Nas zonas remotas da província de Khyber Pakhtunkhwa, no Paquistão, as pessoas aprenderam a ter resiliência e adaptabilidade diante de desafios.
Um desses desafios é a falta de estabelecimentos de saúde. Babra, de 36 anos, está grávida e enfrenta altos riscos associados ao tétano materno e neonatal, que é frequentemente abreviado como TMN [MNT em inglês].
O tétano materno e neonatal mata dezenas de milhares de crianças a cada ano em todo o mundo, e quase 100% dos bebês que sofrem desta doença não sobrevivem sem acesso a centros de tratamento. O Paquistão é um dos 11 países onde a doença persiste devido a serviços de saúde inadequados e práticas pouco higiênicas de parto.
Babra perdeu um bebê e está determinada a fazer com que isso não aconteça novamente.
“No ano passado sofri um aborto espontâneo, mas desta vez uma profissional de saúde me ajudou com as vacinas e também forneceu comprimidos com suplementos de ferro”, disse Babra em um artigo do UNICEF Paquistão [em inglês].
A iniciativa de Eliminação do Tétano Materno e Neonatal, ou ETMN, foi lançada em 2022 pelo governo do Paquistão, em colaboração com o UNICEF. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e a Kiwanis International também estão apoiando estes esforços.
Profissionais de saúde tiveram dificuldades no início, devido a crenças religiosas, falta de informação relacionada à vacina, relutância e acesso restrito devido a inundações e preocupações de segurança, mas com perseverança e a ajuda de mais mulheres agentes de vacinação, os esforços valeram a pena.
Agora, mais de três milhões de mulheres em Khyber Pakhtunkhwa foram vacinadas.
Nazma Shaheen, uma profissional de saúde, acredita que o trabalho em curso neste campo reduzirá significativamente a incidência do tétano materno e neonatal no Paquistão.
“É gratificante oferecer vacinas seguras, eficazes e, muitas vezes, de difícil acesso a mulheres e crianças”, disse Shaheen.
Trabalhando juntos para eliminar o tétano materno e neonatal
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias apoia os programas de eliminação do tétano materno e neonatal do UNICEF desde 2014.
Uma doação de US$ 5 milhões da Igreja em dezembro de 2022 deu ao UNICEF mais apoio em seus esforços para eliminar o tétano em áreas onde a doença persiste, como na África e no Oriente Médio.
O tétano é contraído através da exposição a bactérias que podem entrar no organismo através de feridas ou do cordão umbilical do recém-nascido. O tétano materno e neonatal pode ser evitado através de uma série de vacinas simples, parto limpo e cuidados adequados com o cordão umbilical. Mas se estima que um bebê morra de tétano a cada 21 minutos em todo o mundo.
No Iêmen, na Península Arábica, Arwein Ahmen, de 26 anos, se sentiu muito ansiosa quando estava grávida.
“Conheço uma mulher na minha vizinhança que perdeu o primeiro filho durante o parto, um filho que ela e o marido esperavam ansiosamente. Perderam o bebê porque a parteira local usou ferramentas contaminadas durante o parto”, disse Ahmen.
Ahmen mora em um bairro repleto de favelas feitas de papelão, plástico e outros materiais descartados.
Felizmente, o seu filho bebê, Abdulrahman, está saudável e feliz, e Ahmen diz que isso se deve ao fato de ter recebido a vacina contra o tétano em um centro de saúde quando estava grávida.
Antes de engravidar, Ahmed pensava que as vacinas eram apenas para crianças.
“Agora sei que todas as mulheres grávidas e em idade fértil também deveriam ser vacinadas”, diz ela. “É fundamental e salva vidas.”
O tétano materno e neonatal foi recentemente eliminado no Mali, nação da África Ocidental [em inglês], um marco significativo na saúde, que surgiu devido ao trabalho de várias organizações de confiança e dos esforços coletivos dos centros e profissionais de saúde do país.
Muitas vezes, as mães que perderam um bebê antes de serem vacinadas espalham a notícia a outras mães sobre como tomarem a vacina contra o tétano e utilizarem melhores práticas de parto.
Em uma publicação nas redes sociais da Caring.ChurchofJesusChrist [ambos em inglês], a Igreja parabenizou o UNICEF por suas contribuições críticas para este marco no Mali.
“Estamos mais inspirados do que nunca para continuar nossa colaboração com o UNICEF e apoiar o trabalho de eliminação do TMN na Nigéria e no Paquistão, dois dos 11 países restantes onde o TMN ainda é endêmico”, disse a publicação.