Muitos anos atrás, a presidente geral das Moças Emily Belle Freeman e outras pessoas, colaboraram para comprar um presente para uma amiga em uma ocasião especial. Elas decidiram comprar um lindo vaso para a mulher ter em sua casa.
Mas quando a presidente Freeman buscou o vaso na loja, ela pôde ouvi-lo chacoalhando dentro da caixa.
“Acredito que vasos não fazem barulho”, ela pensou.
Ela abriu o pacote e o vaso estava quebrado em 29 pedaços.
A presidente Freeman providenciou um novo e foi informada de que ela poderia jogar o quebrado fora. Mas então ela ficou curiosa para ver se poderia usar cola para reconstruir o vaso.
No processo, ela aprendeu várias lições sobre consertar coisas quebradas, principalmente que isso leva tempo e paciência.
“Levei duas semanas para montar aquele vaso de volta. Aprendi que algo quebrado exige muito esforço para ser consertado. Aprendi algo sobre a força capacitadora. Aprendi algo sobre curar coisas quebradas e aqueles momentos em que sentimos que nossa própria vida está em 29 pedaços”, disse ela antes de segurar o vaso colorido cheio de rachaduras coladas.
“É importante lembrarmos de que temos um Salvador que sabe como consertar coisas quebradas.”
A presidente Freeman compartilhou a experiência ao falar para centenas de capelães endossados por A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e seus respectivos cônjuges, reunidos no Teatro do Centro de Conferências para o Seminário de Treinamento de Capelães de 2024 na terça-feira, 8 de outubro.
O evento anual de três dias, realizado após a conferência geral de outubro, é patrocinado pela Divisão de Relações Militares e Serviços de Capelães da Igreja [em inglês]. O tema do seminário de 2024 é baseado em 2 Tim óteo 3:14: “Permanece tu em Cristo.”
Os oradores do seminário na segunda-feira, 7 de outubro, incluíram o Major General Trent Davis, chefe dos capelães da Força Aérea dos E.U.A.; Abby Cox, primeira-dama de Utah; e Brigitte Madrian, reitora da Faculdade de Administração Marriott da BYU.
Juntando-se à presidente Freeman como oradores no seminário na manhã de terça-feira, estavam o presidente Steven J. Lund, presidente geral dos Rapazes, e Sheri Dew, vice-presidente executiva e diretora de conteúdo da Deseret Management Corp. e ex-membro da presidência geral da Sociedade de Socorro.
Cristo caminhará conosco
Junto com o vaso quebrado, a presidente Freeman contou outras experiências pessoais relacionadas a coisas quebradas, incluindo a batalha de seu marido contra o câncer e quando ela quebrou a perna durante uma visita a Israel. Cada vez ela relatou o que aprendeu sobre Jesus Cristo.
“Amo o fato de que aprendemos que não trilhamos este caminho sozinhos, que Cristo caminhará conosco e que Ele nos ensinará lições importantes ao longo do caminho”, disse ela. “Uma das maiores lições que aprendemos em tempos de provação é como ter compaixão por outros quando eles estão em seus momentos mais sombrios. Momentos como este nos lembrarão, quando estivermos do outro lado disto, que temos mais a oferecer, e ofereceremos melhor por causa do que aprendemos ao passarmos por um momento sombrio.”
Presidente Freeman compartilhou várias lições e aplicações da parábola do bom samaritano do Novo Testamento, incluindo o significado de “resgate”.
“Às vezes, o resgate requer que atravessemos a rua e encontremos alguém onde ele está”, disse ela. “Às vezes, o resgate requer que sujemos as mãos. Às vezes, o resgate requer que nos sentemos com alguém nas horas mais escuras da noite.”
A presidente Freeman convidou os capelães a considerarem quantas vezes o samaritano havia caminhado por aquela estrada. Ele havia resgatado alguém ferido antes? Por que ele tinha pano para atar feridas e azeite e vinho para limpeza e cura, a menos que soubesse quem encontraria naquela estrada? Quantas vezes o samaritano havia carregado os feridos para o refúgio da estalagem?
“A história do bom samaritano sussurra sobre caridade. Sobre a cura de feridas. A unção e a limpeza de coisas dolorosas”, disse ela, acrescentando que essas são características dos capelães, aqueles chamados para oferecerem caridade.
“Parece que um samaritano não é suficiente, porque o Salvador termina dizendo: ‘Vai, e faze da mesma maneira’ (Lucas 10:37). É necessário que saiamos agora e façamos a mesma coisa, pois quantos feridos estão na estrada? Estamos prontos para os desvios de compaixão? Estamos prontos para curar as feridas dos corações partidos? Estamos preparados para caminhar nessa estrada?”
‘Continue em Cristo’
A mensagem do presidente Lund se concentrou no tema do seminário, “Permanece tu em Cristo”, e no significado da palavra “permanecer” em contextos religiosos. Ele disse que a palavra “permanecer” aparece 47 vezes na Bíblia e 62 vezes nas escrituras da restauração: 16 no Livro de Mórmon, 43 em Doutrina e Convênios e três na Pérola de Grande Valor.
“Não deveria ser surpresa para nós que a palavra ‘permanecer’ tenha entrado em nosso vocabulário por meio de ensinamentos religiosos, pois é um elemento proeminente da própria doutrina de Cristo”, ele disse. “A doutrina de Cristo é edificada a partir de um núcleo de fé em arrependimento, batismo, recebimento do dom do Espírito Santo e culmina com a perseverança até o fim, com ‘permanecer’”.
O guia da Igreja, Força dos Jovens: Um Guia para Fazer Escolhas, foi elaborado para ajudar rapazes e moças a aprenderem sobre os princípios dos convênios e continuarem a vivê-los.
“O título do primeiro capítulo cristaliza o recurso mais poderoso da criação para nos ajudar a permanecer”, disse o presidente Lund. “O título diz simplesmente: ‘Jesus Cristo vai ajudar você’. Ele ensina que se nos voltarmos para ele, Jesus Cristo pode nos fortalecer, enquanto buscamos guardar nossos convênios.”
Presidente Lund concluiu seus discurso contando a história de um bispo e sua esposa, que vivenciaram a morte de sua filha em um acidente de carro enquanto estavam a caminho do batismo de seu filho. Apesar da tristeza, o bispo se sentiu motivado a comparecer à reunião sacramental na manhã seguinte. Ele se sentou com os sacerdotes à mesa do sacramento, onde liderou as orações, enfatizando a importância de se lembrar de Cristo. Ele esperava trazer consolo e a força espiritual necessária para sua família e congregação. Por meio dessa experiência, a família testificou da promessa de que o espírito de Cristo estaria com eles, ilustrando como permanecer na fé ajuda a navegar pelas provações da vida com apoio divino.
“Permanecer em Cristo significa colocar mãos à obra, significa lutar a boa luta, significa honrar, proteger e servir. E significa que, através de tudo isso, teremos Seu Espírito sempre conosco”, disse ele. “É meu testemunho que esse é o caso, que Ele estará conosco e podemos seguir em frente. Podemos permanecer.”
Cristo e a liberdade
Como participante de uma excursão da USO [United Service Organizations ou Organização dos Serviços Unidos] no Alasca quando tinha quase 20 anos, a irmã Dew se viu em uma base em Fort Yukon, acima do Círculo Polar Ártico.
Antes de partir, o grupo foi convidado a realizar uma breve reunião sacramental com um solitário aviador santo dos últimos dias, que não participava do sacramento há quase um ano. Ver o quão profundamente o aviador apreciou a renovação de seus convênios com o Senhor a afetou profundamente, e a ensinou sobre o poder libertador da Expiação do Salvador.
“A promessa de que eu sempre poderia ter o Espírito comigo se tomasse sobre mim o nome de Cristo, se guardasse Seus mandamentos e se tentasse sempre me lembrar Dele, de alguma forma, parecia libertadora”, disse ela. “Parecia uma promessa que poderia me libertar do estresse da minha vida cotidiana.”
“A irmã Dew convidou os capelães a considerarem esta verdade fundamental: “Jesus Cristo é a maior e mais profunda fonte de liberdade que experimentaremos nesta vida”.
“Imagino que muitos daqueles que vocês aconselham acreditam em Jesus Cristo, mas será que eles reconhecem a liberdade que está disponível para nós por causa Dele?”, ela disse.
Durante um período doloroso e difícil em seus 30 e poucos anos, descrito como um “buraco negro e emocional”, a irmã Dew contou como leu Lucas 4:18 e passou a ter uma apreciação mais profunda da capacidade do Salvador de libertar os cativos e curar os quebrantados de coração.
“As palavras, ‘coração partido’, ‘libertação’ e ‘oprimidos’ saltaram da página em neon”, ela disse. “Aquela escritura em Lucas me lançou em uma busca para entender melhor o que o Salvador tinha feito por mim quando Ele expiou.”
Ela aprendeu que a graça de Jesus Cristo pode libertar qualquer um das preocupações e tristezas deste mundo e substituí-las por alegria.
A irmã Dew convidou os capelães a procurarem e ponderarem maneiras pelas quais o Senhor demonstrou Seu amor e perdão, e como Ele os libertou de alguns dos fardos da vida. Ela prestou testemunho de que o Salvador “aliviou minhas feridas emocionais e me ajudou a lidar com a fraqueza, e ele me libertou.”
“Testifico da realidade do poder misericordioso e libertador de Jesus Cristo. Ele curou meu coração partido repetidas vezes”, disse ela. “Testifico que fazer e cumprir convênios, e buscar a ajuda expiatória do Senhor, leva à liberdade e à verdadeira alegria para sempre.”