Paul Schumann, um santo dos últimos dias e capelão da Marinha dos E.U.A., estava voltando do supermercado para casa com seus filhos Isaiah, de 2 anos, e Benjamin, de 9 anos, no dia 10 de março.
Enquanto atravessavam a rua, Paul notou um caminhão vindo em sua direção. Ele tentou gritar, mas percebeu que não adiantava. O caminhão continuou em sua direção.
Quando Schumann saiu da rua e puxou o carrinho, Isaiah caiu e foi atropelado pelo caminhão.
O motorista nunca parou. Ele bateu em uma placa, subiu no canteiro central e mais tarde foi encontrado em sua casa.
Schumann pegou o filho e o abraçou. Alguém ligou para o 9-1-1 [serviço de atendimento de emergências].
Naquele momento comovente, Schumann disse que sentiu uma inspiração celestial.
“Tive a impressão de que precisava confiar em Deus”, disse ele.
Como Schumann e sua família lidaram com a trágica morte de seu filho, e encontraram esperança e coragem para continuarem, foi o tema da mensagem de Schumann no Seminário de Treinamento de Capelães de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, em 2 de outubro.
A história de Schumann foi a inspiração por trás do tema do seminário de 2023: “O Deus de toda consolação”, extraído de 2 Coríntios 1:3-4:
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias, e o Deus de toda a consolação; Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus.”
Fontes de consolo
No trajeto de ambulância para o hospital, Schumann deu uma bênção no filho. A primeira impressão que ele recebeu foi que Isaiah estava “indo para casa”, no céu.
Depois que Isaiah foi transportado para um segundo hospital, os médicos informaram aos Schumann que seu filho não havia sobrevivido. Os aparelhos de suporte à vida foram desligados e o casal se sentou em um sofá, onde segurou o filho e se despediu. Isaiah faleceu em 11 de março de 2023 [em inglês]. A caminhada até o carro sem o filho foi uma das caminhadas mais vazias e desoladas que Schumann já fez.
Schumann ainda está de luto e lidando com sentimentos de culpa e inadequação, mas disse aos capelães que o Senhor compensou com diversas fontes de consolo e paz.
“As semanas e meses que se seguiram foram difíceis, mas foram repletos do consolo de Deus”, disse ele.
Passar um tempo dentro do Templo de Richmond Virgínia proporcionou uma “tremenda” fonte de consolo para Schumann, que se sente mais próximo de seu filho quando ele está sentado na sala celestial.
“É um vislumbre de casa”, disse Schumann. “Quando sua família imediata está em ambos os lados do véu, sua perspectiva muda.”
Schumann disse que frequentar as reuniões da Igreja para tomar o sacramento e ler as escrituras também trouxe consolo à sua alma.
“As escrituras são uma fonte contínua de consolo”, disse ele. “Elas alimentam minha alma e abrem meu coração para o consolo que Deus oferece. Elas me ajudam a lembrar de que não estou sozinho ao sentir dor e tristeza na vida.”
A família tem sido uma fonte “infinita” de consolo. “Eles são um sinal da graça e misericórdia de Deus”, disse ele.
Schumann também falou sobre a manifestação de amor, apoio e orações de amigos, vizinhos e membros de sua ala da Igreja em Virginia Beach, Virgínia, e além. Ele também reconheceu a valiosa assistência de conselheiros compassivos.
“Eles são as mãos de Deus que cuidam e consolam”, disse ele.
Reflexões de uma mãe
Houve muitos milagres durante a provação da morte de seu filho, bem como nas semanas e meses que se seguiram, disse Emily Schumann, mãe de Isaiah, em uma entrevista separada ao Church News.
“O Senhor esteve muito presente em tudo isso, especialmente no início”, disse ela. “Eu realmente senti Sua presença fortemente.”
O bispo, que é anestesista e outro amigo estavam de plantão na unidade de trauma naquela noite e ajudaram a tratar de seu filho quando ele chegou. Mais tarde, o bispo levou os outros dois filhos do casal para passarem a noite em sua casa, para que Paul e Emily pudessem permanecer no hospital.
A presidente da Sociedade de Socorro de sua ala, que também é chefe aposentada dos bombeiros, ouviu falar do acidente e correu para estar com eles no hospital. “Tê-la comigo por quase três horas... quando os médicos confirmaram que Isaiah não sobreviveria... foi uma grande bênção”, disse Emily.
Outros membros da ala se apressaram para estarem ao seu lado para ajudar em diversas necessidades. Outros se ofereceram como voluntários de diversas maneiras, para que pudessem realizar o funeral [em inglês] e enterro de seu filho em Logan, Utah.
“Sentimos que estávamos sendo cuidados por nossa família”, disse Emily. “Não podemos agradecer o suficiente o serviço que as pessoas nos prestaram. Eles realmente têm estado de luto conosco.”
O que Emily aprendeu é que o Senhor prepara e provê.
“Ele nos colocou em um lugar onde obteríamos o apoio de que precisávamos para superarmos este momento”, disse ela. “O Senhor desceu abaixo de tudo para poder estar conosco nos momentos mais sombrios, e passou por coisas muito piores do que estamos vivenciando. Esta é a pior coisa que já vivenciei. É muito solitário e sombrio, e às vezes acho que não consigo viver com isto. Mas ter a certeza de que não estou sozinha, de que Ele está aqui, me dá forças para continuar.”
6 lições de Isaiah
Durante sua apresentação no Seminário de Treinamento de Capelães, Paul Schumann compartilhou seis lições da vida de seu filho Isaiah.
- Abrace o caos.
- Ame incondicionalmente.
- Inclua os pequeninos.
- Enxergue a beleza na imperfeição.
- Deus ouve todas as orações.
- Confie no convênio eterno de Deus.
“Fiquei maravilhado com meu filho, o pequeno emissário de Deus, que me ensinou a abraçar o caos, a amar incondicionalmente, a incluir os pequeninos, a enxergar a beleza na imperfeição, que Deus ouve todas as orações e a confiar no convênio eterno de Deus,” Schumann disse.
Seguindo o exemplo de Cristo
Um dos pontos-chave de Schumann para suportar as provações da vida se centraliza no Salvador, cujo sofrimento no Jardim do Getsêmani e na cruz não pôde ser evitado.
“Em vez de tentar eliminar todo o sofrimento, devemos encontrar sentido no sofrimento que não pode ser aliviado. Este caminho de aceitação e submissão é o caminho para a esperança e a cura”, disse ele.
“Quando nos submetemos voluntariamente a todas as coisas que o Senhor considera adequadas para nos infligir, nos tornamos santos por meio da Expiação de Cristo, o Senhor, e assim encontramos esperança e cura. Devemos estar dispostos a aceitarmos e, às vezes, abraçarmos o caos da vida. Deus está no comando. Ele nos ajudará.
“Sou grato por um Deus que nos consola em momentos de necessidade”, continuou Schumann. “Deus vive e porque ele vive, eu sei que meu filho vive. Testifico que Jesus Cristo tornou isso possível por meio de sua dádiva eterna, e isso traz consolo permanente à minha alma.”
