As missões centradas no evangelho da BYU e BYU-Pathway Worldwide as tornam únicas e valiosas no ensino superior, disseram os líderes do Sistema Educacional da Igreja na terça-feira, na primeira reunião da nova Comissão de Universidades Religiosas.
Patrocinada pelo American Council on Education [Conselho Americano de Educação], a comissão teve início na terça-feira, 4 de junho, com uma conferência realizada no histórico National Press Club [Clube Nacional de Imprensa], próximo à Casa Branca, em Washington, D.C., que reuniu presidentes de 35 universidades com afiliação religiosa, incluindo Georgetown, Yeshiva, Baylor e Pepperdine.
Élder Clark G. Gilbert, Setenta Autoridade Geral e comissário de educação da Igreja, é um dos copresidentes da nova comissão, junto com Shirley Hoogstra, presidente do Council for Christian Colleges and Universities [CCCU – Conselho de Faculdades e Universidades Cristãs], que representa 180 escolas.
“Esta é uma época precária em que universidades de diversas origens religiosas precisam trabalhar além dos seus limites para fortalecerem áreas de ênfase compartilhada, desde a liberdade religiosa até as proteções de acreditação”, disse Élder Gilbert. “Estas relações não começaram apenas em torno desta comissão. O Sistema Educacional da Igreja tem trabalhado com os presidentes de outras universidades religiosas há uma geração.”
Ele disse que aquelas relações construíram uma base de confiança com instituições parceiras e seus presidentes.
“Fazer isto com o Conselho Americano de Educação dá a este esforço maior credibilidade e apoio coletivo”, disse Élder Gilbert. “Cada vez mais, nossos amigos de outras religiões e nossos colegas acadêmicos procuram, não só pelo envolvimento, mas também pela liderança do Sistema Educacional da Igreja.”
Hoogstra disse que o Conselho Americano de Educação atende 1.700 universidades, das quais 200 se identificam como religiosas. Ao todo, 1,8 milhão de estudantes estão matriculados em faculdades e universidades religiosas dos E.U.A., disse ela.
O presidente do Conselho Americano de Educação, Ted Mitchell, ex-subsecretário de Educação dos E.U.A., disse: “Queremos aumentar a visibilidade das importantes contribuições das instituições religiosas e queremos criar colaborações entre vocês.”
O presidente da BYU, C. Shane Reese, falou em um painel sobre como a religião pode ser uma fonte de inovação em pesquisas e estudos. Ele disse que a BYU se apoia em estudos que sejam de interesse estratégico para a universidade e para a Igreja.
“Muitas vezes, penso que existe esta falsa dicotomia, de que é preciso escolher entre ser um acadêmico – academicamente exigente – e se inclinar para uma vida de fé”, disse Reese. “Vemos essas coisas, não como interesses conflitantes, mas sim como algo que se reforça mutuamente. Essa busca pela verdade é realmente um objetivo grandioso e glorioso que podemos alcançar devido à nossa missão de fé, e não apesar de nossa missão de fé.”
Ele disse que a BYU realiza pesquisas em áreas que reforçam as instituições centrais da sociedade.
“Temos estado profundamente interessados em saber como podemos fortalecer as instituições da família, da religião e da prosperidade humana, e a instituição do governo constitucional que realmente protege esses interesses. Amamos o fato de que estudos acadêmicos, ricos e rigorosos podem apoiar esse mesmo objetivo.”
A presidente da Universidade de Baylor, Linda Livingstone, disse que, alguns membros da igreja batista, inicialmente acharam difícil aceitar a pesquisa, mas Baylor fez a transição para uma instituição de pesquisa de alto nível, em parte, abraçando o que pode se fazer de diferente. Por exemplo, um pesquisador que estudou de forma independente como as pessoas com deficiência são ou não incluídas nas congregações cristãs, se ofereceu para transferir a sua pesquisa para Baylor para receber apoio de pesquisadores com ideias semelhantes.
“Essa busca pela verdade é realmente um objetivo grandioso e glorioso que podemos alcançar por causa da nossa missão de fé, e não apesar da nossa missão de fé.”
— — C. Shane Reese, presidente da Universidade Brigham Young
Diversos presidentes de universidades da Igreja participaram da conferência, incluindo o presidente da BYU-Pathway Worldwide, Brian K. Ashton, o presidente da Ensign College, Bruce C. Kusch, e a presidente Bonnie Cordon, da Universidade de Southern Virginia, a qual é uma universidade privada independente alinhada com os princípios, valores e ensinamentos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, embora não seja endossada ou patrocinada pela Igreja.
Presidente Ashton falou em um painel sobre a religião como fonte de inovação, ao proporcionar aos estudantes acesso ao ensino superior e ajudá-los a concluírem essa educação.
Ashton disse que a missão religiosa da BYU-Pathway estimulou a inovação para reduzir drasticamente os custos de admissão, para que estudantes em áreas economicamente desfavorecidas ao redor do mundo, como a África, por exemplo, possam ter acesso ao ensino superior. A BYU-Pathway agora tem 70.000 estudantes em 180 países que pagam apenas US$ 5 por crédito [em inglês], dependendo de onde vivem.
Nesta primavera [no hemisfério norte], acrescentou Ashton, a BYU-Pathway também começou a oferecer cursos de três anos [em inglês] depois de obter a aprovação de sua agência de credenciamento.
“Isso é pensar de forma inovadora”, disse a moderadora do painel, Ilana Horwitz, da Cátedra Fields-Rayant de Vida Judaica Contemporânea da Universidade de Tulane.
Presidente Reese disse que as missões acadêmicas e espirituais da BYU são inseparáveis.
“Não vemos, fundamentalmente, que haja um conflito entre ciência e fé”, disse ele. “Penso que muitas vezes elas são consideradas rivais e que competem entre si.”
O rabino Ari Berman, presidente da Universidade Yeshiva, disse que sua universidade também é guiada pela ideia de que a fé e a ciência são parceiras. Ele disse que a discussão sobre se a fé pode ser compatível com a ciência deveria ser invertida.
“Não creio que sejam as universidades religiosas que precisem fazer essa pergunta”, disse ele. “Acho que são as universidades seculares que precisam perguntar, o que acontece quando temos uma ciência que não é sustentada por valores? E onde isso leva? Para mim, esta é a questão essencial que precisa ser colocada na mesa. Acho que, particularmente, podemos ajudar a conduzir esta conversa.”
Os dois principais palestrantes da comissão foram educadores respeitados que proferiram, separadamente, discursos na assembleia do fórum da BYU no início deste ano, Ruth Okediji, professora de Direito de Harvard, e Freeman Hrabowski III, presidente emérito da Universidade de Maryland, no Condado de Baltimore.
Okediji disse que cresceu sem saber se era possível ser uma “intelectual profunda e intensamente apaixonada pelo evangelho de Jesus Cristo”, porque ela não conhecia muitos cristãos que fossem intelectuais sérios.
Hrabowski disse que precisou insistir para que a sua cerimônia de posse como presidente da UMBC incluísse tanto o ministro da sua juventude como o seu ministro na época, porque uma universidade precisava aprender sobre o seu presidente, tanto quanto o seu presidente precisava aprender sobre sua universidade.
Os dois principais oradores disseram que as instituições religiosas devem se concentrar nos seus propósitos e identidades únicos, em uma época em que muitos estudantes do ensino superior nunca estudam as escrituras, os valores ensinados nas escrituras que sustentaram a cidadania americana ou outras informações relacionadas com a fé. Como muitos estudantes agora não são expostos a isso na educação, disseram eles, esses estudantes muitas vezes entendem mal o que as escrituras realmente dizem e o que as religiões realmente ensinam.
“Ajude-os a compreenderem e aprenderem sobre universidades religiosas. O que eles pensam, muitas vezes está errado”, disse Hrabowski.
“Eu os desafio a pensarem sobre sua visão e valores morais”, acrescentou, “e a estenderem a mão a outras instituições, compreendendo que haverá diferenças, mas também haverá pontos em comum.”
Hrabowski disse que cabe às pessoas religiosas ajudarem a superar as divisões.
“Nós, do ensino superior baseado na fé”, disse ele, “devemos nos conectar uns com os outros para dizer à nossa sociedade, ‘queremos fazer a coisa certa.’”
O tema da construção de pontes é o mesmo que o Presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Presidente Russell M. Nelson, tem modelado durante o seu chamado como líder global da Igreja.
Ao se reunir com grupos grandes e pequenos de santos dos últimos dias e com líderes políticos, sociais e religiosos mundiais, Presidente Nelson tem convidado à construção [em inglês] de “pontes de cooperação em vez de muros de segregação.”