Chegando ao home plate com duas eliminações em uma primeira entrada sem pontos, tudo o que a receptora do segundo ano da Universidade da Flórida, Jocelyn Erickson, queria era criar uma chance para seu time.
Uma oportunidade surgiu momentos depois, com um arremesso da jogadora da Universidade Alabama South bem no meio da base. A receptora santo dos últimos dias de 19 anos, eleita a jogadora do ano da SEC em 2024 [Southeastern Conference ou Conferência do Sudeste - em inglês], balançou seu taco e acertou a bola por cima da cerca direita do campo para dar ao seu time uma vantagem inicial de 2 a 0.
Duas entradas depois, Erickson acertou uma única corrida impulsionada para iniciar uma sequência rápida de 7 corridas, o que deu ao seu time, os Gators, uma vitória por 9-1 sobre os Jaguars na rodada do campeonato do Torneio Regional de Gainesville da NCAA, em 19 de maio.
A Universidade da Flórida agora recebeu então a Universidade Baylor no NCAA Super Regional [em inglês] na sexta-feira, 24 de maio.
“Temos uma missão de ir ao Women’s College World Series [etapa final do torneio nacional de softbol universitário feminino] e, finalmente, competir em um campeonato nacional”, disse Erickson. “Então, qualquer coisa que possa fazer pela minha equipe, eu farei.”
Esta tem sido uma temporada de jogadas vencedoras para Erickson, membro do Ramo Gainesville de Jovens Adultos Solteiros, na Estaca Gainesville Flórida de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Além de ser nomeada a jogadora do ano da conferência, Erickson, natural de Phoenix, Arizona, recebeu honras do All-SEC First Team [Time da Conferência Sudeste] e foi nomeada para o SEC All-Defensive Team [Time Defensivo da Conferência Sudeste].
Erickson, que foi criada em uma família de jogadores de softbol, terminou a temporada regular com uma média de 0,399 rebates, 11 home runs e 70 RBIs (corridas impulsionadas).
Em abril, ela foi selecionada para jogar pela equipe nacional de softbol dos E.U.A. [em inglês] no Japão, ainda neste verão [no hemisfério norte].
Após a vitória sobre a Universidade South Alabama, Erickson estava usando um fone de ouvido e sendo entrevistada pela ESPN [em inglês], diante de um público nacional, quando o técnico da Universidade da Flórida, Tim Walton [em inglês], se aproximou por trás e despejou uma pequena caixa térmica com água gelada em suas costas, para a alegria das emissoras.
“Foi um dia quente. ... Ela me pegou mais cedo com uma garrafa de água”, disse Walton, que é “grato todos os dias” por Erickson ser uma Gator.
A jornada de Erickson, de importante caloura em preparação do Arizona, a campeã nacional em Oklahoma e transferência para a Flórida, é uma história notável que ela compartilhou recentemente com o Church News.
“Acho que a única maneira de realmente crescermos é sairmos da nossa zona de conforto”, disse ela. “Então eu dei um salto de fé.”
Softbol, família e fé
Caçula de cinco filhos, Erickson foi criada em um lar santo dos últimos dias fiel, em Phoenix, Arizona, onde o evangelho era a parte central.
“Crescer na Igreja abençoou minha vida de muitas maneiras diferentes. Isto me ajudou a ver o mundo com uma perspectiva diferente, especialmente em um esporte onde você perde mais do que ganha”, disse ela. “Estou feliz que meus pais me criaram para saber que existe algo maior do que eu.”
Era também um lar onde todos praticavam vários esportes, embora favorecessem claramente o “esporte do diamante” [chamado assim devido ao formato do campo].
Seus pais, David e Jeanine Erickson, e seus quatro irmãos, Krislyn, Brendon, Emilee e Kaylee, estudaram na Universidade Brigham Young. Brendon jogou beisebol pelos Cougars (2013-2015), e as irmãs Emilee (2016-2021) e Kaylee (2020-2021) jogaram softbol pela BYU. Depois de servir missão em Boise, Idaho, Kaylee foi transferida para a Universidade Utah State. Após seus dias de jogadora, Emilee se tornou assistente técnica na Universidade Weber State.
A irmã mais nova disse que “seguiu os passos da família e se apaixonou pelo esporte.”
“Não houve pressão, mas cresci indo para o campo porque minhas irmãs jogavam o tempo todo”, disse Jocelyn Erickson. “Todas também são receptoras.”
Seguir as irmãs teve suas vantagens. Por terem passado pelo processo de recrutamento, seus pais sabiam em quais times e torneios ela precisava jogar para atrair recrutadores universitários. Jocelyn Erickson se destacou rapidamente e os recrutadores começaram a conversar com ela quando estava no sexto ano do ensino fundamental. Sua primeira oferta de bolsa veio no ano seguinte da BYU, no sétimo ano do ensino fundamental.
Naquela época, não havia restrições para comprometimento antecipado. A regra foi alterada em 2018. Os jogadores agora não podem se comprometer até o penúltimo ano do ensino médio.
No final de sua carreira no ensino médio, Erickson foi eleita a Jogadora Gatorade do Ano de Softbol do Arizona em 2022 [em inglês]. Ela escolheu jogar pela Universidade de Oklahoma em vez de Oregon, UCLA, Arizona, Arizona State e BYU. Naquela época, os Sooners [referência aos times da Universidade de Oklahoma] haviam acabado de conquistar o segundo título nacional consecutivo.
Campeã nacional com ‘mais para oferecer’
Enquanto caloura, Erickson ingressou em um time de softbol de Oklahoma repleto de talentos, ainda encontrando oportunidades de contribuir.
Ela competiu em 57 jogos, com 32 partidas em múltiplas posições, com média de rebatidas de 0,337, 32 corridas impulsionadas, 25 corridas com pontos e 18 rebatidas extrabase. Seu melhor momento veio quando os Sooners venceram seu terceiro campeonato nacional consecutivo, encerrando uma temporada que as viu atingirem um incrível 61-1, incluindo um recorde de 53 vitórias consecutivas da Divisão I da NCAA.
Dois dias antes de conquistarem o título, as jogadoras da equipe foram questionadas em entrevista coletiva sobre como elas mantêm a alegria do jogo, enquanto a pressão pela vitória continua aumentando. Seus comentários, centralizados em sua fé em Cristo, viralizaram nas redes sociais, informou o Deseret News [em inglês].
Erickson apreciou sua temporada de caloura em Oklahoma e disse que era “surreal” fazer parte de uma equipe campeã nacional. Ela reconheceu as muitas amizades e lições de vida adquiridas ao longo do caminho. Mas em seu coração ela sentia a necessidade de algo diferente.
“Eu sabia que tinha mais a oferecer”, disse ela. “Eu conhecia minhas capacidades e objetivos e sentia que poderia ser mais útil.”
Muita oração e leitura de sua bênção patriarcal ajudaram Erickson a encontrar orientação espiritual e ver onde ela poderia fazer a diferença para o Senhor.
Lar na Flórida
Sem o conhecimento de Erickson, o técnico da Flórida, Tim Walton, observou ela jogando à distância, por três anos e sabia que ela poderia jogar. Ele também sabia sobre sua fé como santo dos últimos dias e o que isto significa para ela. Ele imediatamente entrou em contato quando soube que ela havia entrado no portal de transferências dos atletas.
Quando Erickson manifestou interesse em jogar pelos Gators, Walton se reuniu e se conectou com membros locais da Igreja no Instituto de Religião de Gainesville, Flórida.
Quando Erickson e seu pai visitaram o campus, o treinador organizou uma apresentação.
“Eles me deram meu primeiro Livro de Mórmon como agradecimento”, disse Walton, que mencionou ter visitado a Praça do Templo em Utah há vários anos com sua família e ter tido uma experiência positiva.
Erickson sentiu que a Flórida era onde ela precisava estar. O resultado foi “mais do que eu poderia esperar”, disse ela.
“Eu sabia que havia lições que deveria aprender e pessoas que deveria conhecer e compartilhar meu conhecimento na Universidade da Flórida.”
Junto com as contribuições “seguras, confiáveis e competitivas” de Erickson em campo nesta temporada — “ela foi fundamental para nosso sucesso” — Walton também elogiou sua maturidade, foco e amor pela equipe. Ele até notou como ela evita falar palavrões.
“Penso que ela nunca vacila sobre quem ela é: uma jovem forte, muito motivada, muito dedicada, e a família está em primeiro lugar para ela”, disse ele.
Em meio à sua agenda lotada de softbol, Erickson faz o possível para assistir às aulas semanais do Instituto e às reuniões da Igreja. Ela tem uma rotina de oração pessoal e estudo das escrituras e lista alguns de seus versículos favoritos: Éter 12:27 e 1 Timóteo 6:11-12 em suas contas do Instagram e do X (anteriormente conhecido como Twitter – ambos em inglês).
Ela também fez amizade com um trio de jogadoras de futebol e santos dos últimos dias da Universidade da Flórida, que também frequentam o ramo do JAS: Daviana Vaka, Sophie White e Oakley Rasmussen.
Adam Towers, que serve como presidente do Ramo Gainesville de Jovens Adultos Solteiros, disse que admira Jocelyn pela forma decisiva com que ela sempre age em momentos de jogo cheios de pressão. Ele está igualmente impressionado com sua dedicação ao evangelho e com suas contribuições ao comitê do ServirAgora do JAS.
“Enquanto está viajando para jogar em estádios pelo país, ela até entra em nossa reunião sacramental via Zoom”, disse Towers. “Todos com quem converso, e que estão ligados ao programa esportivo da Universidade da Flórida, a elogiam pela forma como ela se comporta em campo e no vestiário.
Embora existam poucos atletas tão competitivos quanto Jocelyn, ela simplesmente faz o bem, é gentil, apoia, trabalha em equipe e nunca deixa seu ego atrapalhar. Ela se comporta como uma discípula de Cristo em todas as coisas.”