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‘Há sempre mais a aprender’ sobre Joseph Smith, diz historiador da Igreja na palestra Documentos de Joseph Smith

Adam Petty compartilhou histórias dos dois últimos volumes do projeto Documentos de Joseph Smith, em 7 de abril, no Assembly Hall

Em 7 de junho de 1844, o mesmo mês em que o Profeta Joseph Smith foi martirizado na Cadeia de Carthage, críticos e inimigos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias publicaram um jornal difamatório chamado Nauvoo Expositor.

No dia seguinte, Joseph discutiu o assunto em uma reunião do Conselho Municipal de Nauvoo, e o jornal acabou sendo declarado um atentado à ordem pública. Alguns membros da Igreja acharam que isso estava errado, mas Joseph revelou mais tarde que teve uma visão [em inglês] de que “o sangue dos santos [seria derramado] nas ruas” se o Nauvoo Expositor não fosse fechado.

Joseph foi autorizado a destruir a gráfica e as cópias existentes da primeira edição do jornal. Embora algumas testemunhas afirmassem que isso foi feito de maneira ordeira e segundo a lei, outras viram isso como um tumulto e ameaçaram atacar a cidade, a menos que Joseph e Hyrum Smith se entregassem.

“Quando Joseph foi para Carthage, ele estava salvando a cidade”, disse o Dr. Adam H. Petty, historiador e editor de documentários do projeto Documentos de Joseph Smith. “Ao ir para lá, ele estava nos salvando. E eu acredito que ele imaginava que talvez não voltasse de lá com vida."

Documentos históricos detalhando os últimos seis meses de vida do Profeta foram relatados em 7 de abril no Assembly Hall, na Praça do Templo, em “A Life Lived in Crescendo: Joseph Smith’s Life and Teachings in 1844” [Uma vida vivida em crescendo: A vida e os ensinamentos de Joseph Smith em 1844]. A palestra [em inglês], proferida pelo Dr. Petty, apresentou a conclusão de “Documentos, Volume 14” e “Documentos, Volume 15” [ambos em inglês], os dois últimos volumes do projeto Documentos de Joseph Smith [em inglês].

“Com a publicação dos Documentos de Joseph Smith”, disse Petty, “temos mais informações sobre a vida do Profeta do que qualquer outra geração. É minha esperança que esta enorme obra seja consagrada para a bênção dos santos, para o fortalecimento de sua fé nestes últimos dias.”

A pintura “Joseph Smith e o Templo de Nauvoo”, de Valoy Eaton, retrata o Profeta cavalgando até a Cadeia de Carthage, com o Templo de Nauvoo em construção ao fundo.
A pintura “Joseph Smith e o Templo de Nauvoo”, de Valoy Eaton, retrata o Profeta cavalgando até a Cadeia de Carthage, com o Templo de Nauvoo em construção ao fundo. | Valoy Eaton

O Templo de Nauvoo

Joseph Smith viveu uma vida plena, disse Petty, especialmente em seus últimos seis meses. Um destaque de sua vida foi a ênfase na salvação por meio do trabalho do templo porque, como ele disse em janeiro de 1844 [em inglês], “Meu único problema no momento é com relação a nós mesmos, que os santos serão divididos, separados e espalhados antes de recebermos nossa salvação segura.”

O Profeta da Restauração também disse em março de 1844 [em inglês]: “O Senhor me pede que apresse a obra na qual estamos engajados. ... poderei ser vítima de mãos assassinas, se Deus assim o permitir, e partir com toda a satisfação e prazer, sabendo que minha obra está concluída, e que está estabelecido o alicerce sobre o qual o reino de Deus será edificado nesta dispensação da plenitude dos tempos.”

Embora o templo não fosse concluído até um ano e meio após seu martírio, “é seguro dizer que Joseph estava com pressa”, disse Petty, para ver o edifício construído. Joseph incentivou uma ênfase maior na construção do Templo de Nauvoo, até mesmo instruindo os santos a interromperem a construção da casa de Nauvoo até que o templo fosse concluído.

Adam H. Petty, um historiador da Igreja e editor de documentários dos Documentos de Joseph Smith, discursa durante uma palestra no Assembly Hall, na Praça do Templo, sobre os dois últimos volumes do projeto, em 7 de abril de 2023.
Adam H. Petty, um historiador da Igreja e editor de documentários dos Documentos de Joseph Smith, discursa durante uma palestra no Assembly Hall, na Praça do Templo, sobre os dois últimos volumes do projeto, em 7 de abril de 2023. | Church News

Joseph e a política

Em 29 de janeiro de 1844, os amigos de Joseph o indicaram para presidente dos Estados Unidos, para lutar contra a injustiça, a qual o Profeta não era estranho. Os santos haviam sido expulsos do Missouri sob a mira de armas em 1838 e, embora muitos membros da Igreja tivessem perdido propriedades ou a vida, nenhuma intervenção do governo veio em seu auxílio.

Petty disse: “Desde aquele ponto, eles fizeram várias tentativas de obterem reparação ou compensação pelas perdas que sofreram no Missouri, mas suas petições foram ignoradas. Não houve reparação futura. E os santos, e acredito que Joseph, se sentiram frustrados com isso, pois fizeram tudo o que podiam para obterem justiça, e ela lhes foi negada”.

A campanha presidencial de Joseph em 1844 se centralizou na justiça e na ordem, como a promoção do livre comércio e dos direitos dos marinheiros, concedendo ao presidente pleno poder para enviar um exército para reprimir as turbas e acabar com a escravidão, com uma forma compensada de emancipação.

A campanha “foi uma luta séria”, disse Petty. “Acho que eles estavam fazendo o possível para colocarem Joseph na cadeira presidencial. Agora, se eles teriam sucesso ou não é uma questão em aberto; a eleição nunca aconteceu porque Joseph foi morto antes dela.

Em 24 de junho de 1844, o Profeta Joseph Smith, acompanhado por seu irmão, Hyrum, e outros 17 homens, partiram de Nauvoo para Carthage, naquela que seria sua última viagem para responder às acusações contra eles de terem causado um motim.
Em 24 de junho de 1844, o Profeta Joseph Smith, acompanhado por seu irmão, Hyrum, e outros 17 homens, partiram de Nauvoo para Carthage, naquela que seria sua última viagem para responder às acusações contra eles de terem causado um motim. | Fornecida por RCC Photography

O discurso King Follett

No início de 1844, Joseph Smith foi acusado de ser um profeta decadente. Uma maneira pela qual ele rebateu isso foi fazendo o discurso King Follett, um discurso em abril de 1844 que durou mais de duas horas e que recebeu este nome em homenagem a  Follett, um élder da Igreja que havia falecido. Embora não exista uma transcrição palavra por palavra desta conferência, alguns participantes fizeram anotações [em inglês] que estão disponíveis hoje.

Um dos propósitos deste sermão era mostrar, tanto aos santos quanto aos inimigos da Igreja, que Deus estava com o Profeta, disse Petty. “Antes de tudo, ele estava lidando com seus difamadores. E ele também estava tentando mostrar aos santos que era um verdadeiro profeta, que não estava decadente. Então, quando você lê este discurso, entendendo o contexto, muito disso fará mais sentido.”

Uma representação do Profeta Joseph Smith apresentando o discurso King Follett. Os ensinamentos deste discurso e outros eventos da vida do Profeta podem ser encontrados em “Documentos, Volume 14” e “Documentos, Volume 15”, os dois últimos volumes do projeto Documentos de Joseph Smith.
Uma representação do Profeta Joseph Smith apresentando o discurso King Follett. Os ensinamentos deste discurso e outros eventos da vida do Profeta podem ser encontrados em “Documentos, Volume 14” e “Documentos, Volume 15”, os dois últimos volumes do projeto Documentos de Joseph Smith. | Museu de História da Igreja

Um tema-chave no discurso King Follett foi a natureza de Deus. Especificamente, que Deus tem um corpo físico, que habitou na terra e que Seus filhos têm o potencial de se tornarem como Ele.

A parte favorita do discurso para Petty é quando Joseph Smith disse [em inglês]: “Vocês nunca conheceram meu coração. Ninguém conhece minha história. Não posso contá-la: não tentarei fazê-lo. Não culpo quem não acredita em minha história. Se não tivesse acontecido comigo, nem eu acreditaria. ... Quando eu for chamado pela trombeta do arcanjo e pesado na balança, todos vocês me conhecerão então.

“Eu sempre mantenho isso em mente, que sempre há mais a aprender e não temos tudo bem na nossa frente”, disse Petty. “Estou ansioso pelo dia em que falarei com Joseph. Espero que ele aperte minha mão. Direi: ‘Joseph, dediquei muitas horas a estes livros. Você pode responder a algumas perguntas para mim? E se eu perguntar do jeito certo, é bem capaz dele responder.”

Um bordado criado por Mary Ann Broomhead, de 13 anos, em homenagem a Joseph e Hyrum Smith, logo após seu martírio.
Um bordado criado por Mary Ann Broomhead, de 13 anos, em homenagem a Joseph e Hyrum Smith, logo após seu martírio. | Museu de História da Igreja
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