luz artificial e ideal para se observar as estrelas.
Como Tonga é o país mais próximo, alguns podem esperar que as congregações de Niue façam parte do distrito do Templo de Nuku’alofa Tonga, mas não há voos diretos para Tonga, nem para Samoa. O pequeno aeroporto de Niue atualmente atende a um voo por semana oferecido pela Air New Zealand, então viajar para qualquer outro lugar requer uma conexão na Nova Zelândia primeiro.
Como resultado, tanto o Ramo Lakepa-Toi quanto o Ramo Alofi em Niue fazem parte do distrito do Templo de Hamilton Nova Zelândia, sendo as passagens aéreas difíceis de se arcar.
A última viagem do ramo ao templo, ocorreu em 1996. Antes de janeiro, nenhum dos membros adultos havia frequentado o templo em 10 anos, enquanto nenhum dos jovens da ilha jamais tinha visto um templo pessoalmente.
A viagem de janeiro de 2023 veio como resultado de muita oração, jejum e trabalho, enquanto indivíduos e famílias se esforçaram para economizar e arrecadar fundos, informou a Sala de Imprensa da Igreja no Pacífico.
Uma das metas do ramo para 2022 era que os membros obtivessem uma recomendação válida para o templo, o que todos os jovens fizeram.
O grupo também se preparou participando da pesquisa de história da família e reunindo os nomes de entes queridos falecidos que precisavam das ordenanças do templo.
O milagre de uma viagem ao templo
Onze dos jovens do ramo, vários líderes de jovens e alguns outros membros chegaram à Nova Zelândia e foram alojados e alimentados por membros locais. Enquanto estavam em Hamilton, eles frequentaram a Igreja, visitaram o Matthew Cowley Pacific Church History Center [Centro de História da Igreja no Pacífico Matthew Cowley – em inglês] e aprenderam sobre os primeiros missionários em Niue, antes de participarem de três sessões batismais, em que realizaram os batismos e confirmações de 120 de seus antepassados falecidos.
Um dos líderes de jovens também pôde receber sua própria investidura e uma família foi selada.
Os 11 jovens também participaram da conferência Para o Vigor da Juventude em Auckland, Nova Zelândia.
Mereoni, de 13 anos, compareceu com a irmã, Karis, e a avó, Tapu Pihigia.
“Quando cheguei à frente do templo, senti como se todos os meus problemas e preocupações tivessem desaparecido”, disse Mereoni. “Senti paz.”
Pihigia acrescentou: “Minhas netas não param de falar sobre a viagem desde que voltaram para casa. Jamais nos esqueceremos desta viagem ao templo.”
O presidente Alan Leuluai, membro da presidência da Missão Nova Zelândia Auckland, também se reuniu com os jovens niueanos enquanto eles estavam na Nova Zelândia, e os aconselhou a “se lembrarem dos sentimentos que [eles] tiveram no templo.”