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Como o programa de Mestrado em Direito da BYU está abençoando indivíduos, comunidades, a Igreja e nações

Assim como a futura Faculdade de Medicina, o programa L.L.M. da BYU foi criado para estudantes de fora dos E.U.A., formando líderes em países ao redor do mundo

Quando os amigos de Cristina Ortega a encorajaram a se candidatar para o programa de Mestrado em Direito da Universidade Brigham Young, ela riu. “Brinquei que faria isso em 100 anos, assim que economizasse dinheiro suficiente.”

Não que ela não quisesse participar. Como santo dos últimos dias crescendo na Colômbia, frequentar a BYU era um sonho impossível. E ela era uma mãe solo, trabalhando em período integral como advogada para sustentar a si mesma e sua filha. A ideia de pagar um programa de prestígio nos Estados Unidos, onde ela precisaria pagar em dólares e não em pesos colombianos, parecia impossível.

“Eu não tinha nenhuma intenção de me candidatar”, disse ela ao Church News.

No entanto, uma de suas melhores amigas agendou um teste de inglês para ela fazer para a inscrição, dizendo: “Você tem que se inscrever, e Deus cuidará do resto.”

Ortega não estava convencida, até que o juiz para quem ela trabalhava ligou para dizer que tinha ouvido falar de sua candidatura à BYU, e que gostaria de escrever uma carta de recomendação.

Com este incentivo, ela completou sua candidatura e foi entrevistada via Zoom pelo professor de Direito da BYU, Eric Talbot Jensen, diretor do programa.

Cristina Ortega, que obteve o mestrado em Direito da BYU em 2021, fala sobre o programa em um vídeo da faculdade de direito da BYU.
Cristina Ortega, que obteve o mestrado em Direito da BYU em 2021, fala sobre o programa em um vídeo da Faculdade de Direito da BYU. | Screenshot, YouTube

Quando recebeu uma carta de aceitação da BYU, ela ficou exultante ao ver outra carta oferecendo uma bolsa de estudos integral: mensalidade, moradia e um auxílio para sua mudança.

“Aprendi que quando você faz o que pode, Deus realmente cuida do resto, e isso é muito melhor do que qualquer coisa que você já imaginou”, disse Ortega, que concluiu seu mestrado na BYU em 2021.

Olhando para trás, Ortega disse que concluir o Mestrado em Direito da BYU, conhecido como programa L.L.M., “foi sem dúvida o melhor ano de minha vida.”

Ela disse que isso não apenas melhorou suas oportunidades profissionais, mas também aumentou sua capacidade de servir.

Em sua casa na Colômbia, Ortega tem uma foto dela e de sua filha em frente a uma das placas na entrada do campus da BYU em Provo, Utah, que diz: “Entre para aprender, saia para servir”.

“Acho que essa é a ideia: faça um mestrado em Direito e aprenda o máximo que puder, para que você possa ser melhor, e também para que possa servir melhor”, disse Ortega.

Cristina Ortega e sua filha posam para uma foto em frente ao letreiro da Universidade Brigham Young que diz "Enter to Learn, Go Forth to Serve" (Entre para Aprender, Saia para Servir).
Cristina Ortega e sua filha posam para uma foto em frente ao letreiro da Universidade Brigham Young que diz "Enter to Learn, Go Forth to Serve" (Entre para Aprender, Saia para Servir). Ortega concluiu o mestrado em Direito na Faculdade de Direito da BYU em 2022. | Provided by Cristina Ortega

O que é o diploma LL.M. da BYU?

O programa L.L.M. da Faculdade de Direito J. Reuben Clark [em inglês] da BYU é um mestrado para advogados. Enquanto a maioria das outras áreas de estudo começa com um bacharelado e progride para um mestrado e depois para um doutorado, o L.L.M. está disponível apenas para advogados em exercício ou para aqueles que já obtiveram seu bacharelado em Direito.

Pense em um diploma de mestrado como uma especialização, explicou David H. Moore, reitor da Faculdade de Direito da BYU.

Muitos obterão seus diplomas de bacharelado em Direito e então encontrarão um programa L.L.M. em uma especialidade como Tributação, Direito Penal ou Direito de Imigração. Para muitas faculdades de Direito, o programa L.L.M. é uma fonte de financiamento.

Uma foto do Edifício J. Reuben Clark, sede da Faculdade de Direito da BYU, no campus de Provo, Utah | Jaren Wilkey, BYU

O programa L.L.M. da BYU, no entanto, é completamente financiado por doadores e é projetado para advogados como Ortega, que nunca poderiam pagar o programa sozinhos. Ele está disponível apenas para advogados não americanos.

“Nosso esforço é um programa de liderança global. Nosso desejo é ajudar a promover a liderança em países ao redor do mundo”, disse Moore.

De certa forma, é semelhante ao modelo proposto para a futura Faculdade de Medicina da BYU, disse Moore. “A Faculdade de Medicina é única e especial porque tentará se concentrar em esforços humanitários e em pessoas ao redor do mundo, e nosso programa L.L.M. está buscando fazer a mesma coisa.”

A expectativa é que estes alunos retornem a seus países de origem, acrescentou Jensen, diretor do programa.

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O novo reitor da Faculdade de Direito da BYU, David H. Moore, posa para uma foto em 2023. | Matthew Norton, BYU

“Nosso programa, diferente de muitos outros, não foi criado para que as pessoas permaneçam aqui nos E.U.A.. Em vez disso, nosso programa foi criado para que elas retornem a seus países de origem, levem consigo esta educação, esta credencial e se tornem membros muito mais ativos em sua comunidade jurídica, na comunidade da Igreja, em sua comunidade governamental, e nos ajudem, como BYU, a ter uma maior influência no mundo”, disse Jensen.

Desde que começou na década de 1980, mais de 200 estudantes de mais de 50 países concluíram o programa L.L.M. da BYU. O grupo deste ano inclui advogados da Argentina, China, Filipinas, Libéria, México, Nigéria, Palestina e Tanzânia.

Muitos dos alunos são membros da Igreja, mas alguns não, observou Moore.

Por exemplo, ao longo dos anos, o programa recebeu 36 juízes jordanianos que apreciam o Código de Honra da BYU e o fato de que a universidade mantém valores semelhantes aos ensinados de sua fé muçulmana.

Eric Talbot Jensen, professor de direito da BYU e diretor do programa LL.M., posa para uma foto no Edifício de Direito J. Reuben Clark na BYU em Provo, Utah.
Eric Talbot Jensen, professor de Direito da BYU e diretor do programa LL.M., posa para uma foto no Edifício da Faculdade de Direito J. Reuben Clark da BYU em Provo, Utah. | BYU LAW SCHOOL

O programa é rigoroso, com duração de um ano ou dois semestres, com opção de um ano adicional para trabalhar ou fazer um estágio.

O programa pode acomodar uma média de 10 alunos por ano, mas Jensen e Moore disseram que se sentem motivados a aumentarem este número para 15 ou mais.

Como administradores do programa, eles percebem que nenhum dos alunos conseguiria se matricular sem o generoso apoio de doadores, que cobrem o custo de aproximadamente US$ 60.000 para a mensalidade, moradia e despesas de subsistência, disse Jensen. “Levamos isso muito a sério. Tentamos muito pensar: ‘Quem são as pessoas que farão a diferença no mundo? Temos um número limitado de fundos. Temos uma capacidade limitada. Quem são as pessoas que causarão um impacto?’”

É assim que eles conseguem alunos de alta capacidade, disse Jensen, alunos como D. Blamo Kofa, que atualmente está no segundo semestre do L.L.M.

A história de um liberiano

D. Blamo Kofa conheceu os missionários de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias enquanto frequentava a universidade em seu país natal, a Libéria, e logo foi batizado. Ele serviu missão na Nigéria, em Lagos e Ibadan, o que lhe ensinou disciplina, disse Kofa, e “como administrar bem meu tempo e definir minhas prioridades corretamente.”

Quando ele retornou de sua missão, não havia um caminho claro para ele terminar seus estudos universitários, então ele lecionou no Seminário. Naquela época, o cargo não era remunerado, mas ele recebeu um subsídio para ajudar a cobrir o custo do transporte. Kofa disse que pagava o dízimo de seu subsídio, cerca de 20 dólares liberianos, que se convertiam em menos de 1 centavo de dólar americano. “Percebi que o Senhor me daria uma maneira de concluir a universidade.”

Ele recebeu uma bolsa de estudos do governo. Tendo sido sido um aluno com média “C” antes de sua missão, ele se tornou um aluno com média “A” e recebeu um diploma de bacharel em Direito.

Durante sua infância, Kofa testemunhou a devastação que uma guerra civil de 14 anos causou em seu país: uma economia desmoronada, infraestrutura danificada e centenas de milhares de vidas perdidas, tudo causado por um “corrupção desenfreada e nepotismo.”

D. Blamo Kofa da Libéria participa da orientação para novos alunos do programa de LL.M. na BYU em 2024.
D. Blamo Kofa, da Libéria, participa da reunião de orientação para novos alunos do programa LL.M. na BYU, em 2024. | Provided by BYU law school

Sua filiação à Igreja reforçou os princípios e a importância da integridade, honestidade e ética, disse Kofa. “Eu queria dedicar minha vida à luta contra a corrupção.”

Ele se juntou à Comissão Anticorrupção da Libéria e sua dedicação levou seu caminho como investigador júnior, para o de investigador chefe no país, processando funcionários públicos por corrupção. Eventualmente, o comissário geral o chamou e lhe ofereceu o cargo de comissário assistente para conformidade e alfândega. Inicialmente, ele recusou, não tendo nenhuma educação prévia em alfândega. “Mas”, o comissário geral lhe disse, “você tem integridade”, então Kofa aceitou o cargo.

Programas de pós-graduação não estão disponíveis na Libéria, então apenas “poucos privilegiados” conseguem juntar dinheiro para frequentar uma universidade ocidental. Kofa disse que sempre quis buscar um nível mais alto de educação para enfrentar com confiança os advogados seniores de seu país. “Se você quer advogar contra os males dentro do sistema legal, você tem que ter esta confiança”, disse ele.

Então ele adiou seus planos de vida para cursar o programa L.L.M. da BYU, deixando sua família na Libéria, seu chamado como presidente de estaca e seu trabalho como comissário assistente de alfândega.

Mas tudo valerá a pena, disse Kofa.

D. Blamo Kofa da Libéria participa da orientação para novos alunos do programa LL.M. na BYU em 2024.
D. Blamo Kofa, da Libéria, participa da reunião de orientação para novos alunos do programa LL.M. na BYU, em 2024. | Provided by BYU law school

“Vir para a BYU realmente me deu energia novamente para voltar e enfrentar alguns dos desafios da alfândega, mas principalmente do poder judiciário”, disse ele.

O programa L.L.M. oferece aos advogados estrangeiros uma “oportunidade de desenvolverem sua capacidade, aprimorarem seus conhecimentos e habilidades, [e] criarem redes de contato muito boas, com profissionais experientes que podem ajudá-los pelo resto de sua jornada profissional”, acrescentou.

O programa também está lhe dando confiança e fortalecendo sua voz como uma autoridade em anticorrupção. “Ficar próximo dos princípios do evangelho e do Salvador trouxe enormes bênçãos”, disse Kofa sobre sua jornada à BYU.

Abençoando nações e a Igreja

Quase todos os alunos do mestrado em Direito, têm uma história como a de Kofa , disse Jensen.

Julie Khouri, por exemplo, é outra estudante atual que vivenciou milagres antes de participar do programa. Uma cristã palestina, Khouri teve que passar por vários postos de controle militares, só para chegar à embaixada e solicitar seu visto.

Julie Khourri, à esquerda, da Palestina, participa de uma discussão em sala de aula no Edifício J. Reuben Clark da BYU em Provo, Utah. Khourri é aluna do programa LL.M. 2024-2025 da BYU.
Julie Khourri, à esquerda, da Palestina, participa de uma discussão em sala de aula no Edifício J. Reuben Clark da BYU em Provo, Utah. Khourri é aluna do programa LL.M. 2024-25 da BYU. | Provided by BYU law school

“Quando ouvimos suas histórias, é simplesmente incrível o que eles passaram para conseguirem isto”, disse Jensen. “Mas é aí que está o poder do programa: são os ‘Blamos’, as ‘Julies’ e as pessoas assim. Não está na Faculdade de Direito da BYU, mas no impacto que essas pessoas causarão por gerações.”

E esse impacto está se espalhando, não apenas através de gerações, mas também para as comunidades, a Igreja e as nações.

Ortega, por exemplo, retornou à Colômbia e abriu seu próprio escritório de advocacia. Ela agora fornece consultoria jurídica para a Igreja na Área América do Sul Noroeste e é representante da J. Reuben Clark Law Society [Sociedade de Direito J. Reuben Clark] na área, que defende populações vulneráveis, o constitucionalismo e a liberdade religiosa.

Um ex-aluno do L.L.M. da BYU se tornou membro da Suprema Corte da Mongólia, e outro está servindo como Setenta de Área no Brasil.

Advogados estrangeiros formados pelo programa LL.M. da BYU posam para uma foto sob a declaração de missão da faculdade de direito da BYU no Edifício J. Reuben Clark em Provo, Utah.
Advogados estrangeiros formados pelo programa LL.M. da BYU, posam para uma foto sob a declaração de missão da Faculdade de Direito da BYU, no Edifício J. Reuben Clark em Provo, Utah. | Provided by BYU law school

Uma outra aluna da turma atual, tem trabalhado como juiza magistrada na Tanzânia, defendendo a igualdade das mulheres naquele sistema jurídico.

“Ela voltará e mudará sua região na Tanzânia”, disse Jensen. “E acreditamos que cada um dos nossos ex-alunos fará algo assim para beneficiar o mundo.”

Trabalhar com esses alunos é “uma bênção e um privilégio incrível”, acrescentou ele.

Lily Mott, diretora de programas globais da faculdade de direito da BYU, posa para uma foto na faculdade de direito da BYU em Provo, Utah.
Lily Mott, diretora de programas globais da Faculdade de Direito da BYU, posa para uma foto em Provo, Utah. | Provided by BYU law school

Ex-alunos do L.L.M. que são membros da Igreja estão muito mais preparados para serem líderes da Igreja em seus países, enquanto aqueles que não são membros da Igreja se tornarão líderes em países ao redor do mundo, que entendem a Igreja e seus princípios de liberdade religiosa, disse Jensen.

Lily Mott, diretora de programas globais da Faculdade de Direito da BYU, observou que há muitas coisas importantes a serem feitas em governos e organizações ao redor do mundo, mas às vezes as pessoas, como Kofa, não sentem que podem se manifestar.

Obter a credencial do programa L.L.M. por meio de uma Faculdade de Direito dos E.U.A. altamente conceituada como a BYU, participando e praticando os princípios ensinados no programa, “ajuda a lhes dar as ferramentas e a confiança para agirem”, disse Mott.

Fundamentos espirituais

Da mesma forma que Ortega, Kofa e outros alunos compartilharam histórias de orientação divina para o programa. Jensen, Mott e Moore disseram que têm sentido a influência do Salvador na administração do programa.

“Oramos durante todo o processo de admissão. Sentimos verdadeiramente a mão do Senhor neste programa. Estou absolutamente convencido de que é do melhor interesse do Senhor que levemos essas pessoas para a Faculdade de Direito da BYU”, disse Jensen.

Mott acrescentou: “Eu realmente sinto o amor de Deus por todos os Seus filhos por meio deste programa, e vejo como Ele está abençoando o mundo.”

Ortega, que já trabalhou em vários casos em que a Igreja era o cliente, disse que viu como o Senhor lidera Sua obra e coloca as pessoas nos lugares certos, nas horas certas. “Tenho testemunhado como o Senhor protege Sua Igreja e seus membros, e experimentado as ternas misericórdias do Senhor”, disse ela.

Cristina Ortega e sua filha posam com outros alunos do programa de Mestrado em Direito em frente ao Edifício J. Reuben Clark no campus da BYU em Provo, Utah.
Cristina Ortega e sua filha posam com outros alunos do programa de Mestrado em Direito, em frente ao Edifício J. Reuben Clark no campus da BYU em Provo, Utah. | Provided by Cristina Ortega
Alunos matriculados no programa de LL.M. 2020-2021 da BYU participam de uma apresentação durante uma aula na faculdade de direito da BYU.
Alunos matriculados no programa LL.M. 2020-2021 da BYU participam de uma apresentação, durante uma aula na Faculdade de Direito da BYU. | Provided by BYU law school
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